Em meio a um cenário de tensão crescente entre Brasil e Estados Unidos, o setor de defesa brasileiro enxerga riscos que vão além da diplomacia. As Forças Armadas avaliam que os atritos podem comprometer o acesso a armas avançadas e tecnologias estratégicas, essenciais para a modernização militar
Com o aumento das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, militares e autoridades brasileiras avaliam que a dependência excessiva das Forças Armadas com os americanos pode comprometer o acesso a armas avançadas e tecnologias estratégicas.
A parceria estratégica entre o Brasil e os Estados Unidos já dura décadas, e o programa Foreign Military Sales (FMS) fortaleceu ainda mais esses laços. Explicaremos abaixo melhor como funciona o FMS.
Com as tensões, o Brasil entende que precisa de mais diversificação de parceiros comerciais. A nova estratégia não significa abandonar a cooperação com os EUA, que seguem como parceiros importantes e praticamente insubstituíveis.
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Papel dos Estados Unidos e o programa FMS
Os Estados Unidos mantêm um dos maiores programas de transferência de armamentos do mundo, conhecido como Foreign Military Sales (FMS). Criado para fortalecer Forças Armadas aliadas, o projeto movimentou mais de US$ 80 bilhões apenas em 2023.
O Brasil está entre os países que mais se beneficiam porque adquiriu desde aviões de transporte até mísseis com tecnologia de última geração.
O sistema permite que governos parceiros comprem equipamentos novos ou de segunda linha por preços considerados mais acessíveis.
Além disso, o programa inclui treinamento, suporte logístico e capacitação técnica. Para as Forças Armadas brasileiras, que mantêm laços históricos com Washington, o mecanismo é visto como crucial para manter operações em alto nível.
Equipamentos e capacitação garantida
Nos últimos anos, o Brasil adquiriu pelo FMS veículos blindados, sistemas navais, componentes para caças F-5 e ferramentas de guerra eletrônica. Helicópteros Black Hawk também foram obtidos por esse canal, além de peças automotivas e tecnologias de comunicação.
Grande parte da frota naval brasileira utiliza motores e sistemas de navegação baseados em tecnologia dos Estados Unidos. No caso da Marinha, programas como o PROSUB e o PNM também dependem de cooperação norte-americana.
Redução da dependência americana
Ao longo das últimas décadas, foram firmados acordos estratégicos com diferentes nações, envolvendo transferência de tecnologia, desenvolvimento conjunto de equipamentos e fortalecimento da indústria militar nacional.
Esses entendimentos de sucesso mostram que o Brasil possui espaço para ampliar sua rede de cooperação e reduzir a dependência de um único parceiro.
Segue uma lista de países com os quais o Brasil poderia reforçar laços militares já estabelecidos.
Suécia
Entre os países que já ocupam maior protagonismo, a Suécia se destaca. O contrato com a Saab para os caças Gripen envolve transferência de tecnologia e montagem no Brasil, com participação da Embraer.
O Brasil e a Suécia construíram, nos últimos anos, uma relação sólida no campo da defesa, tendo como pilar central a aquisição e o desenvolvimento conjunto dos caças Gripen.
Em 2014, o governo brasileiro assinou contrato com a Saab, empresa sueca de defesa e segurança, para a compra de 36 aeronaves Gripen E/F.
O diferencial do acordo é que ele não se limitou à simples compra: incluiu transferência de tecnologia, cooperação industrial e participação de engenheiros e técnicos brasileiros no processo de desenvolvimento.
Mais de 350 profissionais brasileiros foram treinados na Suécia, em áreas como engenharia, aviônica e integração de sistemas.
Na prática, a aliança com a Suécia moderniza a Força Aérea Brasileira, amplia a capacidade operacional e fortalece a indústria de defesa.
França
A parceria militar entre Brasil e França é uma das mais antigas e estratégicas da área de defesa. Ela se intensificou nos últimos 20 anos, especialmente em projetos ligados à Marinha e à indústria bélica.
O principal marco foi o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), assinado em 2008.
O acordo prevê a construção de quatro submarinos convencionais da classe Scorpène e o desenvolvimento do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro, com transferência de tecnologia francesa.
O estaleiro e a base naval em Itaguaí (RJ) foram construídos dentro dessa cooperação, consolidando um polo naval de alta complexidade no Brasil.
Outro ponto importante é a cooperação em treinamento e doutrina militar. Oficiais brasileiros participam de cursos em instituições francesas, enquanto a França mantém interesse em estreitar a interoperabilidade em missões de paz e operações conjuntas.
Rússia e China ganham espaço
Rússia e China também aparecem como alternativas. Os russos já forneceram helicópteros Mi-35 e colaboram em defesa antiaérea e treinamentos.
