Fruta esquecida ganha sobrevida com projeto familiar que valoriza sabores históricos e atrai visitantes para adoção de pés de Elberta
Uma ação sustentável e cultural está chamando atenção nos Estados Unidos desde o início da colheita em maio de 2025. A fazenda Masumoto, localizada na Califórnia, tornou-se símbolo de preservação de frutas raras ao recuperar o cultivo do pêssego Elberta — uma variedade tradicional que quase desapareceu do mercado.
O projeto, criado em 2025 por David Mas Masumoto e sua filha Nikiko, oferece uma experiência única: qualquer pessoa pode “adotar” uma árvore da espécie Elberta e colher os frutos diretamente do pomar durante o período da colheita. Essa iniciativa une agricultura familiar, história alimentar e consciência ambiental em um só terreno.
Projeto resgata variedade histórica quase extinta
O Elberta foi desenvolvido no século 19 pelo horticultor Samuel E. Rumph, na Geórgia, e por décadas dominou os pomares dos EUA devido à sua polpa firme e sabor adocicado. Entretanto, ao longo dos anos, o avanço de frutas mais padronizadas para o mercado e a priorização da durabilidade em transporte deixaram o Elberta fora das prateleiras.
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Segundo registros agrícolas dos EUA, a variedade entrou em declínio severo nas últimas três décadas. Por isso, o trabalho da Fazenda Masumoto passou a ser reconhecido por instituições de alimentação sustentável como Slow Food USA e universidades que estudam a herança agrícola do país.
Adoção de árvores transforma o modo de consumir
Com o programa “Adote uma Árvore”, os Masumoto criaram uma forma inovadora de unir consumidores à terra. Os participantes pagam uma taxa fixa para reservar um pessegueiro Elberta. Ao chegar o período da colheita, em meados de maio, cada família visita a propriedade, colhe seus próprios frutos e participa de atividades agrícolas educativas.
Esse modelo aproxima o público da origem dos alimentos, estimula o consumo consciente e mantém viva uma herança agrícola quase perdida. De acordo com a Universidade de Davis, na Califórnia, o projeto inspirou iniciativas semelhantes em outras regiões do país.
Impacto sustentável e educacional do modelo
Além da recuperação da variedade Elberta, a fazenda prioriza técnicas orgânicas de cultivo e manejo regenerativo do solo. As práticas evitam o uso de agrotóxicos e respeitam os ciclos naturais da terra, conforme orientações da California Certified Organic Farmers (CCOF), entidade que regula a produção orgânica no estado.
Além disso, as visitas à fazenda incluem oficinas sobre agroecologia, plantio comunitário e a importância de proteger frutas nativas ou negligenciadas. Segundo Nikiko Masumoto, a proposta vai além da colheita. “É um resgate de histórias, sabores e memórias que não cabem nas gôndolas de supermercado”, afirma.
Tradição e inovação se encontram no campo
A família Masumoto representa quatro gerações de agricultores nipo-americanos, que se estabeleceram na Califórnia após a Segunda Guerra Mundial. Por isso, o resgate do Elberta tem também um valor identitário. Desde 2025, a fazenda ampliou o número de árvores adotadas e já atraiu famílias de diversos estados dos EUA, transformando o local em uma referência nacional de agricultura com propósito.
Segundo levantamento do jornal agrícola Fresno Bee, o número de visitantes dobrou entre 2023 e 2025, refletindo o crescente interesse por experiências agrícolas autênticas.
Modelo inspira políticas e gerações futuras
O Departamento de Agricultura dos EUA reconheceu, em relatório de junho de 2025, que o modelo desenvolvido pela Fazenda Masumoto pode ser referência para o resgate de outras variedades ameaçadas. Enquanto isso, escolas locais têm incluído o programa em seus currículos de ciências e alimentação, promovendo visitas educacionais que ensinam desde o cultivo até a história cultural das frutas.
Além disso, movimentos de jovens agricultores vêm utilizando o modelo como base para projetos em estados como Oregon, Arizona e Colorado.
Lições que ultrapassam a cerca da fazenda
O sucesso do Elberta não se resume à fruta. Ele representa um movimento de resistência alimentar, de reconexão com a terra e de valorização do sabor verdadeiro. E tudo isso acontece sem marketing agressivo ou promessas exageradas — apenas com consistência, valores familiares e trabalho de décadas.
O exemplo da fazenda mostra que é possível fazer agricultura com identidade, respeito ao meio ambiente e foco em experiências transformadoras.
Afinal, você prefere frutas perfeitas na aparência ou autênticas no sabor e na história? Deixe sua opinião!