As fabricantes de turbinas eólicas brasileiras Weg e Aeris Energy podem se beneficiar com decisão da General Electric.
General Electric, uma das principais fornecedoras mundiais do setor de energia eólica e concorrente das gigantes globais Vestas, Siemens, Nordex e WEG, anuncia o fim de novos contratos para produção de turbinas eólicas no Brasil e fábrica de Camaçari tem destino incerto.
O motivo da decisão não ficou imediatamente claro, mas disse que se aplica somente aos equipamentos produzidos no Brasil dentro das regras de conteúdo local. A decisão coincidiu em meio a dificuldades da área de energias renováveis da fabricante americana, que passará por uma reestruturação.
“Compartilhamos com nossos funcionários na América Latina um conjunto de ações relacionadas à transformação do nosso negócio de Onshore Wind Internacional que visam uma adequação à realidade atual do mercado, preparando o negócio para o futuro. Reforçamos nosso total comprometimento em servir nossos clientes e apoiar nossos funcionários na região”, afirmou a GE em nota.
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Para analistas do Santander, a decisão da General Electric, deve favorecer os concorrentes e clientes que atuam no maior país da América Latina, como as brasileiras Weg e Aeris Energy.
“Dado que a GE encerrará sua fábrica de turbinas eólicas no Brasil, acreditamos que é provável que ela também desative sua fábrica de pás de turbinas eólicas… Caso isso aconteça, a Aeris se tornará a única fabricante de pás eólicas no Brasil”, escreveram os analistas Lucas Barbosa e Lucas Esteves.
Vale lembrar que além das brasileiras a dinamarquesa Vestas e as alemãs Nordex-Acciona e Siemens-Gamesa também poderão ser beneficiadas.
Produção de turbinas eólicas da fábrica em Camaçari (BA) para exportação continuam ativas
As áreas de serviços (operação e manutenção) e as atividades da fábrica em Camaçari (BA) para exportação continuam ativas, para cumprir contratos e projetos da General Electric junto a clientes.
“Compartilhamos com nossos funcionários na América Latina um conjunto de ações relacionadas à transformação do nosso negócio de Onshore Wind Internacional que visam uma adequação à realidade atual do mercado, preparando o negócio para o futuro”, disse a companhia, em nota.
“Reforçamos nosso total comprometimento em servir nossos clientes e apoiar nossos funcionários na região”.
Além da fábrica de turbinas eólicas na Bahia, a General Electric também possui uma unidade de produção de pás eólicas no Porto de Suape (PE).
Dificuldades nos negócios de renováveis e energia eólica da GE acontecem em meio a um forte aumento dos custos de matérias-primas na indústria
Em nota assinada pelo vice-presidente de Relações com Investidores, Steve Winoker, a General Electric acrescentou que está desenhando uma estratégia para redimensionar a produção de turbinas eólicas a um nível de duas mil máquinas/ano, focando em “descentralização e seletividade”.
A área de renováveis da General Electric, que passará por cisão para criação de uma nova empresa, a GE Vernova, registrou queda de 23% nas receitas no segundo trimestre, que somaram US$3 bilhões. No acumulado do primeiro semestre, o recuo na comparação com o ano anterior é de 18%.
As dificuldades nos negócios de renováveis e energia eólica da General Electric acontecem em meio a um forte aumento dos custos de matérias-primas na indústria, devido à desorganização de cadeias produtivas após a pandemia de Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia.