Casos de Arla 32 adulterado disparam no país e já causam prejuízos milionários. O produto falsificado prejudica o meio ambiente, danifica motores e pode custar até R$ 20 mil em reparos. PRF e Ibama apertam o cerco e novas tecnologias ajudam na fiscalização.
O que deveria ser um aliado da sustentabilidade virou motivo de dor de cabeça para quem dirige veículos a diesel no Brasil. O Arla 32, fluido obrigatório para reduzir emissões de poluentes, está sendo amplamente falsificado, colocando em risco não só o meio ambiente, mas também a saúde dos motores e o bolso dos motoristas.
Usado em caminhões, ônibus, vans e até picapes, o Arla 32 é injetado no sistema de escapamento para converter gases tóxicos em vapor d’água e nitrogênio. Só que quando adulterado, ele não cumpre essa função, gerando mais poluição e danos sérios ao catalisador — uma peça que pode custar mais de R$ 20 mil para ser trocada.
Fraude com Arla 32 já é caso nacional
Em setembro de 2024, uma operação do Ibama, PRF e Inmetro apreendeu mais de 48 mil litros de Arla 32 falsificado e 67 toneladas de ureia agrícola usada ilegalmente na produção do fluido. A ação aconteceu em Mato Grosso do Sul e resultou em multas que ultrapassaram R$ 10 milhões.
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As empresas envolvidas estavam operando sem licença ambiental e utilizavam matéria-prima inadequada — uma violação grave, que afeta tanto o meio ambiente quanto a confiança de quem depende do diesel para trabalhar.
O que acontece quando se usa Arla 32 adulterado?
- Aumento de emissões de NOx, gases altamente poluentes
- Risco de quebra do catalisador SCR, essencial para o controle de emissões
- Desempenho do motor comprometido, com perda de potência e consumo elevado
- Possível bloqueio eletrônico do veículo, caso detectado pelo sistema embarcado
Ou seja, o barato pode sair muito caro. Além dos danos, o uso de produto falsificado configura infração ambiental e pode gerar penalidades severas.
Tecnologia na luta contra o Arla 32 falso
A PRF agora utiliza uma nova tecnologia que analisa o histórico eletrônico dos veículos, ajudando a detectar fraudes no sistema de controle de emissões. Isso inclui alterações no software, uso de “chips” ilegais ou até desativação total do sistema de Arla 32.
Esse monitoramento permite fiscalizações mais inteligentes e já vem sendo usado em rodovias de grande fluxo, especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste.
Projeto de lei quer proteger motoristas
Tramita no Congresso um projeto de lei que transfere a responsabilidade legal do uso de Arla 32 adulterado do motorista para o proprietário do veículo, muitas vezes a empresa. A ideia é evitar que condutores autônomos sejam penalizados por decisões que não tomaram.
A proposta está em discussão e conta com apoio de entidades do setor de transporte e de deputados ligados ao setor logístico.
Como se proteger?
- Compre Arla 32 apenas de marcas certificadas pelo Inmetro
- Exija nota fiscal e verifique o lote e selo de qualidade
- Nunca aceite o fluido de origem duvidosa ou preço muito abaixo do mercado
- Faça a manutenção preventiva e revise o sistema de emissões periodicamente