O futuro do Hidrogênio Verde no Brasil está avançando no Nordeste, principalmente nos estados da Bahia, Pernambuco e Ceará. A expectativa é que milhões sejam investidos para a produção do combustível.
Os estados da Bahia, Pernambuco e Ceará, na região Nordeste, são o grande foco das negociações para fortalecer a produção e exportação do hidrogênio verde no país. O Summit Hidrogênio Verde, de CartaCapital, recebeu para sua última mesa representantes e gestores envolvidos nas discussões após tratar do panorama do Brasil em relação ao cenário internacional e dos investimentos governamentais e empresariais no setor. O Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará, ganhou destaque ao criar o HUB do Hidrogênio Verde, ainda no último ano, com o governo do estado e em parceria com empresas brasileiras.
100% do Hidrogênio Verde produzido no Ceará será exportado para Europa
Segundo a gerente comercial do Complexo do Pecém, Alessandra Grangeiro, a empresa está atuando na instalação de um projeto-piloto com a EDP, chamado de laboratório vivo, para avançar com a economia de Hidrogênio Verde.
O projeto no Nordeste conta com uma usina solar de 3 MW e um módulo eletrolisador com capacidade de produção de 250 Nm3/h de H2 com garantia de origem renovável. A ideia inicial do combustível do futuro gerado no Complexo do Pecém é destinar toda a exportação, no início, para a Europa.
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No mês de maio, o Complexo do Pecém foi a única empresa brasileira a participar do World Rider and Summit, em Rotterdam, de acordo com a gerente. O evento contou com investidores globais de vários setores na Holanda. Ainda de acordo com Alessandra, o objetivo é gerar experiências e conhecimentos em todos os elos da cadeia de valor do hidrogênio verde.
Bahia receberá US$ 120 milhões em investimentos
O Polo de Camaçari, no estado da Bahia, conta com um projeto em desenvolvimento da Unigel para instalar uma fábrica de hidrogênio verde, com a projeção de início das atividades já no próximo ano. O investimento estimado no empreendimento gira em torno de US$ 120 milhões de dólares, com o objetivo de gerar uma capacidade de produção de 10 mil toneladas por ano.
De acordo com o superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Paulo Guimarães, atualmente, o principal foco é atender o mercado interno, seja o hidrogênio para ser consumido industrialmente em Camaçari, seja a amônia para ser consumida para a geração de fertilizantes e, simultaneamente, suprir a demanda do mercado externo, se assim houver demanda.
Guimarães ressalta que já está sendo discutido com outras empresas para a instalação de projetos de produção de combustíveis renováveis. Essa é uma demanda que deve ser mais rápida.
O mercado aéreo e o mercado marítimo estão começando a exigir etanol verde e combustível de aviação, desta forma, é um foco que uma dessas empresas está conversando com a Bahia. O Polo de Camaçari, no Nordeste, está começando também a discutir a questão do aço verde e fertilizantes, pois possui projetos de mineração sendo desenvolvidos na Bahia.
Pernambuco conta com 224 empresas instaladas
No estado de Pernambuco, o Porto de Suape estabelece a produção de hidrogênio verde em um setor de pesquisa de desenvolvimento e qualificação através do cluster de inovação. De acordo com o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Suape, Carlos Cavalcanti, a empresa tem todo o interesse em fazer a exportação.
Essa estratégia é o segundo plano do ponto de vista daquilo que é esperado por Pernambuco, que o consumo pode se dar localmente, porque possui cerca de 224 empresas instaladas em um complexo industrial portuário.
O executivo ressalta que a segunda estratégia que deu o resultado mais rápido do ponto de vista da instalação foram os projetos de pesquisa e desenvolvimento e inovação, que possui, como uma âncora, o tech-hub.