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Gasolina com 80% de etanol, óleo fora da especificação e bombas com controle remoto: veja 6 armadilhas comuns em postos que passam despercebidas e podem destruir seu carro

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 26/08/2025 às 11:37
Fraudes em postos vão além da gasolina adulterada. Veja como identificar golpes com bombas, etanol, óleo falsificado e proteger seu carro.
Fraudes em postos vão além da gasolina adulterada. Veja como identificar golpes com bombas, etanol, óleo falsificado e proteger seu carro.
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Fraudes em postos de combustível vão muito além da gasolina adulterada e incluem práticas sofisticadas como bombas controladas por aplicativo, postos que imitam grandes marcas e até óleo lubrificante reutilizado. Entenda os principais golpes e como se proteger.

Motoristas vêm enfrentando fraudes que vão além da velha gasolina batizada e tornam o abastecimento um risco mecânico e financeiro.

O Instituto Combustível Legal (ICL) relata que seu programa de fiscalização com “cliente misterioso” percorreu milhares de postos em 2025 e gerou centenas de denúncias.

De acordo com o site Autoesporte, em matéria publicada nesta terça-feira (26), práticas como adulteração por solventes e metanol, bombas manipuladas por controle remoto, rótulos falsos e “postos clones” já se espalham pelo país e impactam do consumo extra à quebra de motor.

A seguir, o que muda na prática, como identificar sinais de alerta e quais cuidados reduzem a chance de prejuízo.

Fraudes em alta nos postos

De forma discreta, equipes do ICL abastecem como clientes comuns e coletam amostras para análise. Em 2025, o método já motivou grande volume de autuações e alertas às autoridades.

“Já constatamos até 80% de etanol misturado na gasolina, muito acima do novo limite de 30%”, afirma Faccio.

O órgão também mapeia irregularidades de preço, maquiagem de bandeira e fraudes volumétricas em bombas que, à primeira vista, parecem íntegras.

Gasolina adulterada: etanol, solventes e metanol

A mistura indevida é o golpe mais conhecido, mas ganhou sofisticação. Em carros flex, o veículo até roda, porém com eficiência comprometida e maior consumo.

Em modelos somente a gasolina, a adulteração pode causar falhas graves no motor. Além do excesso de etanol, há registros de solventes e do retorno do metanol em regiões do interior paulista.

O metanol é corrosivo e tóxico; segundo Faccio, frentistas e mecânicos ficam expostos, e o contato com os olhos pode causar danos severos.

Ainda há a prática de trocar produtos na bomba para cobrar mais: gasolina comum vendida como aditivada, e aditivada como se fosse premium. Sempre que possível, priorize estabelecimentos com procedência clara e reputação conhecida.

O Autoesporte destacou que fraudes desse tipo voltaram a crescer especialmente em cidades do interior, onde a fiscalização enfrenta mais dificuldades.

Etanol com água no abastecimento

Outra frente recorrente é a adulteração do etanol com água. O que antes era feito no tanque subterrâneo hoje, segundo o ICL, também pode ocorrer no momento do abastecimento, com água injetada diretamente no veículo.

Em consequência, a perda de desempenho aparece rápido, e componentes como bicos injetores podem sofrer.

Evitar o problema passa por abastecer onde você já confia ou tem indicação confiável e, preferencialmente, com bandeira oficial de distribuidora.

Fraudes em postos vão além da gasolina adulterada. Veja como identificar golpes com bombas, etanol, óleo falsificado e proteger seu carro.
Fraudes em postos vão além da gasolina adulterada. Veja como identificar golpes com bombas, etanol, óleo falsificado e proteger seu carro.

Fraude volumétrica: a “bomba burra”

Quando o mostrador indica um volume que não entrou de fato no tanque, há fraude volumétrica.

O ICL identifica penalidades expressivas nesse tipo de irregularidade e relata a existência de “bombas chipadas” que podem ser ativadas ou desativadas conforme o risco de fiscalização.

“É possível controlar o acionamento por controle remoto e até aplicativo”, diz Faccio. Para se proteger, o consumidor pode adotar um hábito simples: peça por litros, não por valor.

Em vez de “R$ 150 de gasolina”, solicite “20 litros”. É a referência usada em fiscalizações e ajuda a confrontar números incompatíveis com a capacidade do tanque.

