Representantes da categoria já tiveram o primeiro o encontro com o novo presidente da estatal brasileira. Na ocasião, mais de dez questões foram apresentadas.
O ex-senador Jean Paul Prates, nem chegou a esquentar a cadeira de presidente da Petrobras e já abriu diálogo com uma importante e forte ala trabalhista do setor petroleiro. O novo mandatário recebeu representantes dos sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) para uma reunião de abertura de diálogo com apresentação de várias demandas e reivindicações.
Ao menos 11 questões foram solicitadas como prioritárias. Entre as pautas apresentadas pelos petroleiros estão a revogação de demissões, punições e suspensões a trabalhadores, incluindo dirigentes sindicais, durante o governo de Jair Bolsonaro. Nós entramos em contato com a assessoria de comunicação da FUP para saber quantas demissões ocorreram nesse período, mas ainda não nos foi dado resposta.
As outras demandas apresentadas ao presidente da Petrobras também têm relação direta com direitos trabalhistas dos petroleiros (próprios e terceirizados, da ativa, aposentados e pensionistas). A categoria quer a suspensão imediata dos descontos na AMS e reconstrução do plano de saúde com revisão do custeio, da estrutura e da forma de financiamento, além do fim da APS.
- Vitória do petróleo e gás? Empresas petrolíferas estão se afastando da energia verde e faturando BILHÕES com combustíveis fósseis
- Petrobras choca o mundo ao prometer TRANSFORMAR o Brasil com investimento de US$ 111 BILHÕES e geração de milhares de empregos! Será a virada do país?
- Petrobras tem plano audacioso de investimentos: a área de exploração e produção contará com um orçamento de US$ 77 bilhões (R$ 440 bilhões), enquanto US$ 20 bilhões (R$ 114 bilhões) serão destinados ao refino
- Brasil e Argentina fecham mega-acordo para importar gás natural barato e revolucionar a integração energética na América do Sul!
A FUP exige ainda, de forma urgente, que o plano de benefício Petros não ultrapasse o teto de 40% nos descontos dos benefícios dos aposentados e pensionistas, como assistência médica e empréstimos, e que haja mudanças na política de remuneração variável (PLR x PPP). A categoria quer uma nova política de saúde e segurança, com mais investimentos e contribuições dos trabalhadores na concepção de SMS; e participação direta dos trabalhadores sobre os planos de transição energética da Petrobras. A lista com toda as reivindicações você confere aqui.
Preço dos combustíveis e novos investimentos são os principais desafios do novo presidente da Petrobras
O nome de Jean Paul Prates já era esperado assumir a presidência da Petrobras. Mas o nome ainda é visto com desconfiança por investidores. Logo após o anúncio, no último dia 27, as ações da companhia despencaram, fechando com uma queda de 2,75% na Bolsa de Valores de São Paulo.
Os investidores aguardam declarações mais claras de como será sua gestão. O mercado quer uma garantia de que não haverá intervenções internas na estatal petroleira. Mas para muitos analistas, as novas políticas da Petrobras só serão clara, de fato, com a posse dos novos diretores e membros do Conselho de Administração.
Preço dos combustíveis
Em relação aos combustíveis, o que acontece é que desde o inicio da guerra na Ucrânia os preços dos derivados do petróleo dispararam por aqui. Nesse período, vários planos foram discutidos, além da troca constante no comando da Petrobras.
O governo anterior conseguiu mexer nos impostos sobre os combustíveis, baixando os preços, mas gerando atrito com governadores. A manobra durou só até o último dia 25. A alta diminuiu a defasagem em relação aos preços internacionais para 7,87% e 12,58%, respectivamente.
O novo presidente da Petrobras quer um fundo (Conta de Estabilização) que serviria para frear a alta dos valores dos combustíveis nas bombas e reduzir o impacto da variação dos preços dos derivados do petróleo e do gás natural para o consumidor final.
A proposta (Projeto de Lei 1472/2021) já foi aprovada no Senado há cerca de um ano início de 2022. O próprio Jean Paul Prates foi o relator enquanto senador pelo Rio Grande do Norte. O projeto deve ser pauta agora da Câmara dos Deputados, na retomada dos trabalhos legislativos no Congresso.
Já no médio e longo prazos, a saída avaliada pela Petrobras seria aumentar a capacidade de refino da estatal. Isso reduziria a exposição do mercado brasileiro às variações das cotações internacionais, porque eliminaria a dependência de derivados importados.
Aumentar capacidade de refino também é um plano
O plano avaliado pela Petrobras visando um médio e longo prazo seria aumentar a capacidade de refino da estatal. De acordo com analistas, assim poderia reduzir os impactos do mercado brasileiro às variações das cotações internacionais, porque eliminaria a dependência de derivados importados.