Estado concentra as propriedades rurais mais caras do Brasil, impulsionado por produtividade recorde, logística estratégica e interesse internacional.
As fazendas à venda por bilhões se multiplicam no Mato Grosso, refletindo o avanço acelerado do agronegócio. A liderança nacional na produção de soja, milho e algodão transformou o Estado em vitrine de terras bilionárias — a maior delas, em Nova Ubiratã, está avaliada em R$ 5,8 bilhões.
Com 66 mil hectares, pista de pouso para jatos e estrutura completa de armazenagem, a propriedade simboliza o novo patamar de valorização do solo agrícola. Segundo a Chãozão, plataforma especializada em imóveis rurais, quatro das dez fazendas mais caras do país estão em solo mato-grossense.
Uma corrida bilionária por terras férteis e estruturadas
A valorização das fazendas à venda por bilhões não é pontual. Entre 2019 e 2024, o preço médio das terras agrícolas no Brasil cresceu 113,3%, enquanto o das pastagens subiu 116,3% — quase quatro vezes mais que a inflação no mesmo período, segundo a Scot Consultoria. Em Mato Grosso, a alta foi ainda maior: 189,1%.
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Segundo estudo do Centro de Estudos do Agronegócio da FGV, o avanço é sustentado por fatores como a alta global das commodities, ganhos em produtividade e a expansão da infraestrutura logística. A BR-163, conhecida como rota da soja, virou um dos principais corredores do agro brasileiro.
O que justifica fazendas à venda por bilhões no Mato Grosso?
Segundo a CEO da Chãozão, Geórgia Oliveira, a explosão nos valores está ligada à combinação de cinco fatores estratégicos:
- Alta rentabilidade de soja, milho e algodão, com preços internacionais atrativos;
- Demanda global crescente por alimentos, com o Brasil como fornecedor central;
- Melhorias logísticas em estradas e ferrovias, reduzindo o custo de escoamento;
- Adoção de tecnologias agrícolas de ponta, que ampliam a produtividade;
- Entrada de fundos estrangeiros, especialmente americanos e chineses.
Em 2025, o Estado já conta com mais de 700 fazendas à venda, com áreas que ultrapassam 80 mil hectares, pistas de pouso privadas, armazéns, algodoeiras e até distritos urbanos internos, como o caso do Distrito Água Limpa, que surgiu dentro de uma dessas propriedades.
Agroindústria, etanol de milho e megainvestimentos
Outro fator que impulsiona as fazendas à venda por bilhões é o avanço da agroindústria. Mato Grosso abriga 17 das 40 biorrefinarias de etanol de milho do país, segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem). A Inpasa, maior produtora da América Latina, já fabrica etanol, DDGS e óleo vegetal em larga escala em Sinop.
Essas usinas transformaram a dinâmica do milho na região. Antes pouco valorizado por conta do frete caro até os portos, hoje o grão é absorvido localmente e movimenta uma cadeia inteira de valor, com impacto direto na terra e nas comunidades agrícolas.
Investidores estrangeiros miram o campo brasileiro
O interesse por fazendas à venda por bilhões não vem só de brasileiros. Segundo a Chãozão, em 2025 já foram registradas mais de 160 mil buscas internacionais, com destaque para americanos, ingleses, chineses e alemães. As restrições legais não impedem a negociação: com aprovação do Incra e, em alguns casos, do Conselho de Defesa Nacional, estrangeiros podem adquirir propriedades no Brasil.
A valorização contínua, aliada à produção recorde e à segurança alimentar global, faz do Mato Grosso o epicentro dos ativos mais cobiçados do agro brasileiro. Se fosse um país, o Estado estaria entre os 10 maiores produtores de grãos do mundo.
Você investiria em terras no Mato Grosso? Acha que essas fazendas bilionárias representam o futuro do agro brasileiro? Deixe sua opinião nos comentários.
Por que vender uma fazenda produtiva, e rentável, com toda infra instrutura montada?
é uma propriedade privada, e, as pessoas não são eternas.