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Fim da placa solar? Nova regra do Governo Lula poderia inviabilizar quase todos projetos no Brasil, mas reviravolta fez MP 1.300 ser aprovada sem pontos de risco à geração distribuída

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/09/2025 às 14:07
Senado aprova MP 1.300 com tarifa social ampliada e sem risco à energia solar. Regras evitam impacto na geração distribuída
Senado aprova MP 1.300 com tarifa social ampliada e sem risco à energia solar. Regras evitam impacto na geração distribuída
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Senado aprovou medida que amplia a tarifa social de energia elétrica, mas retirou trechos que poderiam comprometer investimentos em geração solar distribuída. O tema gerou mobilização no Congresso e seguirá em debate em outra medida provisória.

O Senado aprovou nesta quinta-feira (18) a Medida Provisória 1.300/2025, que amplia a tarifa social de energia elétrica.

O texto foi votado no último dia de validade da proposta, poucas horas após a confirmação pela Câmara dos Deputados, e agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A versão final retirou dispositivos que poderiam afetar diretamente a geração distribuída de energia solar, tema que vinha mobilizando parlamentares, associações do setor e investidores.

A Normatel Engenharia anunciou a abertura de vagas de emprego imediatas para atuação na Refinaria Abreu e Lima (RNEST), localizada em Ipojuca, Pernambuco. As oportunidades abrangem cargos técnicos e de engenharia, com destaque para o setor de instrumentação, elétrica e planejamento.

O risco estava na atribuição à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para criar novas modalidades tarifárias, o que poderia gerar imprevisibilidade sobre custos e comprometer o retorno dos investimentos em painéis fotovoltaicos.

Senado aprova MP 1.300 com tarifa social ampliada e sem risco à energia solar. Regras evitam impacto na geração distribuída (Imagem: © Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Senado aprova MP 1.300 com tarifa social ampliada e sem risco à energia solar. Regras evitam impacto na geração distribuída (Imagem: © Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Risco para a energia solar

Na avaliação da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a medida anterior abria espaço para insegurança jurídica, já que mudaria a forma de compensação dos consumidores que produzem a própria energia.

O setor alertava para uma possível queda drástica nos incentivos e até inviabilização de projetos em curso.

Além desse ponto, outros temas polêmicos foram deixados de fora, como a abertura total do mercado livre de energia, a entrada da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) no mercado de gás natural e o fim de incentivos às fontes alternativas.

Essas discussões foram transferidas para a MP 1.304, ainda em tramitação.

Tarifa social ampliada

A MP aprovada amplia os benefícios da Tarifa Social de Energia Elétrica.

Famílias de baixa renda cadastradas no CadÚnico terão isenção total na conta de luz quando o consumo for de até 80 quilowatts-hora (kWh) mensais.

Até agora, os descontos eram parciais, entre 10% e 65%, aplicados para consumos de até 220 kWh.

O benefício será custeado pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que reúne encargos pagos pelo setor e repassados em parte aos consumidores.

Com a isenção integral, o número de famílias contempladas aumenta, e a diferença será distribuída nas tarifas de todos os demais usuários do sistema.

Continuam incluídos no programa idosos e pessoas com deficiência que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), famílias com renda per capita de até meio salário mínimo e aquelas com até três salários mínimos que tenham integrante em tratamento de saúde que exige equipamentos elétricos contínuos.

Comunidades indígenas, quilombolas e famílias em áreas isoladas da região Norte também seguem contempladas.

Senado aprova MP 1.300 com tarifa social ampliada e sem risco à energia solar. Regras evitam impacto na geração distribuída
Senado aprova MP 1.300 com tarifa social ampliada e sem risco à energia solar. Regras evitam impacto na geração distribuída

Mobilização no Congresso

Parlamentares se mobilizaram nas últimas semanas para retirar da MP o artigo que poderia reduzir a compensação financeira de quem já possui sistemas de geração própria.

Segundo o deputado Lúcio Mosquini (MDB-RO), a proposta inicial diminuía a restituição da energia injetada na rede de cerca de 80% para apenas 17%, mudança que poderia desestimular investimentos e afetar milhões de consumidores.

O parlamentar classificou a alteração como um retrocesso, alegando que enfraqueceria a política de incentivo às energias renováveis e prejudicaria a segurança energética.

Ele destacou que não se pode penalizar quem apostou em energia limpa e investiu em tecnologia sustentável.

Mosquini articulou apoio para manter em pauta o Destaque nº 7, que buscava preservar regras mais equilibradas para os proprietários de painéis solares.

Defendeu ainda um diálogo mais amplo entre governo, especialistas e setor produtivo, de forma a evitar prejuízos irreversíveis.

Futuro da matriz energética no Brasil

A discussão em torno da energia solar mobilizou tanto parlamentares quanto entidades do setor, que alertaram para três principais riscos:

  • Desestímulo a novos investimentos.
  • Insegurança jurídica para famílias que já apostaram na tecnologia.
  • Maior dependência de fontes fósseis e grandes usinas.

Mosquini também enfatizou o potencial de Rondônia para geração solar, afirmando que o estado pode se tornar referência na área.

O deputado reforçou o compromisso de defender avanços em inovação, sustentabilidade e segurança energética, apontando a energia solar como peça estratégica para o futuro do país.

Com a retirada dos dispositivos mais críticos e a aprovação da MP 1.300 sem mudanças que ameaçassem a geração distribuída, o setor respira aliviado. A discussão, no entanto, deve continuar com a tramitação da MP 1.304.

Para especialistas, a grande questão agora é se o governo e o Congresso conseguirão encontrar um equilíbrio entre ampliar benefícios sociais e preservar os estímulos à produção descentralizada de energia limpa.

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Cary Carter
Cary Carter
19/09/2025 14:07

Your writing is a true testament to your expertise and dedication to your craft. I’m continually impressed by the depth of your knowledge and the clarity of your explanations. Keep up the phenomenal work!

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas e também editor do portal CPG. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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