A Argentina se prepara para exportar até 30 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente para o Brasil, fortalecendo a parceria energética entre os países.
A integração energética na América do Sul deu um passo importante com a assinatura de um contrato que permitirá a exportação de gás natural da Argentina para o Brasil, utilizando a infraestrutura de transporte da Bolívia.
A estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) anunciou o acordo em 26 de novembro de 2024, destacando a importância do projeto para o mercado regional de gás.
O contrato, firmado durante o “Fórum Internacional de Hidrocarbonetos, Fertilizantes, Energias Renováveis e Alternativas” em Santa Cruz, envolve a francesa TotalEnergies e o Grupo Matrix Energia do Brasil.
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Essas empresas confirmaram a assinatura à agência Reuters, embora detalhes específicos, como os volumes de gás a serem transportados, não tenham sido divulgados.
Objetivo da parceria
A iniciativa visa facilitar o transporte do gás natural proveniente da formação de Vaca Muerta, na província argentina de Neuquén, até o Brasil.
Para isso, será utilizada a rede de gasodutos boliviana, que conecta os três países. Essa infraestrutura é considerada crucial para a integração energética sul-americana, beneficiando o mercado regional de gás.
O ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, destacou que o país pretende importar até 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia da Argentina até 2030.
Inicialmente, a expectativa é de importar 3 milhões de metros cúbicos diários, com um aumento para 10 milhões nos próximos três anos. Esses números foram estabelecidos em um memorando de entendimento assinado entre os dois países.
Para viabilizar a exportação, a TotalEnergies obteve duas licenças para exportar gás natural das bacias Austral e de Neuquén para o Brasil.
O Grupo Matrix Energia, por sua vez, recebeu autorização para importar e comercializar o produto em solo brasileiro. O transporte internacional será realizado pela YPFB até a fronteira com o Brasil, utilizando a infraestrutura existente.
A conclusão das obras do Gasoduto do Norte, na Argentina, será fundamental para que o gás de Vaca Muerta alcance as regiões norte do país e os países vizinhos, como Chile, Bolívia e Brasil. A reversão do fluxo de gasodutos existentes também é uma estratégia em discussão para facilitar o transporte do insumo.
Este acordo representa um marco na cooperação energética regional, fortalecendo os laços entre Argentina, Bolívia e Brasil. Além disso, busca atender à crescente demanda por gás natural no mercado brasileiro, contribuindo para a diversificação das fontes de energia e a redução de custos para os consumidores.