A Força Aérea Brasileira acelera o processo de armamento dos caças Gripen E/F. Meta é habilitar disparo de mísseis Meteor e Iris-T ainda este ano. Hoje, oito unidades operacionais estão baseadas em Anápolis (GO).
Os céus do Brasil estão prestes a ganhar mais poder de fogo. A Força Aérea Brasileira (FAB) quer colocar seus caças Gripen em pleno modo combate até o fim de 2025 — e isso inclui liberar o uso de mísseis supersônicos como o Meteor e o Iris-T.
A meta é ambiciosa, mas está dentro do cronograma da FAB, que já conta com oito caças Gripen E/F operacionais na Base Aérea de Anápolis (GO). Por enquanto, as aeronaves ainda não estão autorizadas a disparar seus armamentos, mas a expectativa é que isso mude nos próximos meses com atualizações técnicas e novos testes.
O que está faltando para os Gripen estarem “prontos”?
Apesar de já declarados operacionais desde 2023, os Gripen ainda não podem usar seu canhão nem lançar mísseis. Isso acontece porque a FAB ainda está na fase de testes de armamento — que, por sinal, é bastante complexa.
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Um dos motivos do atraso é o processo de certificação e integração de armamentos no software da aeronave. Segundo a FAB, uma atualização crítica do sistema chega ainda em abril de 2025. Depois disso, os mísseis Meteor e Iris-T devem finalmente entrar em cena.
O que são esses mísseis?
- Meteor: um míssil ar-ar de longo alcance, desenvolvido na Europa, capaz de atingir alvos a mais de 100 km de distância. É um dos mais modernos do mundo.
- Iris-T: míssil de curto alcance, extremamente ágil, ideal para combates aéreos próximos e manobras rápidas.
Ambos já foram testados em caças Gripen na Europa — mas no Brasil, os lançamentos reais ainda não aconteceram.
Treinamento brasileiro decolando da Força Aérea Brasileira
A FAB também está acelerando o preparo dos seus pilotos. Em 2024, 14 aviadores foram qualificados para operar o Gripen, e pela primeira vez, um deles foi treinado totalmente no Brasil. Antes, os treinamentos aconteciam exclusivamente na Suécia.
A meta é formar novas turmas nos próximos meses, agora com infraestrutura nacional. Com isso, o Brasil ganha autonomia tanto na operação quanto na formação de sua força aérea de última geração.
Participações em exercício e desempenho
Os Gripen participaram da CRUZEX 2024, em Natal (RN), um dos maiores exercícios de guerra simulada da América do Sul. Durante os combates fictícios, os caças brasileiros enfrentaram aeronaves F-15 dos EUA e F-16 do Chile — e foram muito bem.
Segundo a Força Aérea Brasileira, sete dos oito caças participaram do exercício, com 85% de disponibilidade operacional, um índice considerado excelente para uma aeronave em fase inicial de operação.
O que vem aí: mais caças e fabricação nacional
Ao todo, o Brasil comprou 36 unidades do Gripen, incluindo oito biplace (dois assentos). Uma parte está sendo montada na Suécia, outra no Brasil, como parte do acordo de transferência de tecnologia com a Saab. Empresas como Embraer, AEL e Akaer participam do projeto.
O primeiro Gripen montado no Brasil, em Gavião Peixoto (SP), deve voar ainda em 2025. E há conversas para ampliar a frota para até 50 caças no futuro, mas ainda sem decisão oficial.