Gasolina com 30% de etanol prometia queda no preço, mas reduções foram discretas. Veja custo-benefício e valores por estado.
Nova gasolina E30 gera polêmica e frustração no bolso do consumidor
A gasolina com 30% de etanol anidro (E30) começou a ser vendida em todo o Brasil em 1º de agosto. O governo federal prometeu reduções de até R$ 0,11 por litro, mas, na prática, o efeito foi bem diferente.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio nacional caiu de R$ 6,15 em julho para valores entre R$ 6,04 e R$ 6,10 em agosto. Embora a queda tenha ocorrido, ela foi discreta e desigual entre os estados.
Onde a gasolina ficou mais barata?
Os dados oficiais mostram que Rondônia puxou a fila da queda, passando de R$ 6,83 em julho para R$ 6,68 em agosto. Maranhão e Piauí continuam com os menores valores do país, ambos abaixo de R$ 6, mantendo o custo-benefício mais atrativo.
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Além disso, estados como Alagoas, Ceará e Rio Grande do Sul também registraram reduções, ainda que pequenas, variando entre R$ 0,05 e R$ 0,07 por litro.
Onde a gasolina não caiu – e até subiu
Por outro lado, nem todos os motoristas sentiram alívio no bolso. O Mato Grosso registrou alta de R$ 0,12, enquanto o Rio Grande do Norte teve aumento de R$ 0,09. Sergipe e Tocantins também viram o preço da gasolina subir levemente.
Já no Norte, estados como Acre, Roraima e Amazonas continuam acima de R$ 7 por litro, apesar de pequenas variações negativas. Para quem depende diariamente do combustível, o custo-benefício segue comprometido.
Etanol pesa na conta e explica diferenças
Mas por que o preço da gasolina não caiu como prometido? A resposta está em fatores regionais. O ICMS, cobrado de forma distinta em cada estado, influencia diretamente no valor final.
Além disso, a maior demanda por etanol para compor a nova mistura impacta a oferta do biocombustível e pressiona preços. Margens de lucro de distribuidoras e postos também ajudam a explicar por que alguns locais tiveram quedas tímidas ou até aumentos.
Consumidor deve avaliar custo-benefício na hora de abastecer
Para motoristas, a lição é clara: acompanhar os preços por região e comparar gasolina e etanol. Em alguns estados, o etanol continua mais competitivo, sobretudo quando o valor representa até 70% do preço da gasolina.
Assim, embora a promessa fosse de economia significativa, a realidade mostrou que a redução não foi uniforme. O consumidor precisa avaliar o custo-benefício em cada abastecimento, já que o impacto final depende de múltiplos fatores econômicos e tributários.
Expectativas para os próximos meses
Especialistas afirmam que o mercado deve se ajustar lentamente. A presença de mais etanol na mistura pode aumentar a dependência da safra da cana-de-açúcar, tornando os preços mais sensíveis à oferta.
Enquanto isso, a fiscalização do repasse das reduções anunciadas segue como desafio. Até lá, a recomendação é monitorar os valores semanais divulgados pela ANP e buscar sempre o melhor custo-benefício entre gasolina e etanol.