Uma das maiores distribuidoras de gás aposta em app, dados e parcerias para capturar alta prevista no consumo com o novo programa social do Governo Federal.
A Nacional Gás, uma das maiores empresas distribuidoras do GLP no Brasil, prepara um salto digital. A empresa quer agilizar pedidos e entregas com um aplicativo para revendedores, inspirado em marketplaces. O plano busca eficiência, dados e ganho de escala.
A estratégia casa com o Gás do Povo, programa federal que dará recarga gratuita do botijão de 13 kg a famílias do CadÚnico. A adesão de revendas começou em 23 de outubro e a transição inicia em novembro.
A companhia estima aumento de demanda no setor de 7% até 2026. Para atender, abriu ciclo anual de R$ 150 milhões em tecnologia e prevê R$ 350 milhões extras na compra de botijões.
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Com 25,06% de participação, a Nacional Gás é uma das maiores em vendas de GLP no país, juntamente com a Copa Energia. A ANP mantém painel público que acompanha o mercado.
Executivos dizem que o aplicativo, no estilo “iFood do botijão”, já é o principal canal de pedidos no piloto. O foco é reduzir tempo de operação e integrar crédito, estoque e logística em um só fluxo.
Gás do Povo muda a logística e pode acelerar as recargas
O Gás do Povo substitui o Auxílio Gás, com algumas mudanças, e promete gratuidade na recarga do P13 em revendas credenciadas. A meta é alcançar mais de 15 milhões de famílias e cerca de 50 milhões de pessoas.
O MME abriu o credenciamento de revendas em 23/10. A Caixa fará a validação eletrônica e o pagamento em até dois dias úteis para quem entregar a recarga. Adesão é voluntária.
Segundo o governo, com 100% de cobertura o programa pode chegar a 65 milhões de recargas por ano a partir de 2026, alterando o pulso de compras dos varejistas.
App “Minha Revenda” quer ser o hub do revendedor de GLP
O Minha Revenda centraliza pedidos, saldo de crédito, histórico de consumo e programação de trocas de vasilhames. A ideia é dar visibilidade de estoque e previsão de demanda.
No piloto, 4,3 mil dos mais de 6 mil parceiros já operam no app, segundo a companhia. A meta é atender 100% até 2026, com pedidos migrando do 0800 e do site.
A empresa compara a experiência à de marketplaces populares como o iFood. O desenho busca reduzir atritos de compra e padronizar rotinas nas revendas espalhadas pelo país.
Investimento, ERP e IA: a engrenagem de dados do Grupo Edson Queiroz
O grupo controlador reportou R$ 12,8 bilhões em receita e R$ 1,7 bilhão de EBITDA em 2024, alta de 36% sobre 2023. A agenda inclui SAP S/4HANA e núcleo de IA corporativa.
Na Nacional Gás, o plano diretor prevê R$ 750 milhões em cinco anos, com ênfase em tecnologia e logística. O objetivo é transformar o app em central digital de serviços.
A coleta de dados estratégicos deve melhorar o planejamento de rotas, produção e compras, reduzindo custos por entrega e ociosidade de frota.
Teste com Zé Delivery e venda direta ao consumidor
Em paralelo, a empresa testa parceria com o Zé Delivery em MG e CE para venda direta ao consumidor via revendedores credenciados. A expansão nacional não tem prazo.
A presença em apps de conveniência pode encurtar o tempo de entrega do P13 e ampliar a capilaridade em áreas urbanas, sem desmontar a rede de revendas.
A marca já promove pedidos pelo Zé Delivery em campanhas de marketing, alinhando comunicação e operação no canal digital.
Gargalo de botijões e possível importação para suprir a demanda
Com a previsão de +30 milhões de cargas anuais no setor, o Sindigás vê necessidade de até 10 milhões de novos vasilhames até 2026, algo perto de R$ 2 bilhões de investimento setorial.
A Nacional Gás planeja 1 milhão de novos botijões em 2026 e admite importação da China se a indústria local não suprir. A capacidade atual soma 5,3 milhões/ano.
No curto prazo, a empresa reservou R$ 350 milhões para cilindros, além do capex de tecnologia, para acompanhar o ritmo do Gás do Povo.
O que muda para o consumidor e para a revenda
Para famílias do CadÚnico, a recarga será validada na revenda com cartão, CPF com código ou, em 2026, pelo aplicativo oficial. O benefício não inclui vasilhame nem eventual frete.
Para o revendedor, a Caixa pagará a recarga em até dois dias úteis após a entrega validada. A regra segue portaria interministerial que define preço de referência por estado.
Na prática, fluxos digitais e pagamento rápido tendem a encurtar capital de giro e puxar mais previsibilidade para compras e estoques regionais.
Você acha que o “iFood do botijão” favorece o consumidor ou concentra poder nas líderes? O Gás do Povo distorce competição de preços ou corrige falhas de acesso? Comente abaixo como sua cidade compra gás hoje e o que espera dessa digitalização.



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