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Família perde R$ 11 mil em golpe de falso corretor e Pix na compra da casa própria no Rio — “ele tinha acesso total aos condomínios”

Escrito por Felipe Alves da Silva
Publicado em 16/10/2025 às 13:26
vítima de golpe do Pix em compra de apartamento no Rio segura comprovantes e denuncia falso corretor.
Família perde R$ 11 mil ao cair em golpe do Pix com falso corretor que tinha acesso aos condomínios em São Cristóvão; caso é investigado pela Polícia Civil. Créditos: Imagem ilustrativa criada por IA – uso editorial.
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A doméstica Bruna das Neves acreditou negociar seu primeiro imóvel com um corretor credenciado, mas o sonho virou pesadelo após transferir R$ 11 mil via Pix. O suspeito, que tinha acesso aos condomínios e chaves dos apartamentos, foi investigado pela Polícia Civil por estelionato

O golpe que fez uma família da Zona Norte do Rio de Janeiro perder R$ 11 mil ainda repercute um ano depois. Em abril de 2024, a doméstica Bruna das Neves acreditou estar prestes a realizar o sonho da casa própria ao negociar um imóvel em São Cristóvão. O que parecia uma oportunidade se transformou em um pesadelo: o homem que se apresentou como corretor de imóveis era, na verdade, um estelionatário.

O caso ganhou destaque na época e se tornou símbolo dos riscos do chamado “golpe do falso corretor”, modalidade em que criminosos se infiltram em estandes de construtoras e conquistam a confiança de compradores desavisados.

A confiança que virou armadilha

Bruna conheceu o golpista após ver um anúncio de apartamento nas redes sociais. Ela procurou o estande da construtora Vivaz, onde foi atendida por um funcionário e apresentada a Roni Álvaro Bento Mathias, que se dizia corretor credenciado.

Segundo a vítima, Roni tinha total acesso aos condomínios.

“Ele mostrava os apartamentos, a churrasqueira, tinha as chaves e era autorizado pelos porteiros. A gente acreditava que era tudo certo”, contou Bruna em entrevista ao G1.

Com o passar das semanas, Roni convenceu o casal a fazer depósitos via Pix, sob a justificativa de cobrir despesas de imposto de renda e documentação do financiamento. Ele chegou a afirmar que a Caixa Econômica Federal havia aprovado um crédito de R$ 230 mil, exigindo mais R$ 8 mil de entrada para liberar o contrato.

O falso corretor chegou a levar o casal até uma agência da Caixa na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, e simulou conversas com um gerente, reforçando a credibilidade da fraude.

Descoberta do golpe e investigação policial

Dias depois, o suposto corretor começou a enviar mensagens dizendo que o contrato tinha vindo “com erro”.

“Bruna, o contrato veio errado, já foi solicitado por quem é de direito para consertar. Hoje a própria Vivaz cobrou da Caixa”, escreveu ele em um dos contatos.

Foi nesse momento que Bruna percebeu que havia caído em um golpe. A família registrou boletim de ocorrência na 17ª DP (São Cristóvão), e o caso passou a ser investigado como estelionato.

Em desabafo, Bruna afirmou:

“Tenho 40 anos e nunca tive casa própria. Queria deixar um lar para meus filhos. Perdi tudo o que tinha juntado com tanto esforço.”

Histórico do golpista e posicionamento da construtora

A apuração revelou que Roni Álvaro Bento Mathias já havia sido preso em 2020, acusado de corrupção passiva enquanto atuava como estagiário na Defensoria Pública. Na ocasião, ele cobrava valores de assistidos prometendo agilizar processos judiciais — pelo menos oito pessoas registraram boletins de ocorrência.

A construtora Vivaz afirmou que o homem não fazia parte do quadro de associados e que agiu de forma independente, utilizando indevidamente o nome da empresa. Segundo nota enviada à imprensa, a Vivaz reforçou que não realiza reservas de imóveis e que pagamentos não devem ser feitos diretamente a corretores.

A empresa informou ainda ter adotado medidas cíveis e criminais para apurar o uso indevido de sua marca e colaborar com a investigação.

Reflexões e desdobramentos jurídicos

O caso reacendeu o debate sobre responsabilidade compartilhada entre construtoras e instituições financeiras em golpes imobiliários. Especialistas em direito do consumidor lembram que o STJ tem entendido que bancos podem ser responsabilizados por falhas na segurança de transações via Pix, e que construtoras devem adotar mecanismos de controle sobre seus representantes e acessos.

Embora o processo ainda siga sob investigação, o episódio de Bruna das Neves serve de alerta para compradores que negociam imóveis fora dos canais oficiais. Casos como este mostram que a confiança cega e o imediatismo nas transferências digitais continuam sendo os maiores aliados dos golpistas.

A informação foi originalmente divulgada pelo G1, com complementos da TV Globo, em reportagem publicada em 29 de abril de 2024.

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Felipe Alves da Silva

Sou Felipe Alves, com experiência na produção de conteúdo sobre segurança nacional, geopolítica, tecnologia e temas estratégicos que impactam diretamente o cenário contemporâneo. Ao longo da minha trajetória, busco oferecer análises claras, confiáveis e atualizadas, voltadas a especialistas, entusiastas e profissionais da área de segurança e geopolítica. Meu compromisso é contribuir para uma compreensão acessível e qualificada dos desafios e transformações no campo estratégico global. Sugestões de pauta, dúvidas ou contato institucional: fa06279@gmail.com

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