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Funcionária da Geração Z é demitida em 72 horas e mostra por que sua geração não troca saúde mental por estabilidade

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 29/10/2025 às 13:03
Jovem da Geração Z é demitida após pedir pausa mental e reflete sobre o peso da saúde emocional e do respeito nas relações de trabalho
Jovem da Geração Z é demitida após pedir pausa mental e reflete sobre o peso da saúde emocional e do respeito nas relações de trabalho
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Após ser demitida três dias depois de começar em um novo emprego, uma jovem da Geração Z revela como a experiência dolorosa se transformou em um alerta sobre ambientes tóxicos, saúde mental e o valor do respeito no trabalho

A experiência de ser demitida do primeiro emprego em tempo integral como diretora de marketing digital para um spa médico revelou, para uma jovem profissional, uma verdade incômoda, mas libertadora: nenhuma oportunidade vale o preço da saúde mental.

Em apenas três dias de trabalho, ela aprendeu que manter a própria sanidade e exigir respeito é mais importante do que o salário.

Primeiros sinais de alerta ignorados

Desde o início, os indícios de que algo não ia bem estavam presentes. Mesmo antes de começar, a nova funcionária havia lido avaliações negativas sobre o empregador no Glassdoor e no Google. As críticas relatavam alta rotatividade e má gestão. Uma delas dizia que cinco funcionários haviam pedido demissão em apenas duas semanas, e alertava sobre o tratamento desrespeitoso dado aos trabalhadores.

Apesar disso, ela decidiu prosseguir. Aceitou mudar seu cargo inicial de coordenadora de atendimento ao cliente para diretora de marketing digital — sem aumento de salário, mantendo a remuneração de 16 dólares por hora.

O desejo de ter um emprego e a esperança de que o ambiente fosse melhor na prática a fizeram relevar os sinais. “Dei ao meu chefe o benefício da dúvida porque só queria um emprego. O que poderia dar errado?”, recorda.

Tudo deu errado. E, embora tenha tentado se convencer de que estava apenas enfrentando uma curva de aprendizado, o desfecho foi rápido e doloroso: demissão sumária após pedir uma breve pausa para cuidar da saúde mental.

A promessa frustrada de autonomia e aprendizado

A profissional havia se candidatado a uma vaga de coordenadora de escritório pelo Indeed, mas foi redirecionada para marketing digital por sugestão do gerente-geral. Animada, aceitou a mudança e acreditou que poderia aplicar seus conhecimentos e contribuir para o crescimento da empresa. A expectativa era unir criatividade, inovação e propósito — mas logo descobriu que não teria liberdade nem voz.

A chefe insistia em um estilo visual antiquado para as redes sociais do spa: fotos genéricas de bancos de imagem e tipografias ultrapassadas. Mesmo diante de análises que comprovavam o baixo desempenho dessas postagens, a gestora se recusava a ouvir sugestões. A funcionária tentou seguir o modelo imposto, mas logo se viu exausta pelas exigências e pela resistência à mudança.

Sobrecarga e falta de clareza nas tarefas

No terceiro dia, um novo projeto intensificou o conflito. Ela apresentou postagens e levantamentos de promoções dos concorrentes, conforme havia sido solicitado.

A chefe elogiou o trabalho, mas logo exigiu mais — pedindo detalhes sobre os produtos utilizados por outros spas médicos. A funcionária ficou confusa, pois essa tarefa nunca havia sido mencionada nem explicada.

Sem compreender o pedido, foi repreendida por “não saber o básico”. O feedback se transformou em uma lista de críticas e cobranças inesperadas. “Depois de alguns minutos ouvindo, me senti sobrecarregada”, relembra. O estresse atingiu o limite.

Um limite necessário: a pausa para respirar

Ao perceber que não conseguiria continuar, ela se levantou e avisou que precisava de uma pausa rápida. A chefe tentou impedi-la. Mantendo a calma, respondeu: “Senhora, com todo o respeito, preciso sair um pouco para respirar fundo. Volto em alguns minutos.” Essa frase selou seu destino: foi demitida imediatamente, sob a justificativa de que “não daria certo para a empresa”.

