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Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 35 comentários

Garçonete recebe um bilhete de loteria como gorjeta, ganha R$ 50 milhões e processa os colegas de trabalho que exigiram uma parte do prêmio

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 11/10/2025 às 12:38
Garçonete recebe bilhete de loteria, enfrenta processo judicial nos Estados Unidos após prêmio milionário e disputa entre colegas.
Garçonete recebe bilhete de loteria, enfrenta processo judicial nos Estados Unidos após prêmio milionário e disputa entre colegas.
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O caso real da garçonete norte-americana que recebeu um bilhete de loteria como gorjeta, ganhou R$ 50 milhões e enfrentou disputas judiciais, problemas fiscais e até um sequestro após a vitória inesperada

Em 1999, uma simples gorjeta mudou completamente a vida de Tonda Dickerson, garçonete de um restaurante da rede Waffle House, no Alabama, Estados Unidos. Um cliente regular lhe entregou um bilhete de loteria como gorjeta, gesto que parecia comum para quem costumava brincar com raspadinhas. Mas o que parecia apenas mais um presente simbólico se transformou em um prêmio milionário de US$ 10 milhões, o equivalente a cerca de R$ 50 milhões. A partir daí, a sorte deu lugar a uma sequência de processos, conflitos e acontecimentos dramáticos que marcaram sua história.

A inesperada fortuna fez de Tonda uma celebridade instantânea, mas também alvo de disputas judiciais com colegas, com o próprio cliente e com a Receita Federal dos Estados Unidos. Anos depois, ela desabafaria dizendo que o prêmio “arruinou sua vida”.

A gorjeta premiada que virou caso de Justiça

Garçonete recebe um bilhete de loteria como gorjeta, ganha R$ 50 milhões e processa os colegas de trabalho que exigiram uma parte do prêmio

Na época, Tonda trabalhava em um turno comum quando Edward Seward, um cliente habitual, lhe deu o bilhete de raspadinha.

Ele tinha o costume de distribuir bilhetes entre os funcionários como forma de agradecimento e, segundo testemunhos, já havia brincado dizendo que “dividiria o prêmio” se algum deles ganhasse algo.

Dias depois, ao raspar o bilhete, Tonda descobriu que havia ganho US$ 10 milhões. A notícia se espalhou rapidamente pelo restaurante, mas a celebração deu lugar a um conflito jurídico.

Quatro colegas de trabalho processaram Tonda, alegando que havia um acordo verbal entre os funcionários para dividir qualquer prêmio vindo dessas gorjetas.

Os colegas exigem parte do prêmio e a Justiça decide

O caso seguiu para os tribunais do Alabama. Na primeira decisão, a Justiça reconheceu parcialmente o pedido dos colegas, entendendo que, se o bilhete fosse considerado uma gorjeta, o valor deveria ser dividido.

Porém, Tonda recorreu à Suprema Corte do Estado, que acabou decidindo a seu favor.

O tribunal concluiu que um bilhete de loteria não se enquadra como gorjeta comum, e que não havia prova concreta de um acordo formal de divisão.

Assim, ela pôde manter o prêmio integralmente.

Mesmo com a vitória, o episódio deixou marcas: a garçonete se afastou dos antigos colegas e passou a enfrentar forte atenção da mídia, tornando-se símbolo de um raro caso em que a sorte virou problema.

O cliente também tentou reivindicar o prêmio

O próprio Edward Seward, cliente que havia dado o bilhete, entrou com uma ação contra Tonda.

Ele afirmou que ela prometeu comprar-lhe um caminhão caso ganhasse e, ao não cumprir, teria violado um acordo verbal.

O tribunal novamente decidiu a favor da garçonete, reconhecendo que o bilhete havia sido dado como gorjeta e que não havia prova de obrigação contratual.

Essa segunda vitória judicial reforçou o entendimento de que a doação de um bilhete de loteria transfere a titularidade para quem o recebe, tornando o novo dono o único legítimo ganhador.

Problemas fiscais e o processo da Receita Federal

Logo após o prêmio, Tonda decidiu transferir o dinheiro para uma empresa familiar com o objetivo de evitar impostos sobre doações e tentar administrar melhor os ganhos.

A decisão acabou gerando uma nova dor de cabeça: a Receita Federal dos Estados Unidos (IRS) abriu um processo por fraude fiscal.

Ela foi obrigada a pagar mais de US$ 1 milhão em impostos e multas, o que reduziu parte da fortuna conquistada.

Esse processo marcou o início de uma fase em que Tonda, embora milionária, passou a conviver com advogados, audiências e auditorias constantes, em vez de desfrutar da riqueza conquistada.

O sequestro e o ataque do ex-marido

A situação de Tonda piorou em um episódio de violência. Poucos anos após o prêmio, ela foi sequestrada pelo ex-marido, Stacy Martin, que exigia parte do dinheiro.

Durante o sequestro, a garçonete conseguiu reagir e atirou no peito dele em legítima defesa.

O ex-marido sobreviveu, mas foi condenado a uma breve pena de prisão.

O caso chocou a opinião pública e consolidou a imagem de Tonda como uma mulher que teve sua vida virada de cabeça para baixo por um prêmio que, em tese, deveria ter lhe trazido conforto.

A vida após o prêmio milionário

Depois de todos os processos e traumas, Tonda optou por receber o prêmio em pagamentos anuais de US$ 375 mil, distribuídos ao longo de 30 anos, o que lhe garantiu maior controle financeiro.

