Redução nos impostos tem impacto imediato nos preços de carros da Toyota e Ford, beneficiando os consumidores locais.
Uma surpreendente redução nos preços dos automóveis está dando o que falar. Em meio a uma crise econômica que parecia não ter fim, o governo deu um passo ousado ao reduzir o imposto PAIS, um dos principais tributos que incidem sobre os veículos no país.
Essa mudança impactou diretamente as montadoras Toyota e Ford, que rapidamente ajustaram seus preços, acendendo uma esperança para os consumidores da Argentina. Mas o que isso significa para o Brasil? Será que o nosso país deveria considerar uma medida semelhante para aliviar o bolso dos brasileiros?
No final de agosto de 2024, a Argentina anunciou uma redução significativa no imposto PAIS, que passou de 17,5% para 7,5%.
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Esse imposto, instituído em dezembro de 2019 pelo então presidente Alberto Fernández e elevado pelo atual presidente Javier Milei em 2023, incide sobre as importações realizadas com o “dólar oficial” vendido pelo Banco Central da Argentina.
A redução visa aliviar o setor automotivo, tanto em peças quanto em veículos, e já começou a mostrar efeitos imediatos no mercado.
Toyota dá o pontapé inicial na redução de preços
No dia 2 de setembro, a Toyota foi a primeira montadora a responder à nova alíquota, reduzindo os preços de seus veículos produzidos na Argentina, como a picape Hilux, o SUV SW4 e o furgão Hiace.
De acordo com o Motor1.com Argentina, os preços caíram em média 2% para os modelos fabricados localmente e 4% para os importados. Essa medida trouxe alívio para os consumidores que buscam modelos populares como a Hilux e a SW4, que também são importados para o Brasil.
Por exemplo, a versão Chassi Cabine da Hilux, muito popular entre os argentinos e brasileiros, caiu de 29.789.000 pesos (cerca de R$ 175,2 mil) para 29.193.000 pesos (R$ 171,7 mil), uma redução de 596.000 pesos (R$ 3,5 mil).
Já a versão GR-Sport, mais robusta, passou de 68.812.000 pesos (R$ 404,9 mil) para 67.436.000 pesos (R$ 396,9 mil), uma queda de 1.376.000 pesos (R$ 8 mil).
Ford segue a estratégia da Toyota
Logo após o anúncio da Toyota, a Ford decidiu seguir a mesma estratégia, reduzindo os preços de toda a sua linha na Argentina a partir do dia 3 de setembro.
Entre os modelos que mais interessam ao mercado brasileiro está a Ranger, cuja versão XL 4×4 teve uma redução significativa de 1.281.730 pesos (R$ 7,5 mil), caindo de 42.731.000 pesos (R$ 251,4 mil) para 41.449.070 pesos (R$ 243,9 mil).
Essa competição acirrada no mercado argentino está beneficiando os consumidores locais, mas ainda não há indícios de que essas reduções de preço sejam refletidas no Brasil.
Impacto no mercado brasileiro: devemos esperar por algo semelhante?
A redução no imposto PAIS e a consequente queda nos preços dos veículos na Argentina levantam uma questão importante: será que o Brasil deveria considerar uma medida semelhante?
Com uma carga tributária que pesa no bolso dos consumidores, principalmente no setor automotivo, a possibilidade de redução de impostos como IPI e ICMS poderia trazer alívio para quem deseja adquirir um novo veículo.
No entanto, essa possibilidade parece distante no atual cenário econômico brasileiro, que enfrenta desafios fiscais e um mercado volátil.
O que dizem os especialistas?
Especialistas em economia e tributos afirmam que uma redução nos impostos sobre veículos no Brasil poderia estimular o mercado automotivo, aumentar as vendas e gerar um impacto positivo na economia como um todo.
Porém, eles também alertam para as consequências fiscais de uma medida dessa natureza. Conforme o economista José da Silva, uma diminuição dos impostos automotivos no Brasil teria que ser cuidadosamente planejada para evitar desequilíbrios no orçamento do governo e impactos negativos em outros setores.
Será que o Brasil deveria seguir o exemplo da Argentina?
A decisão do governo argentino de reduzir impostos e a rápida resposta das montadoras Toyota e Ford trazem à tona um debate relevante para o Brasil.
Com o aumento constante dos preços de veículos no país, uma medida similar poderia beneficiar os consumidores brasileiros e estimular o mercado.
Mas, será que o governo brasileiro estaria disposto a sacrificar parte de sua arrecadação para aliviar o peso dos impostos sobre os automóveis? Essa é uma questão que, certamente, merece ser discutida.