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Foi um erro tirar esta moto de linha? A Kawasaki Z750, com seu motor forte e design agressivo, deixa uma legião de fãs órfãos até hoje

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 16/06/2025 às 14:40
Foi um erro tirar esta moto de linha? A lenda da Kawasaki Z750, a "Sete Galo"
Foi um erro tirar esta moto de linha? A lenda da Kawasaki Z750, a “Sete Galo”
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Com seu motor de 4 cilindros e design agressivo, a naked Kawasaki Z750 saiu de linha em 2012, mas deixou uma legião de fãs órfãos que suas sucessoras nunca conquistaram.

Mesmo mais de uma década após sua descontinuação, a Kawasaki Z750 continua a ser um dos nomes mais reverenciados no motociclismo brasileiro. Lançada no país em 2010, ela se tornou um fenômeno de vendas e um verdadeiro “sonho de consumo”, mas teve sua produção encerrada em 2012 para dar lugar a modelos mais modernos.

Apesar de suas sucessoras, a Z800 e a Z900, serem tecnicamente superiores em todos os aspectos, nenhuma conseguiu alcançar o mesmo status de ícone. A pergunta que fica é: a Kawasaki errou ao aposentar a “Sete Galo”? A resposta está na combinação única de motor, design e atitude que transformou uma motocicleta em uma lenda.

Como o design e o motor de 748cc fizeram da Z750 um fenômeno em 2010

A Kawasaki Z750 chegou ao Brasil em um momento estratégico. Em 2009, a marca havia inaugurado sua fábrica em Manaus (AM), e a Z750 se tornou o primeiro modelo de quatro cilindros da Kawasaki a ser produzido fora do Japão. Isso permitiu um preço competitivo e mostrou a aposta da empresa no mercado nacional.

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Seu sucesso foi construído sobre dois pilares:

Design “Sugomi”: antes mesmo de a Kawasaki oficializar o termo, a Z750 já o personificava. Suas linhas musculosas, farol baixo e agressivo e rabeta minimalista davam a ela a aura de um predador. Era um design intimidador e inconfundível.

Motor com mais força: o coração da moto era um motor de quatro cilindros em linha com 748 cc, que entregava 106 cv e 8,0 kgf.m de torque. Essa cilindrada extra em relação às rivais de 600 cc dava à Z750 mais força em baixas rotações, tornando a pilotagem mais vigorosa sem a necessidade de trocar de marcha constantemente.

A “anti-Hornet”: A rivalidade com a Honda CB 600F que definiu uma geração de motociclistas

Mesmo mais de uma década após sua descontinuação, a Kawasaki Z750 continua a ser um dos nomes mais reverenciados no motociclismo brasileiro. Lançada no país em 2010, ela se tornou um fenômeno de vendas e um verdadeiro "sonho de consumo", mas teve sua produção encerrada em 2012 para dar lugar a modelos mais modernos.

A Kawasaki Z750 não tentou ser uma moto equilibrada; ela nasceu para ser a desafiante. Seu principal alvo era a líder absoluta do segmento, a Honda CB 600F Hornet. A rivalidade entre as duas definiu o mercado e criou uma escolha clara para os consumidores.

Enquanto a Hornet era elogiada por sua agilidade, leveza e motor de alta rotação derivado da superesportiva CBR600RR, a Z750 oferecia uma proposta diferente. Era mais pesada, sim, mas seu motor com mais torque proporcionava uma sensação de força bruta. A escolha era entre o refinamento e a agilidade da Honda ou a atitude rebelde e o torque avassalador da Kawasaki. Ao se posicionar como a “anti-Hornet”, a Z750 solidificou sua identidade.

As falhas na suspensão e freios que alimentaram sua mística

A lenda da Kawasaki Z750 não foi construída na perfeição. Pelo contrário, suas falhas conhecidas se tornaram parte do seu charme. O chassi de aço, embora barato de produzir, resultava em um peso elevado de 226 kg, o que comprometia sua agilidade em curvas.

As críticas mais comuns eram:

Suspensão macia: o conjunto era considerado simples demais para o desempenho do motor, dando fim de curso em pilotagens mais fortes.

Freios apenas medianos: embora funcionais, não tinham a “mordida” de sistemas mais modernos, exigindo mais força e antecipação do piloto.

Longe de afastar os compradores, essas falhas criaram uma forte cultura de customização. A troca das suspensões e a instalação de freios melhores se tornaram upgrades comuns, permitindo que cada dono criasse uma máquina única e fortalecendo a comunidade em torno do modelo.

As sucessoras Z800 e Z900: Por que a evolução técnica não superou o carisma da original?

A Kawasaki não parou no tempo. Em 2013, lançou a Z800, uma evolução direta com motor de 806 cc e 113 cv, freios melhores e um design ainda mais radical. No entanto, ela também ficou mais pesada, com 229 kg, o que foi um ponto de crítica.

Anos depois, a Z900 chegou como uma revolução. Com um novo quadro em treliça, ficou muito mais leve (212 kg), potente (125 cv) e recebeu um pacote eletrônico completo com modos de pilotagem e controle de tração. Objetivamente, a Z900 é uma moto muito superior em todos os sentidos.

Então, por que elas não se tornaram a “nova Z750”? A resposta está no caráter. A Kawasaki Z750 representou o auge da era analógica, uma moto “crua” que exigia habilidade e respeito. A segurança e a sofisticação da Z900, embora a tornem uma máquina melhor, filtraram a experiência visceral que tornou a “Sete Galo” uma lenda.

O legado da “Sete Galo”: Por que a Kawasaki Z750 continua sendo um sonho de consumo até hoje

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A decisão de descontinuar a Kawasaki Z750 não foi um erro de negócio, mas uma evolução necessária. A tecnologia avança e as normas ambientais se tornam mais rígidas. No entanto, o “raio na garrafa” que foi o sucesso da Z750 era impossível de replicar.

Seu legado é duradouro. Ela é um símbolo de uma era dourada das nakeds de quatro cilindros, e sua forte presença no mercado de usados prova que ainda é um objeto de desejo. Para muitos, ela foi a moto que estabeleceu a imagem da Kawasaki no Brasil como sinônimo de performance e atitude. Em um mundo de motos cada vez mais digitais, a “Sete Galo” oferece uma conexão mecânica pura, uma experiência que se torna cada vez mais rara e valiosa.

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Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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