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Fim da exportação de gás natural boliviano para a Argentina favorece Mato Grosso do Sul e impulsiona a arrecadação estadual

Publicado em 11/10/2024 às 16:53
Fim da exportação de gás natural boliviano para a Argentina favorece Mato Grosso do Sul e impulsiona a arrecadação estadual
A economia de MS ganhará um fôlego? (Imagem: Reprodução)

Com a interrupção do envio de gás boliviano à Argentina, o Brasil será o destino exclusivo, aumentando a receita do MS.

A exportação de gás natural da Bolívia para a Argentina chegou ao fim e, surpreendentemente, essa mudança pode trazer um benefício inesperado para Mato Grosso do Sul. O volume que antes era destinado ao país vizinho agora será direcionado integralmente ao Brasil, elevando as receitas estaduais com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Mato Grosso do Sul, que há anos viu uma queda nas receitas de gás natural, está prestes a experimentar um renascimento no setor. Com o aumento da importação de gás boliviano pelo Brasil, a arrecadação de ICMS, que já foi um dos principais motores da economia local, pode dar uma guinada positiva. Mas será que isso é o suficiente para sustentar a economia estadual?

Mudança no destino do gás natural boliviano

No final de setembro, a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) anunciou que não enviaria mais gás natural para a Argentina, país que tradicionalmente absorvia cerca de 4 milhões de m³ por dia desse recurso. Em vez disso, todo esse volume agora será redirecionado ao Brasil, elevando as importações brasileiras de gás boliviano de 15 milhões para 19 milhões de m³ diários.

O gerente de Contratos e Exportações da YPFB, Óscar Claros, explicou que o Brasil absorverá naturalmente esse excedente, sem maiores dificuldades. “Qualquer volume que deixemos de enviar ao mercado argentino já tem destino garantido no Brasil”, afirmou Claros, reforçando que o Brasil representa um mercado confiável e de longo prazo para a Bolívia.

Impacto no Mato Grosso do Sul

Esse aumento na entrada de gás natural pelo gasoduto Bolívia-Brasil diretamente beneficia Mato Grosso do Sul, que cobra ICMS sobre todo o volume de gás que passa por seu território. Em um período no qual as receitas estaduais estão pressionadas, especialmente após a quebra de safra, esse impulso pode ser crucial.

Há uma década, quando a Bolívia exportava cerca de 30 milhões de m³ por dia, Mato Grosso do Sul chegou a arrecadar R$ 70 milhões mensais apenas com o ICMS do gás natural. Porém, com a redução nas importações brasileiras nos últimos anos, essa arrecadação caiu drasticamente. Atualmente, o estado vê números muito menores, mas ainda assim significativos para sua economia.

Com a interrupção das exportações de gás boliviano para a Argentina, Mato Grosso do Sul pode esperar uma recuperação parcial de sua arrecadação, mesmo que os números não sejam tão expressivos quanto no passado. Isso ocorre porque, embora o volume total importado pelo Brasil aumente, ainda está abaixo do pico histórico registrado há alguns anos.

Por que a Argentina deixou de importar gás natural?

O movimento da Argentina de interromper as importações de gás boliviano não foi repentino. Há mais de uma década, com as descobertas de reservas de gás na região de Vaca Muerta, a Argentina vem buscando sua autossuficiência energética. Nos últimos anos, essa transição se acelerou, levando à redução das compras do gás boliviano.

No entanto, essa mudança no mercado energético do país vizinho acabou favorecendo o Brasil e, mais especificamente, Mato Grosso do Sul, que agora terá um papel ainda mais relevante na cadeia de distribuição de gás natural no Brasil.

A economia de MS ganhará um fôlego?

Com essa nova dinâmica, espera-se que Mato Grosso do Sul veja um impacto positivo em sua arrecadação de ICMS. Em um cenário onde outros setores, como a agricultura, enfrentam dificuldades, a recuperação parcial da receita com o gás pode representar um alívio temporário.

No entanto, será suficiente para compensar as perdas de outros setores? O aumento das importações de gás boliviano poderia ser o motor que o estado precisa para voltar a crescer? O que você acha? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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Bruno Castilho Barreto

Jornalista com foco em petróleo e gás, investimentos e oportunidades no mercado nacional.

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