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“Fim do minimis” acende sinal vermelho e mais três países bloqueiam envios para os EUA após novas regras de Trump

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 27/08/2025 às 15:14
Fim do de minimis acende sinal vermelho e mais três países bloqueiam envios para os EUA após novas regras de Trump
Foto: Em questão de dias, Japão, Austrália e Taiwan anunciaram suspensões temporárias de determinados serviços de envio.
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A partir de 29 de agosto de 2025, os EUA acabam com a isenção de minimis (até US$ 800) para encomendas internacionais. Japan Post, Australia Post e Chunghwa Post (Taiwan) já suspenderam parte dos envios, afetando o e-commerce global.

A decisão dos Estados Unidos de encerrar a isenção de minimis para encomendas internacionais provocou uma reação em cadeia em operadores postais ao redor do mundo. Em questão de dias, Japão, Austrália e Taiwan anunciaram suspensões temporárias de determinados serviços de envio para território norte-americano, enquanto empresas e consumidores correm para entender as novas regras.

O governo dos EUA confirmou que, a partir de 29 de agosto de 2025, remessas de baixo valor deixarão de entrar sem tarifas. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, altera profundamente a dinâmica de compras internacionais de baixo custo e de envios feitos por pequenos varejistas.

Na prática, milhões de pacotes que antes cruzavam fronteiras sem cobrança de tributos passarão a pagar tarifas, e as operadoras postais precisarão cobrar e repassar esses valores às autoridades aduaneiras dos EUA. Esse regramento, de aplicação imediata, explica por que tantos países preferiram pausar serviços até que os fluxos operacionais estejam claros.

Fim da isenção de minimis nos EUA, data, regras e cálculo de tarifas

O fim da isenção de minimis foi formalizado pela Casa Branca em ordem executiva que suspende o tratamento livre de tarifas para remessas de baixo valor. Até então, a regra permitia que pacotes de até US$ 800 entrassem sem cobrança. Agora, todas as encomendas com bens passam a ser tarifadas, conforme as alíquotas aplicáveis de origem e produto.

A U.S. Customs and Border Protection (CBP) publicou orientação global detalhando como as operadoras devem arrecadar e remeter os tributos. Há dois métodos válidos: um ad valorem (percentual sobre o valor) e um específico por item. Neste segundo, foi prevista uma fase de transição de seis meses com valores fixos por item conforme a tarifa IEEPA do país de origem: US$ 80 (até 16%), US$ 160 (entre 16% e 25%) e US$ 200 (acima de 25%). Após esse período, o método ad valorem se torna obrigatório para a rede postal internacional.

Além das tarifas, a CBP determinou exigências operacionais: operadores precisam ter garantias financeiras (bonds), declarar país de origem e reportar os envios via formulários específicos no Pay.gov. A intenção é dar rastreabilidade e previsibilidade ao recolhimento, mas o curtíssimo prazo gerou insegurança e paralisações nos serviços.

Japan Post, Australia Post e Chunghwa Post (Taiwan) suspendem envios para os EUA

A Japan Post informou que deixará de aceitar determinados pacotes com destino aos EUA, sobretudo itens comerciais e remessas acima de limites de valor, citando a ausência de um sistema claro de pré-pagamento de tarifas. O anúncio oficial, publicado nos canais da empresa, pontua que as mudanças entram em vigor imediatamente antes da virada regulatória americana.

A Australia Post comunicou suspensão parcial de envios para os EUA nesta terça-feira, 26 de agosto de 2025, medida confirmada por veículos internacionais e pela imprensa australiana. A estatal atribui a pausa às novas exigências tarifárias e à necessidade de ajustar processos internos para cobrança e repasse. Para clientes empresariais, soluções alternativas estão sendo estudadas com parceiros, enquanto cartas e documentos seguem operando normalmente.

Em Taiwan, a Chunghwa Post suspendeu o envio de pequenos pacotes destinados aos EUA a partir de 26 de agosto, alegando que o sistema postal global ainda não oferece serviço para pré-cobrança das tarifas americanas e que transportadoras contratadas também pararam o transporte de encomendas comerciais.

E-commerce global sob impacto, marketplaces e vendedores terão custo e prazo maiores

A retirada do de minimis altera o custo total de importação para consumidores e impõe novas obrigações para lojistas que vendem via marketplaces e lojas virtuais. Plataformas que conectam fabricantes estrangeiros a compradores americanos, como marketplaces de moda e gadgets, tendem a reajustar preços, recalibrar fretes e repensar políticas de devolução.

Operadores logísticos também estão restringindo o fluxo. A DHL informou limitações temporárias no envio de bens via rede postal para os EUA, enquanto mantém DHL Express como alternativa, sujeita às regras aduaneiras usuais. A prioridade, por ora, é adequar sistemas de dados, cálculo de tarifas e repasses conforme as exigências da CBP.

No agregado, o que se vê é uma desorganização temporária nas redes postais internacionais, com países da Europa e da Ásia-Pacífico pausando parte dos serviços. A normalização depende de ajustes técnicos e de clareza operacional. Analistas avaliam que o choque deve se dissipar ao longo dos próximos meses, mas com um novo patamar de custos para quem vende e compra do exterior.

Cartas, documentos e “presentes”, o que continua e o que pode mudar

É importante frisar que cartas e documentos sem mercadorias não se enquadram no escopo da tarifação e, em geral, seguem operando. Mesmo assim, as informações operacionais variam entre países e podem mudar rapidamente conforme cada operador ajusta seus sistemas.

Algumas reportagens internacionais citam exceções limitadas para remessas pessoais classificadas como presentes, abaixo de valores baixos. Os relatos variam, com menções a US$ 100 ou US$ 150 em casos específicos, mas essas referências dependem da interpretação de cada operador e do enquadramento legal local. Antes de postar, verifique regras atualizadas no seu país.

Para envios urgentes, alternativas courier expresso seguem disponíveis, porém com regras aduaneiras plenas e possíveis taxas. A DHL Express permanece operando, e outras transportadoras privadas tendem a manter serviços mediante declaração adequada e pagamento dos tributos devidos.

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Geovane Souza

Geovane Souza é especialista em criação de conteúdo na internet, ações de SEO e marketing digital. Nas horas vagas é Universitário de Sistemas de Informação no IFBA Campus de Vitória da Conquista.

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