Mesmo assim, ela decidiu voltar a trabalhar, assumindo o cargo de dealer de blackjack e pôquer em um cassino, para manter uma rotina estável e distante dos holofotes.

Atualmente, leva uma vida discreta e reservada, evitando a mídia e raramente concedendo entrevistas.

Sua trajetória é lembrada como um dos casos mais emblemáticos sobre os efeitos colaterais da sorte repentina e os riscos jurídicos e emocionais de uma fortuna inesperada.

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Mag
Mag
13/10/2025 12:58

Dar um caminhão pro cara que me fez milionária, é o mínimo que eu devia fazer. Devia dar sorrindo. Quanto as colegas de trabalho se realmente havia o hábito de juntar as gorgetas menores e dividir igualmente eu teria dividido. Veio de graça e qualquer coisa seria lucro. E claro que daria metade pro meu marido, já dividimos o pouco que temos, porque não dividiria o muito? Tudo que ela sofreu, e ainda ficou barato, foi karma ruim por pura ganância. Bem feito pra ela. Ainda sofreu pouco…

Fernando Molfatti
Fernando Molfatti
Em resposta a  Mag
13/10/2025 17:34

Invejosa!!!

Falador
Falador
Em resposta a  Mag
18/10/2025 11:59

Vc entendeu que era EX marido né?? Teria que dar nada…ex é ex, já teve sua vez.

Marcelo luiz
Marcelo luiz
13/10/2025 08:53

Era muito mais sabio…ao descobrir que ganhou..ficar calada… falar que perdeu o bilhete….esperar um pouco.. e comprar outro.. …falar que ganhou no outro

Pedro Luz
Pedro Luz
Em resposta a  Marcelo luiz
13/10/2025 11:08

Realmente, o problema é que existem pessoas que não conseguem guardar segredo nem de si mesmo. Uma vez a avó da minha esposa perguntou o que eu pretendia fazer no terreno que eu tinha, eu comentei com ela e ela na hora me olhou no fundo dos olhos e disse, meu filho vou te dar um conselho, nunca conte seus sonhos e projetos a ninguém, pq as pessoas não ficam felizes com quem pode melhorar a situação em que está! Guarde pra vc. Pensando sobre o que ela havia me falado, mudei de endereço pois havia nascido ali, fiz o que sonhava no terreno e segui a risca o conselho dela.

Obs. Todos os 10 filhos dela são bem sucedidos e netos formados em medicina, direito, psicologia, empresários…..

Helena
Helena
Em resposta a  Marcelo luiz
13/10/2025 18:37

FALOU tudo. Recebi um bom dinheiro e só comentei com uma amiga de anos. Não dei detalhes e vivo minha vidinha. Não comprei nada grande como carro nem nada. Não comprei imóveis pois já tenho casa própria e são mais de uma.
Paguei umas contas atrasadas dos imóveis. Poderia investir em outros mais estou bem.
Ano que vem tenho planos de uma TB e geladeira. Agora não pois estou ajeitando aos poucos. Minha geladeira funciona e só ta muito carecada. A TV pifou mesmo. Estou usando uma que não usava na sala no meu quarto agora. E assim sigo quietinha.🤫🤫🤫

Wesley santos
Wesley santos(@pereiradossantos_wesley)
Active Member
13/10/2025 05:55

Algumas coisas bem simples poderiam ter melhorado 100% a vida dela, primeiro lugar ela poderia ter sido grata ao cara que deu o bilhete a ela e dado o caminhão, poderia ter dado tambem algum dinheiro aos colegas (valor simbolico) com 1 milhão de dólares ela resolveria esses dois problemas, e foi justamente o valor que ela perdeu pra receita por fraude fiscal, as pessoas sao assim, hoje nao tem nada mas se ganham 1 real ja mudam completamente. O ex marido foi a mesma coisa ela simplesmente poderia dividir o prêmio com ele, 5 milhões é melhor do que morta em um caixão sem desfrutar de nada. Por que ela poderia ter morrido no sequestro dele. Enfim a única coisa que eu pensei nessa história foi no anel de poder do senhor dos aneis

Leorio
Leorio
Em resposta a  Wesley santos
13/10/2025 08:42

E tu acha que os colegas queriam pouco? Provavelmente queria rachar em partes iguais, ela deveria éra ter ido embora, deixado todo mundo pra trás, depois que ganhou ela descobriu quem eram de verdade os que estavam a sua volta

Mag
Mag
Em resposta a  Leorio
13/10/2025 13:08

Não dá pra se esconder do Karma ruim. Alma podre a dela, não deu nem um caminhão pra pessoa que deu o bilhete premiado. Se eu tivesse o hábito de dividir as gorgetas teria dividido o dinheiro também. E nunca deixaria de dividir com o meu marido porque sempre dividimos tudo. Fácil vem, fácil vai. É assim que se testa o caráter das pessoas. Acha que sofreu? Pra mim saiu barato…

Rodrigo stadnik
Rodrigo stadnik
Em resposta a  Wesley santos
13/10/2025 13:05

Errado, a melhor coisa a se fazer é manter sigilo, nem sua sombra pode ficar sabendo disso, pois mesmo vc oferecendo o tal do caminhão ao homem, ele nao ficaria satisfeito e sempre iria querer mais. As pessoas são assim mesmo, qdo tem milhões em jogo são capazes de devorar a pessoa para pegar o bilhete, por isso ela deveria ter ficado em silêncio, pedir demissão e dizer que iria mudar de estado por conta de alguma coisa que fosse realista e então viver e desfrutar do que o universo a concedeu… e ****-se os outros.

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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