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Gasolina com menos etanol custa até R$ 150 por litro

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 07/07/2025 às 14:59
Gasolina especial usada em testes de veículos custa até R$ 150 por litro e é essencial para homologação, consumo e controle de emissões.
Gasolina especial usada em testes de veículos custa até R$ 150 por litro e é essencial para homologação, consumo e controle de emissões.
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Produto especial usado em testes de veículos atinge valor elevado, tem formulação controlada e é essencial para garantir padronização nos resultados de consumo e emissão no Brasil.

A gasolina de referência, conhecida como E22 ou A22, alcança valores que impressionam: chega a custar até R$ 150 por litro, segundo dados atualizados até junho de 2025.

Diferente do combustível vendido nos postos, esta gasolina é utilizada em procedimentos de homologação de veículos no Brasil e possui características bastante controladas, fundamentais para garantir a precisão em testes automotivos e ambientais.

O que é gasolina de referência e por que custa caro

A composição da gasolina de referência é um dos pontos centrais que justificam seu alto valor.

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Conforme informações do portal UOL, o produto contém exatamente 22% de etanol anidro – responsável pela denominação E22 – e apresenta 93 octanas (método RON, Research Octane Number).

Apesar desses números, o aspecto visual, o cheiro e a coloração permanecem iguais aos da gasolina comum.

Entretanto, a principal diferença está na ausência de variações: densidade, teor de enxofre e outros parâmetros físico-químicos são rigidamente mantidos, sem as margens de tolerância que existem no combustível comercializado nos postos.

Enquanto a gasolina comum vendida ao consumidor final possui atualmente 27% de etanol anidro, e passará para 30% a partir de agosto de 2025 conforme o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a gasolina de referência se mantém com 22%, preservando uma padronização essencial para os testes.

Esse padrão não se restringe apenas à gasolina: o etanol usado nos ensaios também é produzido com especificações estritas, o que garante que resultados de consumo e emissões não sejam distorcidos por fatores externos.

Para que serve a gasolina de referência

A função primordial da gasolina de referência, portanto, não é abastecer veículos nas ruas, mas servir como base para a homologação dos motores.

Montadoras, laboratórios e órgãos de fiscalização utilizam esse combustível em ensaios laboratoriais que aferem o desempenho, o consumo de combustível e a emissão de poluentes dos automóveis comercializados no Brasil.

De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), essa uniformidade permite que veículos da mesma categoria sejam avaliados sob condições idênticas, eliminando eventuais distorções provocadas por variações no combustível.

Na prática, ao utilizar a gasolina de referência, engenheiros automotivos conseguem determinar, com maior exatidão, se um novo modelo cumpre todos os limites de emissões e eficiência energética estabelecidos pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV).

Dessa forma, as tabelas de eficiência e economia de combustível, divulgadas periodicamente pelo Inmetro, refletem resultados consistentes e comparáveis entre diferentes modelos e marcas, contribuindo para que consumidores tenham acesso a informações confiáveis na hora de escolher um veículo.

Como a gasolina tem garantia de integridade, engenheiros podem avaliar corretamente alterações na mecânica do carroImagem. (Imagem: Divulgação)
Como a gasolina tem garantia de integridade, engenheiros podem avaliar corretamente alterações na mecânica do carroImagem. (Imagem: Divulgação)

Por que o preço do litro é tão alto

Os elevados custos do litro da gasolina de referência se devem, sobretudo, ao rigoroso controle de qualidade e ao processo de fabricação em escala restrita.

Ao contrário dos combustíveis produzidos em grandes volumes para o mercado, a gasolina de referência é fabricada sob encomenda, em pequenos lotes, com insumos monitorados em todas as etapas.

Isso envolve testes laboratoriais detalhados, rastreamento de cada componente e ausência de qualquer tipo de aditivo ou contaminante.

Além disso, a distribuição desse combustível ocorre de forma limitada, atendendo apenas montadoras, laboratórios credenciados e órgãos reguladores.

Uso além da homologação e padrão internacional

A aplicação da gasolina de referência não se limita à homologação de veículos novos.

Ela é fundamental em pesquisas de desenvolvimento de motores, testes de durabilidade, análise de novas tecnologias e processos de certificação internacional.

Com a adoção de critérios globais para medição de octanagem e emissões, a utilização desse combustível padrão coloca o Brasil em sintonia com as exigências de mercados internacionais e fortalece a credibilidade das avaliações realizadas no país.

Diferenças para a gasolina vendida nos postos

É importante destacar que a gasolina comercial disponível nas bombas segue padrões próprios estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Os percentuais de etanol anidro adicionados variam em função de políticas energéticas e ambientais, sendo atualizados periodicamente para balancear o uso de fontes renováveis e a segurança operacional dos motores.

Já o controle da gasolina de referência é ainda mais restrito, garantindo que qualquer alteração nos resultados dos testes seja, de fato, consequência de modificações técnicas nos veículos e não do combustível utilizado.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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