Segundo o advogado Davi Aragão, estados como Flórida, Texas e Califórnia ampliaram a contratação de imigrantes legalizados em 2025, oferecendo salários melhores e até programas de residência permanente.
A política migratória mais rígida adotada nos Estados Unidos após a posse de Donald Trump em janeiro de 2025 teve efeitos inesperados. A saída de milhões de imigrantes indocumentados gerou escassez de mão de obra em setores estratégicos, levando estados americanos a buscar ativamente trabalhadores documentados. O resultado é um cenário inédito: salários em alta, benefícios extras e até patrocínio de Green Card para imigrantes legalizados.
De acordo com o advogado Davi Aragão, a tendência reflete tanto uma necessidade econômica urgente quanto uma reconfiguração do debate político sobre imigração nos EUA. Ao mesmo tempo em que reforçam fronteiras, estados dependentes de mão de obra imigrante ampliam incentivos para quem já está regularizado.
Construção civil: Flórida, Geórgia, Utah, Colorado e Texas
A construção civil, tradicionalmente dependente de trabalhadores estrangeiros, é um dos setores mais afetados.
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Carpinteiros, pedreiros, eletricistas e encanadores estão em falta, especialmente em estados como Flórida e Texas.
Empresas locais aumentaram os salários e, em alguns casos, oferecem patrocínio de Green Card para profissionais que permaneçam contratados por dois ou três anos.
Já Geórgia, Utah e Colorado ampliaram programas de capacitação para atrair imigrantes legalizados.
Nevada e Arizona criaram até iniciativas públicas de treinamento para acelerar a substituição da mão de obra perdida.
Saúde e homecare: Illinois, Nova York, Nova Jersey e Califórnia
O setor de saúde também enfrenta forte pressão.
A saída de imigrantes indocumentados afetou sobretudo o atendimento domiciliar (homecare) e o cuidado de idosos.
Hospitais, clínicas e famílias passaram a oferecer salários mais altos para enfermeiros, cuidadores e técnicos legalizados, especialmente em estados populosos como Nova York, Nova Jersey e Califórnia.
A demanda é tão alta que empresas privadas estudam incluir benefícios extras para atrair profissionais.
Transporte e logística: Indiana, Pensilvânia, Ohio e Nevada
O transporte rodoviário, já deficitário em motoristas, foi um dos mais impactados pelas novas regras de imigração.
A exigência de fluência em inglês para a Commercial Driver License (CDL) dificultou ainda mais a entrada de novos caminhoneiros.
Estados como Indiana e Ohio agora oferecem cursos gratuitos de inglês técnico e qualificação em transporte.
Algumas empresas estudam patrocinar vistos permanentes para motoristas e operadores de empilhadeira, garantindo retenção de mão de obra em um setor vital para a economia.
Agricultura e alimentos: Califórnia, Flórida, Geórgia, Idaho e Arkansas
Na agricultura, a crise é ainda mais visível. Colheitas, frigoríficos e processadoras de alimentos ficaram sem trabalhadores suficientes, já que o visto temporário H-2A não atende toda a demanda.
Com isso, imigrantes documentados passaram a receber salários mais altos e oportunidades em áreas como colheita, embalagem e inspeção alimentar.
Empresários pressionam o governo por uma ampliação do programa H-2A ou pela criação de novos vistos específicos para o setor agrícola.
Oportunidade e debate político
A falta de trabalhadores já pressiona os preços de serviços e alimentos, forçando uma discussão sobre reforma imigratória nos EUA.
Especialistas avaliam que pode surgir um visto especial para setores críticos, como construção e transporte, abrindo mais espaço para entrada legal de profissionais estrangeiros.
Hoje, pelo menos 10 estados americanos — entre eles Flórida, Texas, Califórnia, Geórgia, Illinois, Nova York, Nova Jersey, Indiana, Nevada e Arkansas — lideram a contratação de imigrantes legalizados em 2025.
O que antes parecia apenas uma crise migratória virou uma janela de oportunidade para quem busca estabilidade e melhores salários nos Estados Unidos.
O cenário de 2025 mostra que, mesmo com políticas mais duras, os EUA continuam dependentes da mão de obra imigrante.
A diferença é que agora os benefícios se concentram nos trabalhadores documentados, com ganhos reais em salário, segurança e perspectivas de permanência.
Na sua opinião, vale a pena aproveitar essa oportunidade e buscar trabalho legalizado nos EUA em setores como construção, saúde e agricultura? Ou os riscos ainda superam os benefícios? Deixe seu comentário — queremos ouvir quem já viveu essa experiência na prática.