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Ford fora do Brasil! Este foi o REAL MOTIVO da montadora gigante ter saído do país

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 05/11/2024 às 18:41
Ford deixa o Brasil devido a prejuízos, impostos elevados e custos. Especialista expõe os bastidores dessa saída e seus impactos. (Imagem: reprodução/ Irmãs Dias PodCast)
Ford deixa o Brasil devido a prejuízos, impostos elevados e custos. Especialista expõe os bastidores dessa saída e seus impactos. (Imagem: reprodução/ Irmãs Dias PodCast)

Com um prejuízo diário de R$ 1,5 milhão e enfrentando o alto custo do “Custo Brasil”, a Ford encerrou suas operações no país. No Irmãos Dias Podcast, o especialista Boris Feldman revela os bastidores dessa decisão.

Nos últimos anos, o mercado automotivo brasileiro presenciou mudanças significativas, e o encerramento das operações da Ford no Brasil em 2021 foi um dos acontecimentos mais impactantes.

Afinal, o que levou essa gigante do setor automotivo, com décadas de história no país, a tomar uma decisão tão drástica? Apesar das especulações, as razões vão muito além de um simples desejo de reestruturação financeira.

Segundo especialistas, o Brasil enfrenta um cenário repleto de desafios econômicos e estruturais que foram decisivos para que a montadora fechasse suas portas, impactando milhares de empregos e consumidores.

No segundo episódio do Irmãos Dias Podcast, o jornalista e especialista no mercado automotivo Boris Feldman trouxe detalhes sobre as razões por trás dessa decisão e os impactos de longo prazo que ela deve causar.

A Ford acumulava um prejuízo diário astronômico na América do Sul, especialmente no Brasil.

De acordo com Feldman, “a montadora perdia cerca de R$ 1,5 milhão por dia na região, principalmente devido a uma combinação de má administração, altos impostos e elevados custos operacionais.” Vamos entender os principais pontos apresentados pelo jornalista.

Prejuízo constante e custos altos

Um dos fatores decisivos, conforme explicou Boris Feldman, foi o prejuízo operacional diário enfrentado pela Ford na América do Sul.

Segundo ele, as operações na região se mostraram insustentáveis.

“A Ford perdia R$ 1,5 milhão por dia na América do Sul”, enfatizou Feldman, destacando que a montadora não conseguiu administrar bem seus negócios na região.

Esses custos não estavam relacionados apenas aos desafios de mercado, mas também aos impostos elevados no Brasil, que tornam a produção de veículos consideravelmente mais cara do que em outros países.

Como relatou Feldman, “quando se paga um real no preço de um carro, entre 40% e 50% deste valor vai diretamente para o governo, em forma de impostos”.

“Custo Brasil” e as dificuldades de operação

Outro ponto levantado por Feldman no podcast foi o “Custo Brasil”, um termo utilizado para descrever o conjunto de fatores que encarecem a produção e o funcionamento das empresas no país.

Esses obstáculos incluem desde a elevada carga tributária até os custos logísticos de transporte, que afetam desde a importação de peças até o escoamento dos produtos finais.

Segundo o jornalista, “o custo para trazer peças importadas é altíssimo, e o transporte nas estradas brasileiras, muitas vezes esburacadas, encarece ainda mais o frete”.

Essa situação faz com que o Brasil perca competitividade no mercado automotivo global, o que coloca as montadoras que operam no país em desvantagem.

“Diferente dos Estados Unidos, onde a carga tributária sobre veículos é de cerca de 7% a 8%, no Brasil ela pode chegar a 45%”, ressaltou Feldman.

Essas diferenças impactam diretamente na capacidade de empresas como a Ford de manter uma margem de lucro competitiva.

A dependência do mercado chinês e argentino

Com o fechamento das fábricas da Ford no Brasil, a montadora passou a depender de outros países para abastecer o mercado nacional.

Hoje, alguns dos modelos mais populares da marca, como o Ford Territory e o Ranger, são importados da Argentina e da China.

Segundo Feldman, “o Territory é um SUV bonito e bem avaliado, mas vem diretamente da China”.

Essa dependência aumenta os custos e limita as opções para o consumidor brasileiro, que agora depende do câmbio e da logística internacional para adquirir um veículo da Ford.

Além disso, como apontado pelo jornalista, o mercado chinês está cada vez mais presente e influente no setor automotivo brasileiro.

A China, que é a maior fabricante mundial de veículos elétricos, também tem investido em modelos híbridos e elétricos.

Para Feldman, “os carros elétricos chineses já dominam países como a Noruega, e isso reflete a qualidade e competitividade desses veículos”.

Esse avanço cria um cenário em que a produção nacional enfrenta desafios adicionais.

Expansão dos elétricos e o futuro incerto das montadoras

O mercado de veículos elétricos está em crescimento global, e a China se destaca como pioneira no setor.

Conforme explicou Feldman, até mesmo o CEO da Ford, Jim Farley, reconheceu a qualidade superior dos elétricos chineses em relação aos norte-americanos.

Durante uma visita à China, Farley testou alguns desses modelos e declarou que “os chineses são melhores do que os nossos” em referência aos veículos elétricos.

Esse reconhecimento público sinaliza a pressão que as montadoras tradicionais, como Ford e Volkswagen, enfrentam para se manterem competitivas.

“A Volkswagen, por exemplo, está correndo atrás do lucro ao formar parcerias com empresas chinesas e americanas para aprimorar suas tecnologias de veículos elétricos”, comentou Feldman, acrescentando que o setor automotivo vive uma mudança sem precedentes.

As tentativas de inovação da General Motors no Brasil

A General Motors (GM) também passou por dificuldades no Brasil, especialmente no segmento de elétricos.

Conforme detalhou Boris Feldman, a GM não obteve sucesso com modelos como o Chevrolet Bolt, mas agora está apostando em novas alternativas, como o SUV elétrico Equinox.

Segundo ele, a tentativa inicial da GM com carros elétricos encontrou problemas, mas a empresa vem adaptando seus modelos e investindo em tecnologias que atendam às expectativas do consumidor.

O papel da WEG e a questão dos híbridos no Brasil

Uma possível esperança para o setor é a parceria entre a Volkswagen e a WEG, multinacional brasileira especializada em motores e tecnologias elétricas.

Essa colaboração visa criar tecnologias de baterias e outros componentes para veículos elétricos, embora Feldman tenha ressaltado que ainda não se trata de uma parceria formalizada para a produção de carros a bateria.

Essa colaboração aponta para o crescimento do mercado de híbridos no Brasil, que pode atrair consumidores que buscam alternativas econômicas e sustentáveis.

Para o jornalista, uma das melhores opções para o consumidor brasileiro é o carro híbrido plug-in, que permite o uso diário na eletricidade e a flexibilidade do motor a combustão para viagens longas.

“Com um híbrido plug-in, é possível rodar até 150 km no modo elétrico, o que é suficiente para o uso diário sem depender da gasolina”, explicou Feldman.

O futuro do mercado automotivo no Brasil

A saída da Ford do Brasil escancara os desafios estruturais e econômicos do país, que afetam o funcionamento das grandes montadoras e influenciam a competitividade no mercado global.

Com a expansão dos carros elétricos e híbridos, o Brasil ainda precisa superar barreiras importantes, como a infraestrutura de recarga e os altos custos de operação.

E você, acredita que o Brasil conseguirá se adaptar às novas exigências do mercado automotivo global? Comente abaixo e compartilhe sua opinião!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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