Nova regra de mistura de etanol promete reduzir o preço da gasolina e impulsionar o setor de biocombustíveis com geração de empregos e menor dependência de importações.
O governo federal aprovou, em reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) nesta quarta-feira (25 de junho de 2025), o aumento da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina, de 27 % para 30 % (E30), e do biodiesel no diesel, de 14 % para 15 % (B15).
As novas regras entram em vigor a partir de 1º de agosto e devem reduzir o preço da gasolina em até R$ 0,11 por litro, segundo o Ministério de Minas e Energia — o que pode representar economia de R$ 0,02 por quilômetro rodado para motoristas que navegarem por 7.500 km mensais, totalizando R$ 150 de alívio no bolso por mês ou R$ 1.800 ao ano.
Impacto da nova política de combustíveis no cenário geopolítico
A decisão ocorre em meio à instabilidade no Oriente Médio, que elevou as cotações do petróleo internacional, em especial após tensões entre Irã e Israel.
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Segundo o secretário Pietro Mendes (Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), “a volatilidade no preço mundial do petróleo reforçou a necessidade de resiliência energética”.
Além disso, ele ressaltou que o Brasil pode recuperar a autossuficiência na produção de gasolina e até se tornar exportador líquido do produto.
A nova composição E30, combinada com o biodiesel B15, deve criar mais de 50 mil empregos ao longo dos próximos anos, entre o fomento à expansão de usinas, colheita e produção agrícola, o que inclui R$ 10 bilhões em investimentos no setor.
Benefícios econômicos e fiscais da medida
Redução de custo para motoristas: a estimativa do MME projeta economia de R$ 1.800 por ano para quem roda 7.500 km por mês, com redução de R$ 0,02 por km.
Combustível nas bombas: a queda no preço por litro pode variar entre R$ 0,11 e R$ 0,13, conforme dados do Broadcast Agro e do jornal O Globo.
Impacto no diesel: o aumento do biodiesel (B15) deve ter efeito nulo no preço final do diesel nos postos, com variação estimada de R$ 0,01 por litro — compensada por reajustes na cotação internacional do petróleo.
Avanço na autossuficiência: o MME projeta evitar a importação de 760 milhões de litros de gasolina por ano, suprindo esse volume com produção de cerca de 1,36 bilhão de litros de etanol — abrindo caminho para o país se tornar exportador líquido em cerca de 700 milhões de litros anuais.
Geração de empregos e incentivos: além dos investimentos em usinas, o aumento do B15 deve ampliar a produção de farelo de soja, gerando proteína para a cadeia produtiva animal, e criar cerca de 17,2 mil empregos diretos.
Redução de emissões e viabilidade técnica
Benefícios ambientais: E30 pode diminuir em até 2,8 % a pegada de carbono da gasolina, redução equivalente a 3 milhões de toneladas de CO₂ por ano.
O aumento do biodiesel B15 poderá cortar 1,2 milhão de toneladas de emissões anuais.
Testes técnicos e limites legais: estudos do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), validados com apoio de Anfavea, Sindipeças, Abeifa e Abraciclo, confirmaram a viabilidade técnica do E30 sem perda de desempenho em veículos flex.
A legislação brasileira permite mistura de até 35 % de etanol na gasolina, desde que comprovada a neutralidade técnica.
Histórico do etanol e políticas públicas
O Brasil é pioneiro no uso de etanol como biocombustível desde o fim da década de 1970, com o lançamento do Programa Nacional do Álcool (Proálcool).
A obrigatoriedade da mistura de etanol anidro à gasolina teve seu auge nos anos 2000, alcançando 27,5 % desde 2015.
Veículos flex, introduzidos em 2003, permitiram ampla adoção desse tipo de combustível no mercado nacional.
A iniciativa de elevar para 30 % vem ao encontro de políticas do RenovaBio (Lei 13.576/2017), que busca reduzir emissões, estimular eficiência energética e garantir previsibilidade ao setor.
Dúvidas comuns sobre a nova medida
Por que misturar mais etanol reduz o preço da gasolina?
Isso acontece porque o etanol anidro tem carga tributária menor que a gasolina tipo A, tornando-o uma opção mais barata ao consumidor.
O aumento para 30 % já era previsto?
Sim. A legislação vigente já abre caminho para até 35 %. Contudo, o avanço só foi aprovado após estudos técnicos que confirmaram a segurança para motores e revigorados pela pressão geopolítica atual.
Resultados esperados no curto e médio prazo
Alívio imediato ao consumidor: motoristas percebem queda expressiva no valor por km rodado e no preço do litro.
Estímulo à produção nacional: impulsiona setor sucroenergético e cadeias ligadas ao agronegócio.
Fortalecimento da soberania energética: reduz dependência externa, especialmente em tempos de conflito no Oriente Médio.
Avanço ambiental: redução significativa de emissões de gases de efeito estufa.
Você acha que o aumento da mistura de etanol vai se refletir efetivamente em preços mais baixos nas bombas e trazer benefícios concretos ao motorista comum?