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“Fantasma” químico da proto-Terra é encontrado: evidência de 4,5 bilhões de anos revela o que realmente sobreviveu ao impacto que criou a Lua

Escrito por Carla Teles
Publicado em 15/10/2025 às 17:11
"Fantasma" químico da proto-Terra é encontrado: evidência de 4,5 bilhões de anos revela o que realmente sobreviveu ao impacto que criou a Lua
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Estudo do MIT, baseado em rochas antigas, desafia a teoria de que um impacto gigante apagou completamente a composição original do nosso planeta

Cientistas do MIT fizeram uma descoberta surpreendente que redefine nossa compreensão sobre a formação do planeta. Pesquisadores encontraram vestígios raros da “proto-Terra”, o planeta primitivo que existia há 4,5 bilhões de anos. A análise, baseada em amostras de rochas profundas e antigas, oferece a primeira prova química direta de que parte do material original da Terra sobreviveu ao cataclísmico “impacto gigante” que formou a Lua.

Acreditava-se amplamente na comunidade científica que a colisão massiva havia derretido e misturado completamente o material do nosso planeta, apagando qualquer assinatura química original. No entanto, as novas descobertas, publicadas na revista Nature Geosciences e destacadas pelo portal Interesting Engineering, provam que essa ideia estava incorreta, revelando que blocos intocados do planeta primitivo ainda existem nas profundezas da Terra.

A anomalia do potássio: uma assinatura do passado

A equipe de pesquisadores concentrou sua análise em rochas muito antigas, coletadas em locais geologicamente significativos como a Groenlândia, o Canadá e a partir de lava vulcânica do Havaí. Utilizando um espectrômetro de massas de alta precisão, eles identificaram uma assinatura química única nessas amostras, um sutil, mas mensurável, desequilíbrio nos isótopos de potássio, marcado por um déficit de potássio-40.

Essa proporção específica de potássio é notavelmente diferente daquela encontrada na grande maioria das rochas da Terra moderna. A diferença confirmou que essas amostras possuem uma composição distinta, um eco direto da química do planeta antes do grande impacto. “Esta é talvez a primeira evidência direta de que preservamos os materiais da proto-Terra“, afirmou Nicole Nie, professora do MIT e uma das autoras do estudo. “Isso é incrível, porque esperaríamos que essa assinatura tão antiga fosse lentamente apagada ao longo da evolução da Terra”, completou.

O impacto gigante e a sobrevivência do planeta primitivo

A teoria predominante sobre a formação da Terra postula que, cerca de 100 milhões de anos após o surgimento da proto-Terra, um objeto do tamanho de Marte colidiu violentamente com ela. Este evento cataclísmico teria gerado calor e pressão suficientes para derreter e homogeneizar completamente o planeta, redefinindo sua composição química e, no processo, ejetando o material que eventualmente formaria a Lua. Por décadas, a consequência aceita era que a composição da proto-Terra havia sido completamente transformada.

Para validar suas descobertas, a equipe do MIT conduziu simulações complexas de impactos planetários e processos de mistura geológica. Os resultados foram claros: nenhum evento subsequente conhecido, incluindo o próprio impacto gigante, poderia ter produzido o déficit de potássio-40 observado. Curiosamente, as simulações mostraram que o material violentamente impactado resultaria em uma composição com uma fração “ligeiramente maior” de potássio-40, o que corresponde à composição da Terra moderna. A conclusão, segundo a Interesting Engineering, é que os blocos de construção da proto-Terra de alguma forma permaneceram intocados e sequestrados nas profundezas do interior do nosso planeta.

Um novo mistério para a ciência planetária

A descoberta, no entanto, também abre portas para um novo e intrigante mistério. A assinatura química encontrada nessas rochas remanescentes da proto-Terra não corresponde exatamente a nenhum tipo de meteorito conhecido atualmente em coleções geológicas ao redor do mundo. Embora outros meteoritos apresentem anomalias de potássio, nenhum exibe o mesmo déficit específico encontrado nas amostras de rochas antigas da Terra.

Isso sugere fortemente que os materiais que originalmente formaram a proto-Terra ainda não foram descobertos, indicando que o inventário atual de meteoritos que os cientistas usam para modelar a formação planetária está incompleto. “Os cientistas têm tentado entender a composição química original da Terra combinando as composições de diferentes grupos de meteoritos”, explicou Nicole Nie. “Mas nosso estudo mostra que o inventário atual de meteoritos não está completo e há muito mais a aprender sobre a origem do nosso planeta”.

O que você pensa sobre essa incrível janela para o passado do nosso planeta? Descobertas como esta mudam a forma como você vê a história da Terra? Deixe sua opinião nos comentários, queremos saber o que você pensa!

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Carla Teles

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