A parceria militar entre Brasil e China é mais discreta do que com outros países, mas vem se fortalecendo de forma gradual, sobretudo em áreas de tecnologia e cooperação industrial.
Oficiais brasileiros participam de intercâmbios em instituições militares chinesas, fortalecendo o diálogo doutrinário. A cooperação ainda inclui exercícios navais ocasionais, especialmente em visitas de cortesia entre frotas.
O Governo do Presidente Lula é conhecido pelos seus fortes laços com os chineses. Com a crise diplomática com os americanos, certamente, os chineses tentarão conseguir novos contratados com o Brasil.
Outros aliados estratégicos
Alemanha fornece blindados Leopard 1A5 e sistemas de artilharia, enquanto Reino Unido e Itália atuam em vigilância marítima e desenvolvimento de aeronaves como o AMX.
Em paralelo, o Brasil coopera com Argentina e Chile em exercícios militares no Mercosul e em operações de paz.
Aposta nos Emirados Árabes
Para os Emirados, essas barreiras não têm sido impeditivas. O Grupo Edge, conglomerado de defesa sediado em Abu Dhabi, vem acelerando sua presença no Brasil.
Em menos de três anos, adquiriu duas empresas nacionais, fechou parceria para desenvolvimento de mísseis com a Marinha, construiu uma fábrica no país e firmou contratos na área de segurança pública com governos estaduais.
O investimento total já soma cerca de R$ 3 bilhões. Isso cria um cenário em que, segundo autoridades brasileiras, é mais fácil estreitar laços com quem já consolidou espaço no mercado local.
Oportunidade com tensões diplomáticas
Em entrevista à CNN, o CEO do grupo, Hamad Al Marar, afirmou que o atual distanciamento entre Brasil e EUA pode ser uma oportunidade para a Edge.
Ele destacou que relações políticas variam com o tempo, mas as oportunidades permanecem.
“O mercado está aberto porque atuamos com especificações corretas, proposta adequada, cronograma certo e preço justo”, disse Hamad. Ele também afirmou que, em cenários com tarifas, a empresa costuma ter posição mais competitiva.
A diversificação de parceiros militares mostra que o Brasil busca equilíbrio estratégico. França, Suécia, Rússia, China e até os Emirados Árabes já ocupam espaço relevante, oferecendo alternativas diante de possíveis limitações impostas pelos Estados Unidos.
Orçamento em estado crítico das Forças Armadas do Brasil
A cúpula das Forças Armadas passou a traçar um cenário considerado alarmante após o novo corte orçamentário anunciado pelo governo.
No fim de maio, a equipe econômica confirmou o congelamento de R$ 31 bilhões em todo o Orçamento da União. A Defesa foi a segunda pasta mais afetada, com uma redução de R$ 2,6 bilhões.
Militares afirmam que as forças caminham para um “estado vegetativo” e operam em “modo hibernação”.
O alerta inclui situações básicas, como a dificuldade crescente para pagar contas de água e luz de quartéis em várias regiões. Há ainda preocupação direta com a frota da Força Aérea Brasileira.
Relatos apontam que até o combustível para aeronaves que transportam autoridades nacionais já está no limite.
Verba comprometida com pessoal
Antes do corte, o orçamento da Defesa era de R$ 133 bilhões, o quinto maior da Esplanada. Porém, mais de 80% da verba é consumida com pagamento de pessoal.
Militares da ativa e da reserva somam cerca de R$ 30 bilhões cada, além das despesas com pensionistas.
Sobra, portanto, apenas uma fração para investimentos estratégicos. Esse percentual atingiu o menor nível da última década, comprometendo a modernização e a capacidade operacional das forças.
Os EUA desprezam o mais importante parceiro da América Latina, só porque o Brasil não segue sua cartilha ditatorial que quer se intrometer em assuntos de outros países. Pior pra eles. Há no planeta mais de 170 países e a maioria disposta a ser parceiro comercial do Brasil, sem seguir ideologia política de quem quer que seja. Todo país independente é soberano desde que não atente à segurança de nenhum outro, essas atitudes são desprezives, principalmente quando surgem novos Calabar, os traidores da Pátria.
Eu podia ser o presidente da nossa galáxia, mas eu iria ficar temeroso em mexer previamente na fortuna imensurável de vários magnatas pelo mundo a fora !
O presidente Estadunidense está fazendo com que muitos empresários gigantes percam o sono e também está abrindo uma porta muito grande de oportunidades para outros empresários de outros países. Portanto vai ser a dança das cadeiras ! Tristeza para uns , alegrias para outros .
Pois é, então já é hora daqueles 140 empresários assinarem um novo manifesto contra esse Desgoverno!!!