Com nova regulamentação da Aneel, projetos de usina de geração de energia eólica e solar ficarão mais competitivos com a forma híbrida
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) lançou uma nova regulamentação para o funcionamento de usinas híbridas, para a geração de energia elétrica. Apesar de os novos parâmetros permitirem combinar várias fontes, a exemplo, hidrelétricas e termoelétricas, as principais beneficiadas são as energias renováveis, que poderão ter aumento de produtividade.
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De acordo com a desenvolvedora de projetos Casa dos Ventos, para cada 1MW de energia eólica instalado é possível adicionar até 35% de capacidade solar, já que ambas se complementam.
Isso acontece, porque o pico de produção da energia eólica ocorre à noite, enquanto a energia solar é gerada durante o dia. Porém, o parque eólico paga para usar o sistema de transmissão baseado em sua capacidade total.
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Com a regra, durante o momento de baixa geração de energia eólica, poderia incluir-se a solar para ocupar uma parte da capacidade de rede.
Além de novos projetos, que já serão executados de forma híbrida, grande parte dos parques em operação poderá realizar a instalação de novas fontes em suas áreas.
Aumento do potencial
A Casa dos Ventos, por exemplo, acredita poder aumentar o potencial de seus parques eólicos, de mais de 2,8 mil MW, com mais 650 MW de energia solar.
Outras companhias, como a Enel, já têm estudos avançados para novos projetos híbridos, e para a adaptação de plantas existentes. “O modelo permite usar de forma mais eficiente a mesma conexão”, afirma Roberta Bonomi, da Enel Green Power Brasil, empresa que já possui uma usina híbrida em Pernambuco.
Segundo a Aneel, não só o fato das fontes de geração se complementarem e da rede de transmissão ser usada de forma mais eficiente, outros pontos que também fazem com que as usinas híbridas sejam vantajosas são a suavização de riscos comerciais e a economia na compra de terreno para a instalação dos projetos.
“A medida contribui, assim, para o crescimento da capacidade de geração com menores investimentos em expansão das redes” diz a diretora da Aneel, Elisa Bastos, em nota.
Interesse da Votorantim
Segundo a Aneel, um plano-piloto da Votorantim Metais, que deve começar a ser executado em 2023, já estava aprovado antes mesmo da regulamentação entrar e vigor.
A iniciativa inclui a usina eólica Ventos de São Vicente e o complexo solar Sol do Piauí, totalizando 68 MW.
A Aneel administra também alguns programas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), que incluem setores solares em hidrelétricas como Sobradinho, Porto Primavera, Aimorés e Itumbiara.
“A partir de agora, com a regulamentação, vamos avaliar os projetos híbridos. Nem todos os 20 mil MW de energia eólica no Brasil poderão ter usinas solares, por causa do tipo de terreno, mas muitos poderão ser adaptados”, disse Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica.