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Ficar sem carga no carro elétrico já não é um pesadelo — veja como a tecnologia evita riscos e o que ainda está por vir

Escrito por Ana Alice
Publicado em 21/07/2025 às 17:23
Ficar sem bateria no carro elétrico pode não ser um pesadelo. Entenda como a tecnologia evita panes e garante segurança nas ruas. (Imagem: Reprodução/IA)
Ficar sem bateria no carro elétrico pode não ser um pesadelo. Entenda como a tecnologia evita panes e garante segurança nas ruas. (Imagem: Reprodução/IA)
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Com o avanço dos carros elétricos, o medo de ficar parado sem bateria está mudando. Entenda como a tecnologia atual redefine segurança e autonomia.

A popularização dos veículos elétricos está transformando a mobilidade urbana e rural, mas ainda gera dúvidas sobre o que acontece quando a bateria chega a 0%.

Diferente dos carros a combustão, os elétricos possuem sistemas inteligentes que evitam paradas bruscas e dão tempo ao motorista para reagir.

Em pleno 2025, os carros elétricos já não são mais uma promessa distante do futuro.

Modelos com mais de 300 km de autonomia e sistemas de segurança embarcados fazem parte da realidade de milhares de condutores no Brasil e no mundo.

Porém, a infraestrutura de carregamento ainda não acompanha esse crescimento no mesmo ritmo, o que alimenta preocupações sobre o risco de “pane seca elétrica”.

A ansiedade de autonomia deu lugar a outra preocupação

Durante muito tempo, o maior medo de quem pensava em migrar para um veículo elétrico era a autonomia.

Com a evolução das baterias e dos sistemas de eficiência energética, esse cenário mudou.

Modelos como o Kia EV6, Nissan Leaf, Porsche Taycan e BYD Dolphin já garantem mais de 300 km com uma carga completa.

Isso é mais do que suficiente para a rotina urbana de grande parte da população.

Contudo, o verdadeiro desafio agora está na rede de recarga.

Segundo a ABVE – Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil já ultrapassou os 4.000 pontos públicos de carregamento, mas muitos ainda enfrentam filas, aparelhos danificados ou locais de difícil acesso.

Essa realidade gera incerteza especialmente em viagens longas.

O que acontece quando a bateria chega ao fim

Ao contrário de um carro movido a gasolina ou etanol, que pode simplesmente desligar de forma abrupta, o carro elétrico tenta proteger o motorista até o último instante.

A sequência é mais ou menos assim:

Primeiro, surgem alertas no painel informando sobre o baixo nível da bateria.

Em seguida, o sistema mostra mensagens como “nível de bateria baixo” e sugere ao motorista procurar um carregador próximo.

Alguns modelos indicam os pontos de recarga no GPS integrado e recalculam a rota automaticamente.

Se a carga continuar a cair, o desempenho do carro é reduzido drasticamente.

Nesse momento, entra em ação o chamado “modo tartaruga”, que diminui a potência para preservar a pouca energia restante.

Recursos como ar-condicionado, sistema multimídia e aquecedores são desativados para priorizar a tração.

O comportamento varia conforme o modelo

Cada fabricante implementa sistemas diferentes para lidar com a descarga total.

No caso do Fiat 500e, por exemplo, o veículo pode parar de forma mais brusca quando atinge 0%.

Já o Kia EV6 demonstrou continuar rodando mesmo com o painel marcando bateria zerada, atingindo velocidades de até 60 mph (cerca de 96 km/h).

Eventualmente, ele parou de maneira gradual, porém sem assistência na direção, o que dificultou o reboque.

Outros modelos, como o Porsche Taycan, mantêm o sistema elétrico ativo por mais tempo e conseguem manter a direção assistida, facilitando o transporte até um local seguro.

E se o carro parar de vez? Como funciona o reboque?

Se a bateria descarregar completamente e o carro parar, o ideal é chamar um serviço especializado.

Diferente de carros convencionais, os veículos elétricos não podem ser rebocados da forma tradicional, pois a maioria não possui uma marcha neutra verdadeira.

A tração direta no motor elétrico pode ser danificada caso o veículo seja puxado com as rodas tracionadas no solo.

O recomendado é o uso de caminhão-plataforma ou guincho com rodas suspensas, especialmente para modelos com tração dianteira ou traseira.

Segundo o RAC (Royal Automobile Club), modelos como o Nissan Leaf (tração dianteira) podem ser rebocados com as rodas dianteiras suspensas.

Já o Cupra Born (tração traseira) exige suspensão das rodas traseiras.

Alguns modelos contam com modo de reboque inteligente, que libera automaticamente o freio de estacionamento, facilitando a remoção em caso de pane.

Como evitar ser surpreendido pela falta de carga

A melhor forma de evitar a “pane seca elétrica” é o planejamento.

Antes de iniciar uma viagem, principalmente em regiões com poucos pontos de carregamento, vale traçar uma rota que inclua locais com estrutura adequada.

Aplicativos como PlugShare, Waze e Google Maps já mostram a localização de carregadores públicos.

Além disso, o uso do modo econômico e da regeneração de frenagem ajuda a ganhar alguns quilômetros extras.

Em situações críticas, desligar itens como rádio, ar-condicionado e aquecedor pode estender a autonomia por poucos quilômetros, o suficiente para alcançar uma estação.

Outra dica simples, mas eficaz, é reduzir o peso do veículo, já que carga extra afeta diretamente o consumo da bateria.

E se mesmo assim a bateria acabar?

Caso o carro pare por completo, a solução está em acionar o serviço de assistência 24h.

Algumas empresas já oferecem caminhões equipados com geradores de recarga rápida, capazes de fornecer carga suficiente para que o veículo chegue até o próximo ponto de recarga.

Em situações em que isso não seja possível, o guincho-plataforma será a única opção viável.

O futuro reserva menos imprevistos

A evolução dos carros elétricos vai além da autonomia e já avança para tornar obsoleta a preocupação com recarga.

Algumas tecnologias em teste na Europa e nos Estados Unidos incluem carregamento por indução nas estradas e estações de recarga ultrarrápida, capazes de carregar 80% da bateria em menos de 15 minutos.

Fabricantes como BMW, Hyundai e Tesla já trabalham com essa visão de abastecimento contínuo e dinâmico.

Com isso, a experiência do motorista será cada vez mais parecida com a de quem dirige um carro convencional — mas com mais inteligência, menos impacto ambiental e mais segurança.

Ficar sem bateria em um carro elétrico não é mais sinônimo de desespero.

Com tecnologia embarcada, alertas inteligentes e planejamento, é possível evitar esse contratempo com facilidade.

O segredo está em conhecer o seu veículo, usar os recursos disponíveis e sempre manter o carregamento sob controle.

A mobilidade elétrica não é apenas uma tendência, é uma revolução — e quem dirige um elétrico já está participando dela.

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Ana Alice

Redatora e analista de conteúdo. Escreve para o site Click Petróleo e Gás (CPG) desde 2024 e é especialista em criar textos sobre temas diversos como economia, empregos e forças armadas.

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