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Fundo Soberano Mubadala, do príncipe herdeiro de Abu Dhabi, está de olho no colapso do império de Eike Batista

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 09/06/2022 às 10:32
Atualizado em 27/06/2022 às 17:21
Eike - china - chineses - mineração - óleo e gás - energia - infraestrutura - emprego - porto do açu - mubadala - árabes
Imagem Google e CPG

Brasil é um dos principais alvos de investimento do Fundo Soberano Mubadala, que mira usinas eólicas na Bahia e ativos problemáticos no país

Fundo Soberano Mubadala com cerca de US$ 5 bilhões em ativos no Brasil – dentre os quais a antiga refinaria RLAM da Petrobras e três linhas de metrô no Rio de Janeiro – está de olho no colapso do império de commodities de Eike Batista e, agora, busca mais ativos problemáticos no país.

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É um giro impressionante em relação a um investimento de US$ 2 bilhões na holding de Eike que quase desapareceu em 2013, quando ficou comprovado que os poços de petróleo do ex-magnata estavam secos, o que levou a uma disputa de três anos para recuperar vários ativos do empresário, como uma participação na empresa dona do Burger King e de uma torre comercial no bairro do Leblon, no Rio.

A Operação Lava Jato foi um momento importante para o Mubadala. O Fundo do príncipe herdeiro de Abu Dhabi entrou em ação para negociar a compra de uma rodovia pedagiada no estado de São Paulo, da Odebrecht, aproveitando a experiência em dívidas de empresas brasileiras e reestruturações societárias que adquiriu durante 11 transações de troca de dívida por ações com Eike.

E não para por aí: o foco nos ativos depreciados permanece. “Continuamos a nos concentrar na complexidade, ativos presos às antigas empresas da Lava Jato”, disse Fahlgren.

Brasil é um dos principais alvos de investimento do Fundo Soberano Mubadala

De acordo com o executivo, a empresa acaba de fechar seu primeiro fundo específico para o Brasil, de US$ 311 milhões, e atualmente capta recursos para um segundo fundo de maior porte.

No total, a Mubadala Capital tem US$ 16 bilhões sob gestão, e o Brasil é uma de suas quatro principais áreas de investimento, juntamente com private equity global, venture capital e um hedge fund.

O investimento mais recente da Mubadala foi a aquisição da refinaria RLAM que pertencia à Petrobras, por US$ 1,8 bilhão. O recém ativo é uma aposta em um mercado de combustíveis competitivo que está na mira de consumidores e políticos antes das eleições presidenciais de 2022.

“A turbulência política faz parte do país e não vai parar”, disse. “Quando vemos deslocamentos temporários no mercado impulsionados por uma eleição, é uma oportunidade de investir no longo prazo por causa da concorrência reduzida.”

Mubadala mira reduzir a pegada de carbono da RLAM. Enquanto muitos investidores têm evitado completamente projetos de petróleo por questões ambientais, o fundo soberano vê oportunidade de cortar as emissões da infraestrutura existente ainda em operação nas próximas décadas.

Além de ativos do ex-milionário Eike, Mubadala mira parques eólicos e solares na Bahia

A Mubadala também está de olho em parques eólicos e solares na Bahia para abastecer a refinaria com o máximo de energia renovável possível. Também busca aumentar a produção de biocombustíveis na instalação e expandir os dutos para eliminar o uso intensivo de carbono de caminhões-tanque para distribuição.

No total, a Mubadala estima mais de um US$ 1 bilhão em possíveis melhorias. “Podemos empregar nosso capital em um ativo poluente e torná-lo melhor”, disse Fahlgren.

Eike fecha parceria com a China e ganha capital ‘infinito’ para colocar em prática projetos de óleo e gás, mineração, energia renovável e infraestrutura no Brasil

Após ver seu império indo por água abaixo, o ex-bilionário Eike Batista tem ocupado o seu tempo nutrindo uma lista de pelo menos 11 projetos que ele chama de ‘unicórnios’, no qual estão inclusos um gasoduto que liga o Brasil ao Paraguai, novas minas de ouro, energia renovável e nanotecnologia, assim relata com exclusividade o Brazil Journal.

Para quem não conhece, o CDIL (Chinda Development Integration Limited) tem sido um participante ativo da Belt and Road Initiative, projeto pelo qual a China tem aumentado seu poder geopolítico investindo na infraestrutura de dezenas de países ao redor do mundo desde 2013.

Os novos negócios entre os chineses e o ex-bilionário será da seguinte forma: Eike aporta seu pipeline de projetos (incluindo ativos e ativos opcionados) e o CDIL fornece o capital aparentemente infinito, além de carregar consigo diversos bancos e estatais chinesas que serão responsáveis em fornecer máquinas, equipamentos e serviços e, quando se tratar de commodities agrícolas ou metálicas, garantirão a compra da produção na forma de offtake agreements. Leia a matéria completa aqui.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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