A falta de mão de obra qualificada é a principal preocupação de 41% dos CEOs do setor de consumo no Brasil. Enquanto empresas investem em tecnologia e capacitação, desafios como segurança cibernética e sustentabilidade também preocupam.
Enquanto empresas correm para se adaptar às novas tecnologias e desafios econômicos, um obstáculo silencioso se impõe: a escassez de profissionais qualificados.
O impacto dessa deficiência pode ser maior do que se imagina, comprometendo a produtividade, os investimentos e até mesmo a sobrevivência de muitos negócios.
De acordo com a 28ª edição da Global CEO Survey, realizada pela PwC, 41% dos líderes empresariais do setor de consumo no Brasil apontam a falta de mão de obra qualificada como o principal risco para os negócios em 2024.
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A pesquisa, que entrevistou mais de 4.700 CEOs em 100 países, também revelou outras ameaças, como a segurança cibernética e a necessidade de reinvenção empresarial.
Perspectivas econômicas dividem opiniões
O otimismo moderado marca as previsões econômicas para 2024. No Brasil, 62% dos CEOs do setor de consumo esperam crescimento econômico local, um percentual inferior à média nacional de 73%.
No cenário global, 59% projetam avanço, um índice próximo à média mundial de 58%, mas bem abaixo dos 68% da percepção geral do país.
Além da mão de obra: outras ameaças no radar
Se a falta de qualificação preocupa, a segurança cibernética também não passa despercebida. Ameaças digitais foram citadas por 31% dos CEOs entrevistados, destacando os riscos de ataques hackers e vazamento de dados.
Segundo Luciana Medeiros, sócia da PwC Brasil, “a escassez de mão de obra qualificada domina as preocupações, reduzindo o foco em desafios igualmente críticos, como as disrupções tecnológicas”.
Empresas precisam se reinventar para sobreviver
O estudo também revelou um dado preocupante: 33% dos CEOs do setor acreditam que suas empresas não sobreviverão por mais 10 anos sem mudanças significativas.
Embora abaixo da média nacional de 45%, o percentual reforça a urgência da adaptação.
Para lidar com isso, 59% das empresas planejam expandir suas equipes em 2024, apostando na capacitação de funcionários e na adoção de novas estratégias.
Inteligência artificial: aliada ou desafio?
A tecnologia surge como um caminho para otimizar processos e preencher lacunas de qualificação.
63% dos CEOs afirmam que a IA generativa tem aumentado a eficiência da equipe, enquanto 82% planejam investir na tecnologia para capacitar seus colaboradores.
No entanto, o impacto financeiro ainda é discreto: apenas 34% dos entrevistados relatam aumento na receita e 31% em lucratividade, embora 57% esperem uma melhora na rentabilidade ainda em 2024.
Para Medeiros, “a IA já faz parte da gestão de estoques e da experiência do cliente, mas a integração plena ainda é um desafio”. Atualmente, 51% dos CEOs estão confiantes na implementação da tecnologia em processos-chave.
Pouca diversificação de mercado
Apesar dos desafios, a diversificação dos negócios ainda é limitada.
Nos últimos cinco anos, apenas 33% das empresas do setor de consumo no Brasil entraram em novos mercados, um percentual inferior à média nacional de 45%.
As principais apostas estão em setores como serviços financeiros, bem-estar e e-commerce. No entanto, a concorrência segue acirrada.
“Empresas de outras áreas podem facilmente ingressar no setor de consumo, pressionando os players tradicionais”, explica Medeiros.
Sustentabilidade e remuneração de executivos
Cada vez mais, a sustentabilidade está no centro das decisões corporativas. 62% dos CEOs brasileiros do setor de consumo afirmam que parte da remuneração variável dos executivos está atrelada a metas ambientais.
Embora relevante, o índice ainda é inferior à média nacional de 69%.
Além disso, 51% das empresas relataram redução de custos devido a iniciativas sustentáveis, apontando oportunidades para avanço.
O futuro do setor está ameaçado?
A falta de mão de obra qualificada, os desafios tecnológicos e a necessidade de reinvenção colocam em xeque o futuro do setor de consumo no Brasil.
As empresas estão investindo em capacitação e tecnologia, mas será o suficiente? O mercado conseguirá acompanhar a demanda crescente por profissionais especializados antes que o problema se torne irreversível?