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Fiat aposenta motor ‘inquebrável’ que roda mais de 300 mil km após 40 anos e 10 milhões de carros

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 24/06/2025 às 22:06
Atualizado em 25/06/2025 às 10:31
Fiat encerra o motor Fire após 40 anos e 10 milhões de carros. Descubra o impacto dessa decisão histórica na indústria automotiva brasileira.
Fiat encerra o motor Fire após 40 anos e 10 milhões de carros. Descubra o impacto dessa decisão histórica na indústria automotiva brasileira.
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Depois de 40 anos e mais de 10 milhões de carros, a Fiat encerra a produção do lendário motor Fire, símbolo de resistência e economia, por novas regras ambientais.

A indústria automotiva nacional entrou em um novo capítulo neste ano com a aposentadoria do lendário motor Fire, um dos mais icônicos da Fiat e que marcou quatro décadas de presença contínua no mercado brasileiro.

O encerramento da produção deste propulsor ocorreu agora em 2025, impulsionado pelo avanço das normas ambientais e pela necessidade de atualização tecnológica.

Mais de 10 milhões de veículos ao redor do mundo foram equipados com este motor, que ficou conhecido por sua durabilidade, simplicidade mecânica e custo de manutenção reduzido.

Origem do motor Fire e sua chegada ao Brasil

O motor Fire, cujo nome é a sigla para Fully Integrated Robotised Engine (Motor de Integração Totalmente Robotizado), nasceu na Europa em 1985, inicialmente no Lancia Y10.

No entanto, apenas em fevereiro de 2000 o propulsor desembarcou nas linhas de montagem brasileiras da Fiat, em Betim (MG), equipando o Palio 1.3 de 16 válvulas.

A chegada da versão 1.0, em 2001, marcaria o início de um ciclo que durou 24 anos, consolidando o Fire como referência de confiabilidade e eficiência no segmento de motores compactos.

Modelos equipados e reputação do propulsor Fire

Ao longo dessas décadas, o Fire foi peça-chave em modelos de grande sucesso da Fiat no Brasil, incluindo Uno, Palio, Siena e Mobi.

Além disso, seu desempenho econômico e resistência tornaram-no escolha frequente em veículos de trabalho, como o utilitário Fiorino e o próprio Uno, muitas vezes adaptado para frotas e serviços que exigiam robustez.

O motor conquistou reputação ao atingir facilmente marcas superiores a 300 mil quilômetros sem apresentar falhas graves, o que lhe rendeu a alcunha de “inquebrável” entre consumidores e especialistas do setor automotivo.

Impacto das normas ambientais no fim do Fire

A despedida do Fire acontece em função das exigências da oitava fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve L8), em vigor desde o início de 2025.

Essas regras impuseram limites ainda mais rigorosos de emissões de poluentes, obrigando a indústria a buscar alternativas mais eficientes e menos poluentes.

Conforme a Stellantis, grupo que controla a Fiat, o investimento para manter o motor Fire atualizado diante das novas diretrizes se tornaria inviável frente à evolução tecnológica dos novos propulsores.

Em 2021, uma série de modificações já havia sido feita na tentativa de prolongar a vida útil do Fire.

O sistema de injeção eletrônica foi recalibrado, o catalisador recebeu aprimoramentos e houve alteração na recirculação dos gases de escape.

Ainda assim, com a chegada do Proconve L8, tornou-se impossível adequar o veterano motor sem comprometer seu custo-benefício, um dos fatores que mais o diferenciava no mercado.

Fiat encerra o motor Fire após 40 anos e 10 milhões de carros. Descubra o impacto dessa decisão histórica na indústria automotiva brasileira.
Fiat encerra o motor Fire após 40 anos e 10 milhões de carros. Descubra o impacto dessa decisão histórica na indústria automotiva brasileira.

Evolução tecnológica do motor Fire no Brasil

Durante sua trajetória no país, o Fire passou por transformações importantes.

Lançado em sua configuração inicial 1.3 de 16 válvulas, evoluiu para versões 1.0 e 1.4, e também ganhou capacidade flex em 2003, adaptando-se à realidade brasileira de combustíveis alternativos.

Posteriormente, a arquitetura do cabeçote foi simplificada, favorecendo a manutenção e aumentando ainda mais sua reputação de baixo custo.

A facilidade de encontrar peças, aliada à grande quantidade de unidades em circulação, criou uma verdadeira rede de suporte técnico, o que contribuiu para a popularização do Fire.

Oficinas em todo o território nacional passaram a se especializar neste motor, tornando sua manutenção acessível até para os proprietários com menor poder aquisitivo.

O Fire foi responsável por democratizar o acesso ao automóvel para milhões de brasileiros, desempenhando papel central em programas de renovação de frota, como o lançamento do Palio em 1997 e a produção do Uno Mille.

A sua longevidade no mercado fez com que muitos dos veículos equipados com este propulsor ainda sejam vistos nas ruas, mesmo décadas após sua fabricação.

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Curiosidades e impacto global do propulsor Fire

Ao todo, mais de 10 milhões de carros foram produzidos com o motor Fire em diferentes continentes, incluindo Ásia, Europa e América Latina.

Em diversos países, a robustez e a simplicidade do Fire também o tornaram referência entre taxistas, motoristas de aplicativo e pequenos empresários, que viam no modelo uma solução confiável para o trabalho diário.

O desenvolvimento do Fire foi resultado de um processo de automação industrial avançado para a época, incorporando linhas de montagem robotizadas ainda no final dos anos 1980, o que garantiu precisão e repetibilidade nos processos.

Além disso, o motor destacou-se pela facilidade de adaptação às normas locais de emissões e pelas baixas taxas de manutenção preventiva necessárias.

Futuro dos motores na Fiat e no Brasil

Com a saída definitiva do Fire das linhas de produção em Betim, a Fiat direciona seus investimentos para novas tecnologias de propulsão, como motores turbo de três cilindros, híbridos e elétricos, capazes de atender aos requisitos ambientais e de eficiência energética exigidos globalmente.

Segundo especialistas, a trajetória do Fire serve de exemplo para o desafio de combinar robustez, custo acessível e atualização tecnológica em motores compactos.

Diante desse cenário, fica a pergunta: qual será o próximo motor a conquistar a confiança dos brasileiros e superar o legado do Fire em durabilidade, economia e popularidade?

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Alex Oliveira
Alex Oliveira
28/06/2025 19:48

Se quiser entrar em contato comigo sobre o meu Siena 1.0 2011 Fire instagram  Alex.voa

Alex Oliveira
Alex Oliveira
28/06/2025 19:46

Eu tenho um Siena 1.0 motor Fire 2011 e meu carro já está com 686 mil Km rodados sem mexer no motor

Elton
Elton
27/06/2025 17:21

Vem aí preços altos e durabilidade zero

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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