Alternar entre gasolina e etanol no motor flex pode trazer consequências inesperadas para o desempenho, a economia e a durabilidade do veículo. Entenda o que dizem especialistas e saiba como evitar danos ao seu carro.
A escolha entre gasolina e etanol é uma dúvida frequente para quem dirige veículos com motor flex no Brasil.
O impacto dessa decisão vai além do simples abastecimento e pode afetar diretamente a durabilidade, o desempenho e até o custo de manutenção do automóvel.
Embora a tecnologia flex tenha se popularizado desde a década de 2000, permitindo que o motorista opte por um ou outro combustível, há práticas que, segundo especialistas, podem prejudicar o funcionamento do motor e comprometer a saúde do veículo a longo prazo.
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Alternância entre combustíveis em carros flex
Motoristas com carros flex frequentemente cometem o mesmo erro ao alternar entre gasolina e etanol sem considerar as recomendações do fabricante.
Muitos acreditam que variar os combustíveis pode aumentar a vida útil do motor ou garantir maior economia, mas essa estratégia não funciona da mesma forma para todos os modelos.
Em 2025, com a ampliação das tecnologias embarcadas nos veículos nacionais, cresce também a importância de seguir as orientações técnicas de cada montadora.
Especialistas em mecânica automotiva alertam que a alternância entre gasolina e etanol deve respeitar parâmetros definidos nos manuais de cada veículo.
De acordo com Luciana Félix, especialista em mecânica e gestora da Na Oficina, em Belo Horizonte, o uso combinado dos combustíveis pode ser benéfico, mas depende diretamente das indicações específicas de cada fabricante.
Há montadoras que recomendam o abastecimento com gasolina comum ou aditivada a cada 10 mil quilômetros, mesmo para quem utiliza majoritariamente etanol, enquanto outras não indicam a alternância em determinados modelos.
Cuidados com etanol e gasolina no motor flex
O etanol, reconhecido por gerar menos emissões de carbono e ser considerado mais sustentável, exige cuidados específicos nos motores flex.
Por sua composição, o etanol pode provocar o acúmulo de uma espécie de goma no bico injetor, prejudicando a eficiência do sistema de alimentação.
Já a gasolina, segundo a especialista, pode deixar resíduos de carbono nas velas de ignição, levando à carbonização desses componentes.
Ambos os cenários podem resultar em aumento do consumo, perda de desempenho e até falhas mecânicas recorrentes.
Qualidade do combustível: fator decisivo
A qualidade do combustível ocupa papel central na manutenção do motor flex.
Utilizar combustíveis de procedência duvidosa pode aumentar os riscos de danos às peças do sistema de injeção eletrônica, além de acelerar o desgaste de válvulas e bicos injetores.
Por isso, a recomendação é abastecer apenas em postos com bandeira reconhecida e que garantam o cumprimento das normas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Postos clandestinos ou sem fiscalização rigorosa elevam a probabilidade de abastecimento com produtos adulterados, o que pode trazer prejuízos ao motorista.
Motores flex modernos: novas tecnologias e desafios
Com a evolução dos motores flex no Brasil, especialmente a partir de 2020, os veículos passaram a incorporar sistemas de injeção direta e tecnologias turbo, que otimizam o consumo e contribuem para a redução da emissão de poluentes.
Esses avanços exigem atenção redobrada à qualidade do combustível e ao respeito das orientações do fabricante, já que modelos com injeção direta, por exemplo, possuem maior sensibilidade à mistura de gasolina e etanol.
Em muitos casos, o manual recomenda alternâncias específicas, reforçando que não existe uma regra única para todos os veículos.
Por que alternar combustível pode ser prejudicial?
A alternância entre gasolina e etanol pode parecer lógica para evitar desgaste prematuro, mas, de acordo com dados do setor automotivo, nem todos os motores flex foram projetados para essa prática.
A diferença na composição química dos combustíveis afeta de modo distinto os componentes internos do motor.
Enquanto a gasolina pode favorecer o acúmulo de resíduos de carbono, o etanol, por ser mais higroscópico (absorver água), pode causar corrosão e formação de depósitos de goma.
Essas características influenciam diretamente o funcionamento e a eficiência do motor, sendo comum o relato de problemas como entupimento de bicos injetores e falhas na ignição entre motoristas que não seguem as recomendações do manual.
Manutenção preventiva no motor flex
Outro ponto fundamental envolve a manutenção preventiva.
A realização regular de revisões, a troca das velas de ignição, a limpeza dos bicos injetores e o acompanhamento das indicações do fabricante são essenciais para preservar a vida útil do motor flex.
Optar por postos de combustível confiáveis, conferir a validade do etanol e evitar a mistura de combustíveis adulterados são ações que contribuem para manter o bom funcionamento do veículo.
Em 2025, o mercado brasileiro passou a valorizar ainda mais essas práticas, principalmente diante do aumento dos preços e da preocupação crescente com a sustentabilidade e o consumo consciente.
Recomendações de especialistas para o motor flex
Os avanços tecnológicos nos motores flex trouxeram ganhos em desempenho, mas também impuseram novos cuidados ao motorista.
A alternância indiscriminada entre gasolina e etanol, sem consulta ao manual ou sem atenção à qualidade do combustível, pode resultar em prejuízos financeiros e perda de eficiência do carro.
A recomendação geral é seguir rigorosamente as orientações técnicas do fabricante e optar sempre por combustíveis com procedência comprovada.
Segundo Luciana Félix, seguir as recomendações do manual e prezar pela qualidade do combustível são atitudes que asseguram o máximo desempenho do motor flex e ajudam a evitar reparos caros.
Ignorar esses cuidados pode aumentar o consumo, acelerar o desgaste das peças e reduzir a vida útil do automóvel.
Você tem o hábito de alternar entre gasolina e etanol no seu veículo flex? Já percebeu alguma diferença no desempenho ou na manutenção do seu carro? Compartilhe sua experiência e contribua para que outros motoristas evitem esse erro comum e preservem a saúde do motor.