Governo anuncia, em 29 de setembro de 2025, pacote para 188 embarcações no Amazonas via Fundo da Marinha Mercante; LHG Mining e Hermasa executam obras, com entregas já iniciadas em Manaus.
O Amazonas receberá R$ 1,7 bilhão do Fundo da Marinha Mercante (FMM) para construir 188 embarcações fluviais, segundo anúncio oficial feito em 29 de setembro de 2025, em Manaus. Os projetos serão executados pelas empresas LHG Mining e Hermasa, com expectativa de 10 mil empregos diretos e indiretos.
Além do financiamento, o governo inaugurou o porto fluvial de Envira e confirmou obras de modernização do terminal de Eirunepé, ações que integram a estratégia para fortalecer a indústria naval e o transporte hidroviário na Amazônia.
A medida mira reduzir custos logísticos e ampliar a competitividade regional ao deslocar cargas pesadas do modal rodoviário para as hidrovias, tidas como alternativa mais eficiente e com menor emissão de CO₂ por tonelada transportada.
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Quanto, quando e quem investe: detalhamento do pacote do FMM
Do total, a LHG Mining fará 128 embarcações no Amazonas, em um investimento de R$ 1,36 bilhão financiado pelo FMM, dentro de um programa nacional que prevê 400 barcaças e 15 empurradores em AM, BA, PA e SP. A entrega das primeiras balsas já ocorreu no Estaleiro Juruá, em Manaus.
A Hermasa construirá 60 balsas graneleiras e dois empurradores, incluindo modelos com capacidade de até 2 mil toneladas, com R$ 384,3 milhões do FMM. A informação foi divulgada pelo governo e confirmada por veículos especializados em infraestrutura.
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, os aportes se somam à política de retomada do setor: desde 2023, R$ 70 bilhões já foram priorizados pelo FMM para projetos navais, volume cerca de três vezes maior que o aprovado entre 2019 e 2022.
Impacto logístico e ambiental: comboios reduzem custo e emissões
A navegação fluvial substitui deslocamentos longos de caminhão. Um comboio de 16 barcaças pode transportar cerca de 50 mil toneladas, o equivalente a 1.250 caminhões. O ganho de escala reduz gasto com frete, pressão sobre rodovias e tempo de viagem.
No segmento graneleiro, balsas padrão de 2.000 t são comuns na região Norte e sustentam operações de grande porte no Arco Norte, reforçando a vocação do Amazonas para logística hidroviária.
O efeito ambiental é relevante: projetos financiados pelo FMM para a própria Hermasa contemplam tecnologias e desenhos operacionais que podem cortar emissões anuais de CO₂ em até 88,4%, ao reduzir viagens e possibilitar uso de biodiesel nos empurradores.
Porto de Envira e modernização de Eirunepé: entregas e próximos passos
Na mesma agenda, o governo inaugurou o porto de Envira e lançou a modernização do porto de Eirunepé, beneficiando municípios que dependem quase exclusivamente das hidrovias para acesso a serviços e escoamento de produção.
A pasta de Portos e Aeroportos informou que a ampliação da infraestrutura fluvial no interior do estado busca baratear o frete, dar segurança à navegação e aumentar a regularidade do transporte, inclusive de insumos de saúde e alimentos.
Autoridades locais destacaram que, com portos adequados e a nova frota, o escoamento de minério e grãos tende a ganhar previsibilidade, o que atrai investimentos privados e sustenta a cadeia naval no Amazonas.
Empregos, cadeia produtiva e onde serão feitas as embarcações
O governo estima 10 mil empregos com as obras e a operação dos novos ativos, somando estaleiros, oficinas, manutenção e tripulações. O volume inclui mão de obra local e serviços associados à construção naval.
Em Manaus, o Estaleiro Juruá já entregou as primeiras balsas da LHG. Para a Hermasa, os planos preveem produção em estaleiros do Amazonas; decisões anteriores do CDFMM já citavam o estaleiro Beconal (AM) para séries de balsas padrão Mississippi.
A combinação de barcaças e empurradores amplia a oferta de comboios fluviais para minério e grãos. A expectativa setorial é de queda estrutural no custo por tonelada e mais competitividade para a economia regional.
Você acha que o pacote do FMM vai mesmo baratear o frete e acelerar a logística no Amazonas ou faltam metas e prazos mais claros? Você concorda com priorizar hidrovias sobre novas estradas na região? Deixe seu comentário e diga o que espera ver primeiro: mais comboios nos rios ou mais obras em portos do interior.