Uma jóia da Volkswagen alemã. O Fusca automático que virou peça de museu no Brasil. Veja onde visitar esse carro clássico raríssimo e entenda como funciona seu câmbio diferente
Um Fusca automático, fabricado na Alemanha em 1970, que jamais foi oferecido oficialmente no mercado brasileiro, agora está em exposição no interior de São Paulo. Essa raridade faz parte do acervo do Museu Dream Car, em São Roque, e está atraindo olhares de apaixonados por carros antigos, curiosos e colecionadores.
Ele representa um capítulo especial da história automotiva. Afinal, poucos brasileiros sabem que existe um Fusca equipado com câmbio automático. E não se trata de uma adaptação, mas sim de um projeto original da própria Volkswagen.
Um achado raro que veio de Lima no Peru direto para São Paulo
Quem trouxe essa preciosidade para o Brasil foi Márcio Guerino, colecionador e entusiasta de veículos clássicos da Volkswagen. A história é no mínimo curiosa. Márcio sempre teve aquela dúvida que não saía da cabeça: será que existiu de fato um Fusca automático produzido de fábrica?
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Decidido a encontrar a resposta, ele começou uma verdadeira caçada na internet. Depois de algum tempo de pesquisa, localizou exatamente o que buscava. Um exemplar perfeito, guardado no acervo de um colecionador em Lima, no Peru. Foram meses de negociação até que, em março de 2024, o carro embarcou em um navio rumo ao Brasil, desembarcando no Porto de Santos com apenas 55 mil quilômetros rodados. Um verdadeiro milagre sobre rodas, praticamente novo, considerando seus mais de 50 anos.
Como funciona esse Fusca automático? Spoiler, é bem diferente do que você imagina
O câmbio desse Fusca não é automático do jeito que conhecemos hoje nos carros modernos. Na verdade, ele é fruto de uma ideia bem engenhosa, criada pelos engenheiros da Volkswagen no final dos anos 60. O sistema ficou conhecido como Autostick e combinava características do câmbio manual com elementos de automação.
A primeira marcha foi eliminada e o pedal de embreagem simplesmente desapareceu. No lugar, foi instalado um conversor de torque hidráulico, responsável por acionar e desacoplar a embreagem automaticamente, sem intervenção do motorista.
Mas atenção, não se trata de um câmbio automático convencional. Quem dirige ainda precisa selecionar manualmente as marchas. A diferença é que não há necessidade de apertar um pedal de embreagem, o que torna a condução bem mais prática para os padrões da época.
O câmbio oferece três marchas e uma ré, distribuídas assim.
- “L” (Low): corresponde à antiga segunda marcha, usada para subidas, terrenos difíceis ou quando o carro está pesado.
- “1”: equivalente à terceira marcha da caixa manual, ideal para o uso urbano.
- “2”: substitui a quarta marcha, perfeita para pegar estrada.
O motor que equipa esse Fusca segue a clássica configuração boxer de quatro cilindros, com 1.500 cilindradas, refrigerado a ar. Entrega 52 cavalos de potência e 10,3 kgfm de torque, desempenho que fazia bonito nos anos 70.
Quem quiser entender mais sobre como funciona esse sistema pode conferir detalhes no site oficial da Volkswagen Heritage, que mantém um acervo riquíssimo sobre a história da marca, incluindo uma explicação completa sobre o Autostick.
Estilo alemão e tecnologia muito à frente do seu tempo
Se por dentro o Fusca automático já é uma aula de engenharia criativa, por fora ele também esbanja personalidade. Existem várias diferenças visíveis quando comparado aos modelos nacionais que rodaram aqui no Brasil.
Na tampa do motor, uma plaquinha com a inscrição Automatic já entrega de cara que esse não é um Fusca qualquer. As janelas laterais e o pára-brisa são visivelmente maiores, o que garante mais conforto, luminosidade e melhor visibilidade interna. As rodas são no estilo conhecidas como mexicanas, que não existiam nos modelos brasileiros.
E tem mais. Esse Fusquinha alemão já vinha equipado, em 1970, com itens que só seriam adotados muitos anos depois por aqui. É o caso do retrovisor do lado direito, do pisca-alerta, do bocal externo do tanque de combustível e do marcador de combustível integrado ao velocímetro, bem no centro do painel.
Se você gosta de comparativos e curiosidades, vale conferir também uma matéria completa da revista Quatro Rodas, que mostra como o Fusca brasileiro demorou bem mais tempo para adotar algumas dessas inovações.
Onde e como visitar essa raridade
O Museu Dream Car, que abriga essa verdadeira joia da história automotiva, fica em São Roque, cidade turística no interior de São Paulo, famosa pela rota do vinho e pelas atrações culturais. O espaço é um verdadeiro parque dos sonhos para qualquer apaixonado por carro clássico, reunindo desde modelos históricos da Volkswagen até muscle cars americanos e esportivos europeus.
Serviço completo do Museu Dream Car
Endereço, Estrada do Vinho, número 7.901, São Roque, São Paulo
Horário de funcionamento
- Terça a quinta: das 9h às 18h
- Sexta e sábado: das 9h às 19h
- Domingo e feriados: das 9h às 18h
Ingressos:
- R$ 39,90 (durante a semana)
- R$ 42,99 (meia: estudantes, idosos, professores, policiais e PcD)
- R$ 85,99 (inteira no fim de semana e feriados)