Tipos de gasolina influenciam diretamente no desempenho, consumo e durabilidade do motor, segundo especialistas. Entenda as diferenças entre comum, aditivada e premium, e saiba como a octanagem e os aditivos interferem no funcionamento do veículo.
Na hora de abastecer, a dúvida entre gasolina comum, aditivada ou premium pode ter impacto direto no consumo, no desempenho e na vida útil do motor, segundo especialistas em combustão e manutenção automotiva.
Cada tipo tem composição e função distintas, todas dentro das normas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A comum cumpre a função básica de movimentar o veículo, a aditivada inclui compostos de limpeza e proteção, e a premium é formulada para atender motores de maior exigência, com octanagem mais alta e aditivos em concentração superior.
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Diferenças entre os tipos de gasolina
A gasolina comum utiliza a mesma base em todo o país, com até 30% de etanol anidro, conforme determinação da ANP.
É adequada para a maioria dos veículos e não traz aditivos adicionais.
Por essa razão, técnicos do setor automotivo explicam que, com o tempo, o uso contínuo pode favorecer o acúmulo de depósitos em bicos injetores e válvulas, especialmente em carros que circulam majoritariamente no trânsito urbano.
A versão aditivada tem a mesma base da comum, mas recebe compostos químicos responsáveis por limpar o sistema de alimentação e reduzir o atrito entre componentes.
Segundo a Ipiranga, os aditivos presentes na linha Ipimax ajudam a remover resíduos, evitar corrosão e diminuir o desgaste das partes móveis do motor.
A empresa informa que, em testes internos, houve economia superior a 4% no consumo de combustível com o uso contínuo do produto.
A gasolina premium se diferencia principalmente pela octanagem mais alta, característica fundamental em motores turbo, de alta compressão ou calibração esportiva.

A Ipiranga destaca que sua linha Ipimax Pro apresenta octanagem acima de 100 e aditivos de maior concentração, capazes de melhorar o desempenho e reduzir atrito em até 34%, conforme resultados laboratoriais divulgados pela companhia.
Fontes do setor indicam ainda que combustíveis premium possuem menor teor de enxofre e maior estabilidade química, o que contribui para eficiência e menor formação de resíduos.
Octanagem e batida de pino
A octanagem indica a resistência do combustível à pré-detonação, conhecida como batida de pino.
Quanto maior o índice, maior é a capacidade do combustível de suportar compressão sem inflamar antes do momento ideal.
O professor Juliano Martins Barbosa, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, explica que a gasolina comum vendida no Brasil apresenta Índice Antidetonante (IAD) médio de 87, adequado a motores de baixa compressão.
No entanto, motores mais modernos e de maior desempenho exigem octanagem superior para funcionar com eficiência e evitar perda de potência.
Especialistas alertam que o uso de combustível com octanagem inferior à indicada pelo fabricante pode gerar aumento de consumo, redução de potência e maior desgaste dos componentes internos.
Nesses casos, a central eletrônica do veículo tende a atrasar o ponto de ignição para evitar danos, o que compromete o desempenho.
A recomendação é seguir sempre as especificações do manual do proprietário.
Aditivos e eficiência do motor
De acordo com engenheiros de montadoras e empresas distribuidoras, os aditivos contidos na gasolina aditivada atuam para limpar resíduos, proteger o sistema de alimentação e favorecer uma queima mais uniforme.
Esses compostos evitam o acúmulo de verniz e carbono em bicos injetores e válvulas, além de preservar a atomização do combustível — fator importante para manter o consumo dentro dos parâmetros originais do veículo.
Ainda segundo técnicos da indústria, a presença de aditivos não altera a octanagem, mas contribui para o bom funcionamento do motor ao longo do tempo.
Por isso, para veículos de uso cotidiano, a gasolina aditivada costuma ser considerada uma alternativa equilibrada entre custo, proteção e desempenho, sem necessidade de adotar versões premium.
Quando usar gasolina premium
Nos veículos turboalimentados ou de alto desempenho, a gasolina premium é recomendada pelos fabricantes para garantir resposta rápida e proteção térmica adequada.
Segundo Barbosa, a alta octanagem e a estabilidade química permitem que o motor opere em condições de maior exigência sem risco de detonação.
Distribuidoras destacam ainda que esse tipo de combustível contém aditivos em maior concentração, o que reforça a limpeza e reduz o atrito interno.
Entretanto, especialistas observam que o uso de gasolina premium em motores que não exigem essa octanagem não traz aumento perceptível de potência.
O ganho, nesses casos, é restrito à limpeza e proteção, efeitos também obtidos com a gasolina aditivada.
Mistura de combustíveis e efeitos no tanque
Misturar combustíveis diferentes — como comum e premium, ou comum e aditivado — não causa danos imediatos, segundo oficinas e consultorias automotivas.
No entanto, os benefícios específicos de cada tipo são reduzidos.
Ao combinar premium com comum, por exemplo, a octanagem final diminui e o motor deixa de aproveitar a calibração prevista para o combustível de maior qualidade.
No caso da aditivada, a mistura com comum reduz a concentração dos aditivos, comprometendo o efeito de limpeza.
Como escolher o combustível ideal
A escolha deve seguir o que está descrito no manual do fabricante, que indica a octanagem mínima e o tipo de combustível compatível com o projeto do motor.
De forma geral, segundo fontes do setor automotivo, a gasolina aditivada atende à maioria dos veículos de passeio, unindo proteção e custo acessível.
A premium é indicada apenas quando o veículo exige ou recomenda o uso, como ocorre em modelos turbo e esportivos.
A comum é aceitável em motores simples, desde que a manutenção preventiva seja feita regularmente.
Especialistas ressaltam que o padrão de uso também influencia a escolha.
Em trajetos curtos e trânsito intenso, há maior propensão à formação de depósitos, o que reforça a importância do uso de combustível com aditivos de limpeza.
Em trajetos rodoviários, o regime térmico mais constante ajuda na queima dos resíduos, mas não substitui os efeitos dos aditivos.



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