Projeto que sela o fim de testes de cosméticos em animais agora aguarda sanção presidencial; entenda o que muda para a indústria e para o consumidor.
A Câmara dos Deputados deu um passo histórico em direção ao fim de testes de cosméticos em animais no Brasil. Em uma votação decisiva, foi aprovado o projeto de lei que proíbe o uso de animais vertebrados vivos em pesquisas e testes para o desenvolvimento de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. O texto agora segue para a sanção do presidente da República.
A aprovação representa uma grande vitória para a causa animal e alinha o Brasil a uma tendência global de práticas mais éticas na indústria da beleza. A proposta, que tramitava há anos no Congresso, estabelece novas regras para o setor e incentiva a adoção de métodos alternativos, colocando o país em um novo patamar de inovação e responsabilidade.
O que a nova lei proíbe?
O texto é claro e abrangente. A principal medida é a proibição do uso de animais vertebrados em testes e experimentos para avaliar a segurança ou a eficácia de ingredientes e produtos cosméticos finalizados. Isso significa que as empresas não poderão mais realizar procedimentos que causem sofrimento a animais para validar novos itens que chegam ao mercado.
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Além disso, a lei também proíbe que dados obtidos em novos testes com animais, mesmo que realizados em outros países, sejam usados para autorizar a venda de um produto no Brasil.
Existem exceções?
Sim, mas são muito restritas. A proposta permite o uso de animais em situações excepcionais, apenas quando houver graves preocupações com a segurança de um ingrediente amplamente utilizado e que não possa ser substituído. Nesses casos, a autorização dependerá de uma aprovação do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea).
Outro ponto importante é que empresas que precisarem usar dados de testes em animais para cumprir exigências de outros países (em regulamentações não cosméticas) ficarão proibidas de usar selos como “livre de crueldade” ou “cruelty-free” em seus rótulos no Brasil.
O futuro: métodos alternativos e fiscalização
O projeto estabelece um prazo de dois anos para que as autoridades sanitárias incentivem e fiscalizem a adoção de métodos alternativos que não utilizam animais. A ciência já oferece diversas opções mais modernas e eficazes, como:
- Modelos computacionais (in silico);
- Culturas de células e tecidos;
- Organoides (mini-órgãos criados em laboratório);
- Bioimpressão 3D de pele humana.
Um avanço ético e científico
A aprovação foi celebrada por parlamentares de diferentes partidos. O relator do projeto, deputado Ruy Carneiro (Podemos-PB), classificou a medida como “um avanço ético e científico”. O deputado Célio Studart (PSD-CE) afirmou que os testes são “inaceitáveis no século 21”, enquanto a deputada e ativista Duda Salabert (PDT-MG) comemorou a aprovação como uma “realização pessoal”.
As multas para quem descumprir a lei foram mantidas, variando de R$ 1 mil a R$ 20 mil, dependendo da infração. Com a sanção presidencial, o Brasil se juntará a mais de 40 países que já baniram essa prática, consolidando um novo capítulo na história da indústria cosmética nacional.
E você, o que achou dessa decisão? Acredita que o fim de testes de cosméticos em animais é um marco para o Brasil? Deixe sua opinião nos comentários!