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Fracasso imobiliário de US$ 100 bi em ilha artificial na Malásia vira campus e laboratório global de sociedades startups

Publicado em 03/09/2025 às 10:28
Forest City, Malásia, Projeto
Imagem: sukri-samsudin / OpenStreetCam, via Wikimedia Commons (CC BY-SA 4.0)
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Em Forest City, ex-executivo da Coinbase transforma hotel abandonado em campus de startups, unindo cripto, ideologia tecnológica e novos modelos sociais

Um hotel em uma ilha artificial na Malásia foi transformado em campus para empreendedores de tecnologia e criptomoedas. Eles participam da Network School, criada por Balaji Srinivasan, ex-executivo da Coinbase, segundo informações da Bloomberg.

A experiência acontece em Forest City, megaprojeto imobiliário lançado em 2016 por uma incorporadora chinesa em parceria com um fundo estatal da Malásia.

Planejada como cidade futurista e sustentável, a iniciativa acabou fracassando após a pandemia, preços altos e problemas financeiros. Hoje, a ocupação é mínima.

É nesse cenário que Srinivasan busca implementar sua visão de “sociedades startups”, baseadas em crenças compartilhadas e tecnologia, e não em fronteiras históricas.

O conceito de novas nações

O mais importante, para o idealizador, é que cada pessoa possa escolher seu país da mesma forma que escolhe uma faculdade. Ele disse em palestra no Bitcoin Asia, em Hong Kong, que isso já começou a acontecer.

As ideias utópicas ligadas ao Vale do Silício e à comunidade cripto circulam há mais de uma década. Apesar de pouco apoio prático até agora, Srinivasan acredita que o mundo está pronto para questionar o modelo do Estado-nação. Forest City seria o primeiro teste em escala global.

Por que Forest City?

Embora ele não tenha explicado claramente a escolha, a Bloomberg aponta vantagens estratégicas. Entre elas, aluguéis baixos, proximidade de Singapura e incentivos do governo malaio.

Há ainda a criação de zona de livre comércio e isenção de taxas para veículos de investimento de super-ricos.

Portanto, a antiga promessa urbana se tornou o ambiente perfeito para atrair empreendedores em busca de espaço e de novas formas de organização.

Estrutura da escola

Até agora, cerca de 400 estudantes já passaram pelo campus. O custo inicial é de US$ 1.500 por mês, incluindo hospedagem e alimentação em quarto compartilhado.

As manhãs são dedicadas a programação e desenvolvimento de produtos. As tardes, a seminários sobre temas variados, como governança de Singapura, administração descentralizada e até a Restauração Meiji. As palestras misturam aprendizado técnico e conteúdo ideológico.

Além disso, há uma forte ênfase em longevidade e saúde. Os alunos seguem dieta hiperproteica, inspirada no movimento Don’t Die, do guru Bryan Johnson. No restaurante do Marina Hotel, shakes de proteína e bifes dominam o cardápio.

O mentor por trás da ideia

Balaji Srinivasan tem trajetória marcada pelo Vale do Silício. Cofundou a Counsyl em 2008, foi sócio da Andreessen Horowitz e chegou a CTO da Coinbase em 2018.

Em 2013, já defendia a “saída final” do Vale do Silício, que considerava obsoleto. Em 2022, publicou o livro The Network State, propondo comunidades alinhadas ideologicamente que poderiam, por meio do blockchain, formar estados descentralizados e buscar reconhecimento diplomático.

Embora critique políticas de Donald Trump, suas críticas mais duras recaem sobre a “Tribo Azul” — liberais e democratas. Ele acredita que a “Tribo Cinza”, formada por inovadores, pode retomar cidades como São Francisco através de ocupação territorial.

Seleção e expansão

Na seleção da escola, há um critério peculiar: quanto mais respeito o candidato tem por instituições tradicionais, menos chances possui de ser aceito. Para Srinivasan, a inovação exige ruptura, não conformidade.

Ele também afirma que este é apenas o começo. Seu plano é erguer um campus permanente em Forest City para milhares de empreendedores e depois levar o modelo a cidades como Miami, Dubai e Tóquio.

Reflexos para Forest City

A cidade, antes conhecida como um “elefante branco” na Malásia de US$ 100 bilhões, agora abriga um laboratório de ideias radicais.

Se dará certo ou não, ainda é incerto. Mas, de imediato, já trouxe benefícios: atenção internacional, movimento econômico e uma nova narrativa para uma das maiores apostas urbanísticas da Malásia.

Com informações de Época Negócios.

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Romário Pereira de Carvalho

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