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Forças Armadas do Brasil veem risco em atritos com os EUA, que podem comprometer acesso a armas avançadas e tecnologias

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/08/2025 às 10:30
Forças Armadas
Foto: Reprodução
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Militares brasileiros avaliam com cautela a relação com Washington, temendo que instabilidade política afete compras de armamentos e projetos estratégicos.

Os Estados Unidos mantêm um dos maiores programas de transferência de armamentos do mundo, o Foreign Military Sales (FMS). Criado para fortalecer Forças Armadas aliadas, o projeto movimentou mais de US$ 80 bilhões em 2023.

O Brasil está entre os países que mais se beneficiam, adquirindo desde aviões de transporte até mísseis de última geração.

O sistema permite que governos parceiros comprem equipamentos novos ou de segunda linha por preços mais acessíveis.

Além disso, inclui treinamento, suporte logístico e capacitação técnica. Para as Forças Armadas brasileiras, que mantêm laços históricos com Washington, o programa é considerado crucial.

Equipamentos e capacitação

Nos últimos anos, o Brasil adquiriu pelo FMS veículos blindados, sistemas navais, componentes para caças F-5, tecnologias de comunicação e até ferramentas de guerra eletrônica.

Helicópteros Black Hawk, e componentes automotivos foram obtidos por esse mecanismo.

Grande parte da frota naval brasileira também utiliza motores e equipamentos de navegação baseados em tecnologia dos Estados Unidos.

No caso específico da Marinha, tanto o PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos) quanto o PNM (Programa Nuclear da Marinha) também necessitam de tecnologia dos EUA.

Para especialistas, o FMS permite ao Brasil modernizar nossas Forças Armadas e acessar tecnologias dde ponta que aumentam a capacidade brasileira de resposta e dissuasão.

Sombra da política

Segundo a CNN Brasil, apesar da parceria consolidada, cresce a preocupação com o clima político entre Brasília e Washington.

Autoridades militares brasileiras observam com atenção o cenário, temendo que desentendimentos possam afetar diretamente o fluxo de equipamentos e tecnologia.

O risco não é apenas teórico.

Sanções dos EUA contra o Brasil poderiam atingir projetos estratégicos da base industrial de defesa, considerados vitais para o país.

Principais aquisições via FMS

Helicóptero UH-60 Black Hawk do Exército Brasileiro

Em maio de 2024, o Departamento de Estado norte-americano autorizou a venda de 12 helicópteros UH-60M Black Hawk para o Brasil.

O pacote incluiu motores, rádios de comunicação, sistemas de navegação inercial e apoio logístico completo.

O valor da negociação foi estimado em 950 milhões de dólares, consolidando o Black Hawk como peça central da aviação do Exército brasileiro em operações de transporte e apoio tático.

Outro reforço importante veio em março de 2025. Após autorização prévia em 2022, o governo brasileiro confirmou a compra de até 222 mísseis antitanque FGM-148 Javelin, além de 33 lançadores portáteis.

O contrato também prevê treinamento, simuladores e suporte logístico integrado. O sistema, usado em combates recentes por forças da Otan, é considerado um dos mais eficazes do mundo contra blindados modernos.

A Marinha do Brasil também foi contemplada com novas capacidades. Em 2020, Washington aprovou a venda de 22 kits de conversão para torpedos Mk 54, tecnologia que permite atualizar modelos antigos Mk 46.

O acordo incluiu treinamentos, exercícios e peças de manutenção, ampliando a capacidade de guerra antissubmarino da frota nacional.

O fator imprevisível

A principal incerteza está na política. Tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o ex-presidente Donald Trump são vistos como figuras de decisões imprevisíveis.

Uma mudança brusca de postura poderia reconfigurar a relação de confiança que sustenta o FMS.

Para os militares brasileiros, esse risco precisa ser monitorado de perto.

Afinal, embora o programa já tenha fortalecido as Forças Armadas com equipamentos modernos, sua continuidade depende da estabilidade diplomática entre os dois países.

O Brasil segue recebendo armamentos e assistência dos EUA, consolidando-se como parceiro estratégico.

Mas, em um cenário internacional marcado por tensões, a dependência tecnológica é motivo de alerta.

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Wagner Garcia Monteiro
Wagner Garcia Monteiro
18/08/2025 11:56

É hora das forças armadas e de toda sociedade brasileira acordar para como os estadunidenses, independente para quem os está governando, republicanos ou democratas. Eles nos veem como colonizados, não são parceiros, nos exploram. Esses equipamentos repassados para as forças armadas são sucatas, lixo que descartam aqui e os nossos generais agradecem.

Leonardo
Leonardo
18/08/2025 11:39

Quais armas avançadas ?… Mísseis hupersonicos ?… Ops !!! EUA ainda não tem nada operacional… Deixa eu ver o que os EUA tem que outras nações avançadas não têm…NADA !!! Narrativa **** dos militares brasileiros capachos.

Última edição em 45 minutos atrás por Leonardo
Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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