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Ganha R$ 2.000 e acha que vai se aposentar com R$ 2.000? Cuidado: a média desde 1994 derruba valor final

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 17/09/2025 às 09:09
Quem ganha R$ 2.000 nem sempre terá esse valor na aposentadoria. O INSS aplica o cálculo da aposentadoria com base no Plano Real, o que reduz o salário de benefício e derruba o valor final.
Quem ganha R$ 2.000 nem sempre terá esse valor na aposentadoria. O INSS aplica o cálculo da aposentadoria com base no Plano Real, o que reduz o salário de benefício e derruba o valor final.
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O cálculo da aposentadoria não replica o salário atual: o INSS considera a média de todos os salários desde julho de 1994, o que pode derrubar o benefício final.

Muita gente acredita que, ao ganhar R$ 2.000 por mês, o valor ao se aposentar será exatamente esse. Mas, como explica o advogado Edmilson Almeida – Advocacia Previdenciária, essa expectativa é um erro comum. O INSS não se baseia apenas no salário mais recente, e sim em uma média histórica que começa em julho de 1994, quando entrou em vigor o Plano Real.

Isso significa que salários antigos, muitas vezes mais baixos, entram no cálculo e reduzem a média final. Mesmo contribuições de R$ 600, R$ 800 ou R$ 1.000 feitas no passado pesam na conta, derrubando o valor que você efetivamente vai receber ao se aposentar com R$ 2.000 como expectativa.

Como a média é calculada

De acordo com a regra atual, o INSS considera 100% das contribuições feitas desde julho de 1994, atualizadas por índices oficiais.

Diferente do que muitos imaginam, não há descarte automático dos menores salários: todos entram no cálculo.

Na prática, isso torna a aposentadoria mais baixa do que o salário que a pessoa recebe hoje.

Segundo Edmilson Almeida, esse é o ponto mais crítico:

”Não importa se hoje você ganha R$ 2.000. Se no passado contribuiu com valores menores, essa diferença vai puxar a média para baixo”.

O coeficiente que reduz ainda mais

Além da média, existe outro fator decisivo: o coeficiente aplicado sobre o salário de benefício.

Na aposentadoria por idade, por exemplo, o valor inicial é 60% da média, acrescido de 2% para cada ano que ultrapassar 15 anos de contribuição (mulheres) ou 20 anos (homens).

Ou seja, um trabalhador homem com 20 anos de contribuição e média de R$ 2.000 teria apenas 60% desse valor: R$ 1.200.

Como esse valor é inferior ao salário mínimo, ele acabaria recebendo o piso previdenciário. Só com mais tempo de contribuição o valor aumenta.

Diferença entre tipos de aposentadoria

Nem todas as regras são iguais.

Em casos de aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de trabalho, por exemplo, o cálculo é mais vantajoso:

O segurado tem direito a 100% da média. Já nas regras de transição, como pedágios ou pontos, os critérios variam bastante.

Por isso, dois trabalhadores com a mesma média de R$ 2.000 podem se aposentar com valores muito diferentes, dependendo da modalidade escolhida e do tempo de contribuição total.

Planejamento previdenciário é essencial

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O que esses exemplos mostram é que o planejamento previdenciário não é opcional.

Quem espera aposentar com R$ 2.000 precisa revisar o histórico de contribuições, simular cenários e avaliar se vale a pena esperar mais alguns anos para aumentar a renda final.

Segundo Edmilson Almeida, “a pressa pode custar caro”.

Muitas vezes, adiar o pedido de aposentadoria garante um valor significativamente maior, que fará diferença para o resto da vida.

Aposentadoria não é um reflexo imediato do salário atual, mas sim de uma média histórica somada a regras de cálculo específicas.

Quem acredita que vai se aposentar com R$ 2.000 porque esse é o valor do contracheque pode se surpreender negativamente.

E você, já calculou quanto realmente vai receber ao se aposentar? Acredita que as regras são justas ou considera que deveriam ser revistas? Compartilhe sua opinião nos comentários — sua experiência pode ajudar outras pessoas a entender melhor esse tema.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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