SUV híbrido da BYD combina motor flex e tecnologia plug-in, promete autonomia superior a 1.000 km e será produzido em Camaçari (BA) com foco em rivais como Corolla Cross e Compass 4xe.
A BYD iniciou nesta quinta-feira (9) a montagem de veículos no complexo de Camaçari (BA) e apresentou, no mesmo palco, o Song Pro com visual atualizado e conjunto híbrido plug-in flex já desenvolvido.
Segundo a marca, a combinação de motor a combustão e sistema elétrico promete autonomia superior a 1.000 km, posicionando o SUV para enfrentar diretamente Corolla Cross e Compass 4xe no segmento de híbridos.
Montagem na Bahia e série para a COP30
O evento que marcou o início das operações contou com a presença de autoridades, incluindo o presidente da República.
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Carros SUV batem recorde de vendas no Brasil e dominam o mercado
No centro das atenções esteve a unidade reestilizada do Song Pro, que será destinada à comitiva brasileira que participará da COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
De acordo com a BYD, outras 29 unidades com o mesmo propósito foram montadas no Brasil, ainda com baixo índice de nacionalização, formando uma série limitada em homenagem à COP30.
Produção em Camaçari e cronograma do facelift
Embora o SUV mostrado traga a frente redesenhada, a montagem em série em Camaçari ocorrerá inicialmente em regime SKD com o design atual.
O facelift exibido agora, antecipado em prévia, ficará para 2026.
A fabricante justifica o cronograma pela existência de um volume expressivo de kits do modelo anterior a serem montados antes da transição para a nova estética.
Híbrido plug-in flex: tecnologia e desempenho
A BYD informou ter concluído o desenvolvimento do conjunto plug-in híbrido flex, que combina o sistema DM-i ao conhecido motor 1.5 retrabalhado para operar com gasolina e etanol.
Não foram divulgadas especificações técnicas detalhadas, como potência e torque, nem dados de consumo homologados.
A promessa de mais de 1.000 km de alcance decorre da sinergia entre o motor a combustão flex e o sistema elétrico recarregável na tomada, característica central do DM-i.
Ainda que o novo trem de força não tenha números oficiais, vale como referência a linha atual do Song Pro vendida no Brasil, que oferece 223 cv na versão de entrada e 235 cv na topo de linha.
A marca não informa o torque desses conjuntos.
A tração é sempre dianteira, distribuída por uma transmissão e-CVT, configuração que deve se manter no híbrido flex.
Declaração de Wang Chuanfu
O CEO da montadora, Wang Chuanfu, afirmou ter identificado o potencial do etanol no País e associou a decisão de desenvolver um conjunto específico para o mercado local à visita feita dois anos atrás.
“Há dois anos, em uma visita ao Brasil, percebi o potencial do etanol. Decidimos, então, que traríamos nossa tecnologia híbrida plug-in, mas com um motor flex desenvolvido por e para este país. O carro que entregamos hoje ao presidente Lula é a prova de que a BYD não apenas investe no Brasil, mas cocria com o Brasil soluções únicas para o mundo.”
Design e linguagem Dragon Face
O Song Pro reestilizado adota a filosofia Dragon Face, que orienta os lançamentos mais recentes da marca.
A dianteira ganhou faróis afilados agora unidos por uma barra cromada horizontal.
O para-choque recebeu novo desenho, com grelha inferior redesenhada e entradas de ar revistas, aproximando o SUV de elementos visuais vistos no BYD Tan.
As rodas também mudaram de estilo nas imagens exibidas pela fabricante.
Na traseira, as alterações são discretas, preservando a identidade do modelo.
A proposta foi modernizar a frente e refinar o conjunto aerodinâmico sem comprometer proporções e ângulos úteis em uso cotidiano.
Dimensões e proporções do SUV
O Song Pro atualizado mede 4,73 m de comprimento e 1,86 m de largura, com 2,71 m de entre-eixos.
A altura é de 1,71 m.
Em relação ao modelo vendido hoje no País, há redução de 3 mm no comprimento.
Os ângulos de entrada e saída são de 18º e 22º, respectivamente, números compatíveis com a proposta de um SUV urbano com capacidade para enfrentar valetas e rampas sem comprometer o conforto.
Interior ainda mantido em sigilo
A montadora não divulgou fotos da cabine do modelo reestilizado.
A expectativa é de que o interior traga nuances em relação ao Song Pro atual, mantendo a linhagem de acabamento e a central multimídia de grande formato que caracterizam os produtos da marca.
Até o momento, não há confirmação sobre novos materiais, mudanças de layout ou pacote de assistentes de condução.
Disputa com Corolla Cross e Compass 4xe
Com a promessa de alcance elevado e a combinação de abastecimento flex com recarga externa, a BYD mira diretamente compradores que hoje avaliam híbridos médios no País.
Corolla Cross e Compass 4xe são referências de segmento e devem ser os alvos mais evidentes nessa disputa.
A estratégia de iniciar a montagem local e, em um segundo momento, introduzir o facelift, busca viabilizar escala imediata, enquanto a empresa prepara a transição estética e aprofunda os ajustes do trem de força flex para a realidade brasileira.
Próximos passos da BYD no Brasil
A marca não antecipou preços, datas de chegada às lojas nem prazos para homologação do conjunto híbrido flex.
Também não detalhou autonomia em ciclos oficiais ou tempo de recarga.
À medida que a fase de montagem em Camaçari avance e a série comemorativa para a COP30 cumpra seu papel institucional, a BYD deve consolidar o cronograma para a introdução do visual renovado e a ampliação do índice de localização no complexo industrial baiano.
Como essa combinação de etanol com tecnologia plug-in pode redesenhar a disputa entre os híbridos médios no Brasil e alterar a preferência de quem hoje considera Corolla Cross e Compass 4xe?