Apesar do choque, ela admitiu que já pensava em pedir demissão. O desligamento apenas antecipou algo inevitável. “Ela me pegou antes que eu a pegasse”, diz, entre ironia e alívio. O gerente-geral, ciente da situação, ainda ofereceu uma carta de recomendação — um gesto de empatia em meio à tensão.

Do fracasso ao aprendizado

Ao sair, depois de dois dias e meio de trabalho, a sensação predominante era de fracasso. A despedida dos colegas foi breve e dolorosa. “Me despedi deles ao sair pela última vez, mas me sentia destruída”, conta. Em desespero, enviou uma mensagem à mãe com o número “911” e chorou no estacionamento, pedindo desculpas por “ser uma fracassada”.

Entretanto, com o passar das semanas, ela percebeu que a demissão foi, na verdade, uma libertação. Passou um mês em casa, trabalhando remotamente para outra empresa, e começou a reconstruir sua confiança. A experiência a fez refletir sobre o ambiente de trabalho, o respeito mútuo e a necessidade de preservação emocional.

A geração que não aceita ambientes tóxicos

Com anos de experiência em diferentes funções e idades, ela observa um contraste entre gerações. Reconhece que alguns jovens da Geração Z são vistos como “preguiçosos” ou “mal-educados”, mas argumenta que o problema é mais profundo. “Queremos o mesmo que todos: sermos valorizados, receber treinamento adequado e trabalhar em ambientes saudáveis”, afirma.

Enquanto gerações anteriores toleravam abusos e desrespeito em nome da estabilidade, os profissionais mais jovens preferem se posicionar. “Estamos nos manifestando e não nos conformando”, resume. Essa mudança de mentalidade, segundo ela, é essencial para transformar as relações de trabalho.

O valor do respeito e da escuta

A ex-diretora reforça que aceita críticas construtivas, mas recusa qualquer forma de humilhação. Para ela, o problema não está em receber orientações, e sim na falta de empatia e diálogo. “Posso aprender com feedbacks, desde que não ultrapassem os limites do respeito”, explica.

A convivência profissional, acredita, deve ser pautada pela escuta e pela flexibilidade. “O mercado de trabalho está mudando, e os empregadores precisam acompanhar essa mudança”, acrescenta. Ignorar isso é insistir em um modelo de gestão ultrapassado, que desgasta equipes e afasta talentos.

Reconstrução e novos horizontes

Hoje, ela trabalha em uma agência de publicidade reconhecida, onde se sente respeitada e valorizada. O ambiente é leve, colaborativo e, sobretudo, saudável. “Eles defendem a saúde mental e cultivam um clima divertido”, descreve com gratidão. A diferença é evidente: enquanto o antigo emprego minava sua autoestima, o atual incentiva seu crescimento.

Com o tempo, a ex-funcionária compreendeu que sua trajetória profissional não foi interrompida — apenas redirecionada. “Nem toda oportunidade é uma boa oportunidade”, conclui. Aprendeu que a pressa por estabilidade pode levar à autossabotagem, e que nenhum cargo compensa um ambiente tóxico.

A lição definitiva

A história de três dias que pareciam um desastre se transformou em uma das lições mais valiosas de sua carreira. Ser demitida a fez entender que preservar a própria saúde mental é um ato de coragem — não de fraqueza. Ela resume a experiência em uma frase que carrega agora como mantra: “Não posso ajudar um chefe a crescer, e não posso crescer em um ambiente tóxico.”

Essa consciência, afirma, é o que define a nova geração de trabalhadores: menos disposta a suportar o insuportável e mais determinada a buscar respeito, propósito e bem-estar. Afinal, como ela aprendeu na prática, nenhum emprego vale o preço da própria paz.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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