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Ford encerra produção do Focus ST e diz adeus aos hatches esportivos, marcando o fim de uma era e uma nova fase de SUVs e eletrificação.
A Ford confirmou oficialmente o encerramento da produção global do Focus ST, encerrando uma era histórica no segmento dos hatches esportivos.
O anúncio foi feito no Reino Unido, onde os pedidos do modelo já foram suspensos, e a produção será encerrada até novembro de 2025.
Com isso, a montadora norte-americana coloca fim a uma linhagem que marcou presença desde os anos 1980 e simbolizou a despedida da Ford de um nicho que ajudou a moldar: o dos carros compactos com pegada esportiva.
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Ford abandona os hatches esportivos: decisão estratégica ou tendência inevitável?
O nome ST, que significa “Sports Technologies”, esteve presente nas quatro gerações do Focus desde 2002.
Antes disso, a trajetória esportiva da marca começou com o Fiesta Supersport, em 1980, e consolidou-se com o Escort RS, em 1984.
A decisão da Ford não ocorre de forma isolada.
Em julho de 2023, a montadora já havia encerrado a produção do Fiesta na Europa e descartado novas gerações tanto para Fiesta quanto para Focus.
Agora, ao anunciar o fim do Focus ST, a empresa dá sinais claros de que sua nova prioridade são os SUVs e veículos elétricos — mais rentáveis e alinhados às tendências de mercado.
SUV é o novo normal: o que matou o Ford Focus ST?
A explicação por trás do encerramento histórico do Focus ST está nos números de mercado.
A demanda por SUVs compactos e médios cresce de forma acelerada em todos os continentes, superando largamente a dos hatches esportivos, que viraram um nicho em extinção.
O Puma ST, que ainda sobrevive na Europa, já sofreu redução de potência: o modelo atualizado em 2024 trocou o motor 1.5 turbo de 200 cv por um 1.0 três cilindros híbrido leve com apenas 170 cv — reflexo da adaptação da marca às metas ambientais e à eletrificação.
Na Austrália, o Focus já havia sido retirado do mercado em 2022.
Restaram menos de 200 unidades do ST disponíveis no Reino Unido, incluindo 30 da edição especial Azura Blue — que funcionam como “últimas peças” de um modelo histórico.
A despedida de um ícone: como era o último Ford Focus ST
Mesmo próximo do fim, o Focus ST de última geração entrega desempenho relevante.
Vem equipado com motor 2.3 EcoBoost de 280 cv e torque de 42,8 kgfm, disponível tanto com câmbio manual de seis marchas quanto automático de oito.
A aceleração de 0 a 100 km/h acontece em cerca de 5,7 segundos.
O modelo ganhou uma edição de despedida não oficial: o Focus ST Edition, com suspensão ajustável KW coilover, rodas de 19 polegadas, pneus Pirelli P Zero Corsa, pintura especial e freios esportivos.
Um pacote pensado para os puristas que valorizam dirigibilidade e estilo arrojado.
Ford mira eletrificação e SUVs: o que vem depois?
A decisão de encerrar a linha Focus ST está alinhada com o plano global da Ford de eletrificar totalmente sua gama de carros de passeio até 2030 na Europa.
A marca quer produzir 2 milhões de veículos elétricos por ano até 2026, e modelos tradicionais como o Focus não fazem mais parte dessa estratégia.
Segundo o CEO Jim Farley, a Ford está “saindo do negócio de carros comuns para entrar no de ícones”, com foco em SUVs como Bronco, Mustang Mach-E, Raptor e Explorer.
Atualmente, os únicos modelos esportivos com a sigla ST que restaram no portfólio são o Puma ST e o Explorer ST, embora ambos distem bastante da proposta tradicional dos hot hatches.
E o legado do Focus ST?
Desde seu lançamento em 2002, o Focus ST foi referência em equilíbrio entre desempenho e versatilidade.
Com mais de 12 milhões de unidades vendidas globalmente desde 1998 (somando todas as versões do Focus), o modelo construiu uma base fiel de fãs.
Seu legado é comparável ao de ícones como o Volkswagen Golf GTI e o Renault Mégane RS, que também enfrentam incertezas diante da eletrificação.
O fim do Focus ST marca, portanto, o fim de uma era para quem valorizava esportividade acessível e puro prazer ao volante.
Ainda há futuro para os hot hatches?
O mercado de hatches esportivos vem encolhendo, pressionado por emissões, custo de produção e mudança de perfil do consumidor.
Mas marcas como Hyundai (i30 N), Volkswagen (Golf R) e até a Alpine, da Renault, ainda mantêm modelos nesse nicho — embora com produção limitada e preço elevado.
Será que os hot hatches elétricos conseguirão preservar a essência de modelos como o Focus ST, ou este será realmente o encerramento histórico de um capítulo na indústria automotiva?
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