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Falta de mão de obra qualificada no Brasil é principal ameaça para importante setor, diz pesquisa

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 30/01/2025 às 14:55
A escassez de profissionais qualificados desafia o setor de consumo no Brasil, impulsionando empresas a buscar soluções urgentes.
A escassez de profissionais qualificados desafia o setor de consumo no Brasil, impulsionando empresas a buscar soluções urgentes.

A falta de mão de obra qualificada é a principal preocupação de 41% dos CEOs do setor de consumo no Brasil. Enquanto empresas investem em tecnologia e capacitação, desafios como segurança cibernética e sustentabilidade também preocupam.

Enquanto empresas correm para se adaptar às novas tecnologias e desafios econômicos, um obstáculo silencioso se impõe: a escassez de profissionais qualificados.

O impacto dessa deficiência pode ser maior do que se imagina, comprometendo a produtividade, os investimentos e até mesmo a sobrevivência de muitos negócios.

De acordo com a 28ª edição da Global CEO Survey, realizada pela PwC, 41% dos líderes empresariais do setor de consumo no Brasil apontam a falta de mão de obra qualificada como o principal risco para os negócios em 2024.

A pesquisa, que entrevistou mais de 4.700 CEOs em 100 países, também revelou outras ameaças, como a segurança cibernética e a necessidade de reinvenção empresarial.

Perspectivas econômicas dividem opiniões

O otimismo moderado marca as previsões econômicas para 2024. No Brasil, 62% dos CEOs do setor de consumo esperam crescimento econômico local, um percentual inferior à média nacional de 73%.

No cenário global, 59% projetam avanço, um índice próximo à média mundial de 58%, mas bem abaixo dos 68% da percepção geral do país.

Além da mão de obra: outras ameaças no radar

Se a falta de qualificação preocupa, a segurança cibernética também não passa despercebida. Ameaças digitais foram citadas por 31% dos CEOs entrevistados, destacando os riscos de ataques hackers e vazamento de dados.

Segundo Luciana Medeiros, sócia da PwC Brasil, “a escassez de mão de obra qualificada domina as preocupações, reduzindo o foco em desafios igualmente críticos, como as disrupções tecnológicas”.

Empresas precisam se reinventar para sobreviver

O estudo também revelou um dado preocupante: 33% dos CEOs do setor acreditam que suas empresas não sobreviverão por mais 10 anos sem mudanças significativas.

Embora abaixo da média nacional de 45%, o percentual reforça a urgência da adaptação.

Para lidar com isso, 59% das empresas planejam expandir suas equipes em 2024, apostando na capacitação de funcionários e na adoção de novas estratégias.

Inteligência artificial: aliada ou desafio?

A tecnologia surge como um caminho para otimizar processos e preencher lacunas de qualificação.

63% dos CEOs afirmam que a IA generativa tem aumentado a eficiência da equipe, enquanto 82% planejam investir na tecnologia para capacitar seus colaboradores.

No entanto, o impacto financeiro ainda é discreto: apenas 34% dos entrevistados relatam aumento na receita e 31% em lucratividade, embora 57% esperem uma melhora na rentabilidade ainda em 2024.

Para Medeiros, “a IA já faz parte da gestão de estoques e da experiência do cliente, mas a integração plena ainda é um desafio”. Atualmente, 51% dos CEOs estão confiantes na implementação da tecnologia em processos-chave.

Pouca diversificação de mercado

Apesar dos desafios, a diversificação dos negócios ainda é limitada.

Nos últimos cinco anos, apenas 33% das empresas do setor de consumo no Brasil entraram em novos mercados, um percentual inferior à média nacional de 45%.

As principais apostas estão em setores como serviços financeiros, bem-estar e e-commerce. No entanto, a concorrência segue acirrada.

“Empresas de outras áreas podem facilmente ingressar no setor de consumo, pressionando os players tradicionais”, explica Medeiros.

Sustentabilidade e remuneração de executivos

Cada vez mais, a sustentabilidade está no centro das decisões corporativas. 62% dos CEOs brasileiros do setor de consumo afirmam que parte da remuneração variável dos executivos está atrelada a metas ambientais.

Embora relevante, o índice ainda é inferior à média nacional de 69%.

Além disso, 51% das empresas relataram redução de custos devido a iniciativas sustentáveis, apontando oportunidades para avanço.

O futuro do setor está ameaçado?

A falta de mão de obra qualificada, os desafios tecnológicos e a necessidade de reinvenção colocam em xeque o futuro do setor de consumo no Brasil.

As empresas estão investindo em capacitação e tecnologia, mas será o suficiente? O mercado conseguirá acompanhar a demanda crescente por profissionais especializados antes que o problema se torne irreversível?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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