Após ser demitida três dias depois de começar em um novo emprego, uma jovem da Geração Z revela como a experiência dolorosa se transformou em um alerta sobre ambientes tóxicos, saúde mental e o valor do respeito no trabalho
A experiência de ser demitida do primeiro emprego em tempo integral como diretora de marketing digital para um spa médico revelou, para uma jovem profissional, uma verdade incômoda, mas libertadora: nenhuma oportunidade vale o preço da saúde mental.
Em apenas três dias de trabalho, ela aprendeu que manter a própria sanidade e exigir respeito é mais importante do que o salário.
Primeiros sinais de alerta ignorados
Desde o início, os indícios de que algo não ia bem estavam presentes. Mesmo antes de começar, a nova funcionária havia lido avaliações negativas sobre o empregador no Glassdoor e no Google. As críticas relatavam alta rotatividade e má gestão. Uma delas dizia que cinco funcionários haviam pedido demissão em apenas duas semanas, e alertava sobre o tratamento desrespeitoso dado aos trabalhadores.
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Apesar disso, ela decidiu prosseguir. Aceitou mudar seu cargo inicial de coordenadora de atendimento ao cliente para diretora de marketing digital — sem aumento de salário, mantendo a remuneração de 16 dólares por hora.
O desejo de ter um emprego e a esperança de que o ambiente fosse melhor na prática a fizeram relevar os sinais. “Dei ao meu chefe o benefício da dúvida porque só queria um emprego. O que poderia dar errado?”, recorda.
Tudo deu errado. E, embora tenha tentado se convencer de que estava apenas enfrentando uma curva de aprendizado, o desfecho foi rápido e doloroso: demissão sumária após pedir uma breve pausa para cuidar da saúde mental.
A promessa frustrada de autonomia e aprendizado
A profissional havia se candidatado a uma vaga de coordenadora de escritório pelo Indeed, mas foi redirecionada para marketing digital por sugestão do gerente-geral. Animada, aceitou a mudança e acreditou que poderia aplicar seus conhecimentos e contribuir para o crescimento da empresa. A expectativa era unir criatividade, inovação e propósito — mas logo descobriu que não teria liberdade nem voz.
A chefe insistia em um estilo visual antiquado para as redes sociais do spa: fotos genéricas de bancos de imagem e tipografias ultrapassadas. Mesmo diante de análises que comprovavam o baixo desempenho dessas postagens, a gestora se recusava a ouvir sugestões. A funcionária tentou seguir o modelo imposto, mas logo se viu exausta pelas exigências e pela resistência à mudança.
Sobrecarga e falta de clareza nas tarefas
No terceiro dia, um novo projeto intensificou o conflito. Ela apresentou postagens e levantamentos de promoções dos concorrentes, conforme havia sido solicitado.
A chefe elogiou o trabalho, mas logo exigiu mais — pedindo detalhes sobre os produtos utilizados por outros spas médicos. A funcionária ficou confusa, pois essa tarefa nunca havia sido mencionada nem explicada.
Sem compreender o pedido, foi repreendida por “não saber o básico”. O feedback se transformou em uma lista de críticas e cobranças inesperadas. “Depois de alguns minutos ouvindo, me senti sobrecarregada”, relembra. O estresse atingiu o limite.
Um limite necessário: a pausa para respirar
Ao perceber que não conseguiria continuar, ela se levantou e avisou que precisava de uma pausa rápida. A chefe tentou impedi-la. Mantendo a calma, respondeu: “Senhora, com todo o respeito, preciso sair um pouco para respirar fundo. Volto em alguns minutos.” Essa frase selou seu destino: foi demitida imediatamente, sob a justificativa de que “não daria certo para a empresa”.
Apesar do choque, ela admitiu que já pensava em pedir demissão. O desligamento apenas antecipou algo inevitável. “Ela me pegou antes que eu a pegasse”, diz, entre ironia e alívio. O gerente-geral, ciente da situação, ainda ofereceu uma carta de recomendação — um gesto de empatia em meio à tensão.
Do fracasso ao aprendizado
Ao sair, depois de dois dias e meio de trabalho, a sensação predominante era de fracasso. A despedida dos colegas foi breve e dolorosa. “Me despedi deles ao sair pela última vez, mas me sentia destruída”, conta. Em desespero, enviou uma mensagem à mãe com o número “911” e chorou no estacionamento, pedindo desculpas por “ser uma fracassada”.
Entretanto, com o passar das semanas, ela percebeu que a demissão foi, na verdade, uma libertação. Passou um mês em casa, trabalhando remotamente para outra empresa, e começou a reconstruir sua confiança. A experiência a fez refletir sobre o ambiente de trabalho, o respeito mútuo e a necessidade de preservação emocional.
A geração que não aceita ambientes tóxicos
Com anos de experiência em diferentes funções e idades, ela observa um contraste entre gerações. Reconhece que alguns jovens da Geração Z são vistos como “preguiçosos” ou “mal-educados”, mas argumenta que o problema é mais profundo. “Queremos o mesmo que todos: sermos valorizados, receber treinamento adequado e trabalhar em ambientes saudáveis”, afirma.
Enquanto gerações anteriores toleravam abusos e desrespeito em nome da estabilidade, os profissionais mais jovens preferem se posicionar. “Estamos nos manifestando e não nos conformando”, resume. Essa mudança de mentalidade, segundo ela, é essencial para transformar as relações de trabalho.
O valor do respeito e da escuta
A ex-diretora reforça que aceita críticas construtivas, mas recusa qualquer forma de humilhação. Para ela, o problema não está em receber orientações, e sim na falta de empatia e diálogo. “Posso aprender com feedbacks, desde que não ultrapassem os limites do respeito”, explica.
A convivência profissional, acredita, deve ser pautada pela escuta e pela flexibilidade. “O mercado de trabalho está mudando, e os empregadores precisam acompanhar essa mudança”, acrescenta. Ignorar isso é insistir em um modelo de gestão ultrapassado, que desgasta equipes e afasta talentos.
Reconstrução e novos horizontes
Hoje, ela trabalha em uma agência de publicidade reconhecida, onde se sente respeitada e valorizada. O ambiente é leve, colaborativo e, sobretudo, saudável. “Eles defendem a saúde mental e cultivam um clima divertido”, descreve com gratidão. A diferença é evidente: enquanto o antigo emprego minava sua autoestima, o atual incentiva seu crescimento.
Com o tempo, a ex-funcionária compreendeu que sua trajetória profissional não foi interrompida — apenas redirecionada. “Nem toda oportunidade é uma boa oportunidade”, conclui. Aprendeu que a pressa por estabilidade pode levar à autossabotagem, e que nenhum cargo compensa um ambiente tóxico.
A lição definitiva
A história de três dias que pareciam um desastre se transformou em uma das lições mais valiosas de sua carreira. Ser demitida a fez entender que preservar a própria saúde mental é um ato de coragem — não de fraqueza. Ela resume a experiência em uma frase que carrega agora como mantra: “Não posso ajudar um chefe a crescer, e não posso crescer em um ambiente tóxico.”
Essa consciência, afirma, é o que define a nova geração de trabalhadores: menos disposta a suportar o insuportável e mais determinada a buscar respeito, propósito e bem-estar. Afinal, como ela aprendeu na prática, nenhum emprego vale o preço da própria paz.



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