“Postos clones” e preços muito abaixo da média

A busca pelo menor preço é combustível para golpes. Faccio alerta que, se a região pratica um valor e um posto oferece algo muito abaixo da média, o risco de fraude cresce. “Neste mercado não existe mágica”, resume.

Para atrair motoristas em poucos segundos, alguns estabelecimentos imitam cores, logotipos e uniformes de redes conhecidas, dando a impressão de bandeira oficial quando não há vínculo algum.

O caso do posto 13R, que reproduzia a identidade visual de uma marca famosa, é citado pelo ICL como exemplo de lesão ao consumidor.

Ao se deparar com fachadas semelhantes às de marcas tradicionais, verifique documentos de identificação no caixa, busque notas fiscais condizentes e desconfie de descontos agressivos sem explicação plausível.

Segundo levantamento mencionado pelo Autoesporte, o tempo médio de decisão para o motorista escolher entrar em um posto é de apenas sete segundos, o que facilita o sucesso de imitações visuais.

Pagamento apenas em dinheiro ou Pix

Outro sinal de alerta é o posto que, em determinados horários, aceita apenas dinheiro ou Pix.

“Não abasteça em postos que só aceitam dinheiro ou transferência a partir das 20h de sexta-feira. Você estará entregando dinheiro para o bandido”, afirma Faccio.

Segundo o ICL, esses períodos coincidem com janelas de menor fiscalização, exploradas por organizações criminosas para lavagem de dinheiro.

Nessas situações, a qualidade do combustível tende a ser inferior, com reflexos imediatos em desempenho e, a médio prazo, em manutenção.

Óleo lubrificante irregular e falsificado

O aviso de “nível baixo” seguido da oferta para completar pode esconder outra armadilha.

A pirataria de óleos cresce, e há relatos de produto fora da especificação indicada no rótulo, fornecido por revendedores não autorizados, e até óleo reutilizado, retirado de outro carro e devolvido ao frasco.

Golpistas exploram a falta de familiaridade de parte dos motoristas com o manual do veículo.

O caminho mais seguro é conhecer exatamente a especificação recomendada pelo fabricante e optar por lubrificantes com selo da ANP.

Em qualquer troca, exija nota fiscal do serviço e do produto para resguardar seus direitos caso surjam problemas posteriores.

Como reduzir riscos no abastecimento

Ninguém precisa ser químico para evitar prejuízo. Há medidas práticas que diminuem a exposição.

Comece por reputação: pergunte a amigos, familiares e vizinhos, observe avaliações de consumidores e priorize locais conhecidos.

Em seguida, padronize a forma de abastecer, pedindo por litros e acompanhando o visor desde o zero.

Ao notar comportamento estranho do carro logo após o abastecimento, guarde o comprovante, anote data, hora e quilometragem, e procure um mecânico de confiança para diagnóstico.

Enquanto isso, evite continuar rodando com o mesmo combustível para não agravar um dano em curso.

Onde denunciar irregularidades

Irregularidades não são inevitáveis. Em caso de suspeita, o consumidor pode acionar os canais de denúncia da ANP e registrar ocorrência no portal do ICL.

Quanto mais informações, melhor: endereço do posto, bandeira declarada, horário do abastecimento, fotos do painel da bomba e a nota fiscal ajudam a instruir a fiscalização.

Ao reportar, você protege não só o seu bolso, mas reduz o espaço de atuação de redes golpistas que dependem do volume para se manter ativas.

Sinais para identificar postos suspeitos

Alguns indícios ajudam a decidir se vale encostar. Desconfie de descontos muito agressivos sem justificativa, de bandeiras que parecem “quase iguais” às originais e de políticas de pagamento restritas em horários específicos.

Atenção também a bombas que não são zeradas à sua vista, a frentistas que se opõem ao pedido por litros e a ofertas insistentes de troca de óleo com produto sem comprovação de origem.

Na dúvida, opte por adiar o abastecimento até chegar a um posto de confiança e, se for o caso, registre a ocorrência.

Por fim, informação é o melhor antídoto. Conhecer a capacidade do seu tanque, a especificação do óleo e os preços médios da sua região dá base para identificar distorções.

O ICL reforça que procedência e comprovante são suas principais garantias. E você, que sinais costuma observar antes de escolher onde abastecer?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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