Golpistas usaram tecnologia deepfake para simular rostos e vozes de colegas durante uma videoconferência e convencer um funcionário a transferir US$ 25 milhões.
Um golpe milionário envolvendo tecnologia de deepfake surpreendeu autoridades e acendeu um alerta global. Um funcionário financeiro de uma multinacional sediada em Hong Kong foi enganado e transferiu mais de US$ 25 milhões, cerca de R$ 140 milhões para golpistas que simularam uma videoconferência com colegas e superiores da empresa.
O golpe ocorreu no início de fevereiro de 2024.
Deepfake em videoconferência com múltiplas pessoas
Segundo a polícia de Hong Kong, o golpe começou com um e-mail supostamente enviado pelo diretor financeiro (CFO) da empresa, com sede no Reino Unido.
-
Carro transparente da GM tinha motor 6 cilindros, freio a tambor, só 135 km rodados e foi leiloado por R$ 1,6 milhão
-
Nova censura na Rússia proíbe mais de 5 mil páginas e criminaliza buscas por conteúdo considerado extremista
-
Estudo compara o concreto romano com o atual para descobrir qual polui mais — e a conclusão surpreende
-
Como a Vale vai eliminar o uso de água e reduzir barragens com teor metálico elevado e bilhões em tecnologia?
A mensagem mencionava uma transação secreta no valor de US$ 200 milhões. Desconfiado, o funcionário hesitou, mas aceitou participar de uma reunião virtual para esclarecer a operação.
Durante a videoconferência, estavam presentes o suposto CFO e outros rostos familiares. No entanto, nenhum deles era real.
Todos eram clones digitais criados com tecnologia de deepfake, capazes de imitar com precisão vozes e aparências. Tranquilizado com a reunião, o funcionário seguiu as instruções e realizou a transferência de US$ 25,6 milhões.
Sem interação real e encerramento abrupto
Após a conferência, o funcionário continuou seu trabalho normalmente. Em retrospecto, ele relatou que os participantes da chamada pareciam não interagir de forma natural, limitando-se a dar instruções e encerrar a reunião rapidamente.
O golpe só foi descoberto quando o funcionário entrou em contato com a matriz para confirmar a transação e foi informado de que ninguém na empresa tinha conhecimento da operação.
De acordo com o superintendente sênior Baron Chan Shun-ching, trata-se do primeiro caso em Hong Kong em que criminosos usaram deepfake em uma videoconferência com múltiplas pessoas para aplicar um golpe.
A polícia destacou que a tecnologia foi usada para simular rostos e vozes lendo um roteiro cuidadosamente planejado.
A investigação segue em andamento, e autoridades alertam para o avanço dos golpes com uso de deepfake.