Decisão da Embraer de encerrar o fim do trabalho 100% home office mobiliza 18 mil funcionários e leva sindicato a contestar medida na Justiça.
A Embraer confirmou que vai encerrar o fim do trabalho 100% home office a partir de 5 de janeiro de 2026, exigindo que os funcionários retornem ao modelo presencial por três dias na semana e mantenham até dois dias de teletrabalho. A decisão, que afeta 18 mil empregados no Brasil, foi adiada de agosto para janeiro após manifestações de trabalhadores em São José dos Campos (SP).
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região entrou com ação judicial contra a medida, alegando que a empresa mudou unilateralmente as condições de contrato, sem negociação coletiva. Para os representantes, o retorno obrigatório ao presencial representa um retrocesso na rotina dos trabalhadores, que durante a pandemia se adaptaram ao modelo remoto sem perda de produtividade.
Por que a Embraer decidiu encerrar o home office total
Segundo comunicado oficial, a Embraer defende que o fim do trabalho 100% home office vai fortalecer o vínculo entre equipes, melhorar a colaboração em projetos e garantir maior agilidade na comunicação. A companhia também afirma que o momento de expansão global exige maior integração das áreas internas.
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A decisão acompanha uma tendência internacional: unidades da Embraer em outros países já retomaram o presencial, e a empresa entende que o Brasil deve se alinhar. Para a direção, experiências compartilhadas dentro dos escritórios são fundamentais para o desenvolvimento de pessoas e da própria companhia.
A visão do sindicato e os impactos para os funcionários
O sindicato contesta a medida com base no artigo 468 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que exige negociação prévia em mudanças relevantes de contrato. A entidade também argumenta que o retorno afeta financeiramente os trabalhadores, já que o auxílio mensal de R$ 900 para despesas em teletrabalho deixará de ser pago.
Outro ponto destacado é o aumento no tempo de deslocamento, que poderia reduzir a qualidade de vida e impactar a produtividade. Muitos empregados foram contratados já no regime remoto, inclusive de outros estados, o que torna o retorno ainda mais complexo.
Como a Embraer se preparou para a volta ao presencial
Após os protestos em agosto, a empresa adiou a medida e iniciou reformas em suas unidades. Restaurantes foram ampliados e áreas de convivência foram adaptadas para receber mais trabalhadores diariamente. A companhia reforça que o modelo híbrido será a regra a partir de 2026, equilibrando presença no escritório e flexibilidade de trabalho remoto.
Embraer no cenário global
Além da questão trabalhista, a Embraer vive um momento estratégico. Recentemente, a empresa conseguiu escapar das tarifas comerciais impostas pelo governo dos EUA, garantindo a continuidade de suas operações no maior mercado de aviação regional do mundo. Com mais de 9.000 aeronaves entregues desde 1969, a fabricante é considerada um dos maiores símbolos da indústria brasileira e referência no setor aeroespacial global.
O anúncio do fim do trabalho 100% home office pela Embraer escancarou um debate maior: como equilibrar produtividade, qualidade de vida e exigências das empresas em tempos de mudanças aceleradas no mercado. Enquanto a companhia aposta na integração presencial como diferencial estratégico, os trabalhadores defendem o direito ao modelo remoto já consolidado.
E você, o que pensa sobre essa decisão? O fim do trabalho 100% home office é um avanço para a Embraer ou um retrocesso para os funcionários? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade na prática.