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Fábrica de US$ 12 BILHÕES, ferrovia monumental e 100 MIL empregos no Brasil: China ilude, mas promessas não saem do papel

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 23/11/2024 às 13:16
Promessas bilionárias da China ao Brasil, incluindo fábrica de US$ 12 bi e ferrovia, não saíram do papel, causando frustrações.
Promessas bilionárias da China ao Brasil, incluindo fábrica de US$ 12 bi e ferrovia, não saíram do papel, causando frustrações.

China prometeu fábrica de US$ 12 bilhões, ferrovia bioceânica e 100 mil empregos no Brasil. Anúncios grandiosos, mas sem execução, frustraram expectativas. O que o futuro reserva para essas promessas bilionárias?

Grandes anúncios, cifras bilionárias e promessas de transformação econômica.

Durante encontros históricos entre autoridades do Brasil e da China, os discursos foram carregados de otimismo e projeções grandiosas.

Mas, por trás do glamour, uma pergunta persiste: onde estão os resultados concretos desses compromissos?

Segundo a CNN Brasil, uma série de megaprojetos envolvendo o Brasil e a China foi divulgada com ampla repercussão, prometendo alavancar a infraestrutura e a indústria brasileira.

Entre as iniciativas mais destacadas estavam a construção de uma fábrica monumental da Foxconn, um fundo de investimentos bilionário e até uma ferrovia transcontinental.

Contudo, nenhum desses projetos saiu efetivamente do papel, deixando frustrações e dúvidas no rastro das promessas.

O sonho da fábrica da Foxconn

Em 2011, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) esteve em Pequim e anunciou, em tom ambicioso, uma parceria histórica com a Foxconn, gigante taiwanesa fornecedora da Apple.

A proposta era estabelecer no Brasil uma fábrica própria da empresa, com investimento de US$ 12 bilhões e geração de 100 mil empregos, incluindo 20 mil para engenheiros altamente qualificados.

Conforme reportado pela CNN Brasil, o projeto envolvia até mesmo a criação de uma “cidade-indústria” para abrigar as operações.

No entanto, uma sequência de entraves surgiu, desde exigências de apoio financeiro pelo BNDES até dificuldades na captação de investidores privados.

A Foxconn chegou a construir uma pequena unidade em Itu (SP), mas o grande plano foi abandonado.

O fundo bilionário da China que não deslanchou

Outro anúncio promissor ocorreu em 2015, quando o então primeiro-ministro chinês Li Keqiang e Dilma Rousseff divulgaram a criação do Fundo Brasil-China de Cooperação para a Expansão da Capacidade Produtiva.

Com US$ 20 bilhões previstos — sendo US$ 15 bilhões da China e US$ 5 bilhões do Brasil — o fundo visava financiar projetos industriais e de infraestrutura.

Apesar de formalmente constituído, o fundo jamais foi capitalizado.

De acordo com a CNN Brasil, a seleção de projetos chegou a ser iniciada pelo Ministério do Planejamento, mas o cenário político brasileiro e o discurso anti-China no início do governo Bolsonaro em 2019 interromperam qualquer avanço.

Ferrovia bioceânica: um projeto inviável

Outro marco foi o lançamento da proposta de uma ferrovia bioceânica em 2015.

O plano previa uma ligação de 3,5 mil quilômetros entre Goiás e Mato Grosso, interligando o Porto de Santos ao litoral do Peru.

A promessa era integrar os oceanos Atlântico e Pacífico, transformando a logística sul-americana.

Conforme a CNN Brasil destacou, o projeto enfrentou uma série de obstáculos.

A ausência de viabilidade econômica, dificuldades ambientais e os desafios de engenharia para atravessar a Cordilheira dos Andes tornaram a ideia insustentável.

Apesar de visitas técnicas realizadas por equipes chinesas, nem mesmo o projeto básico de engenharia foi concluído.

O impacto político e econômico das promessas não cumpridas pela China

As promessas chinesas no Brasil não se materializaram, e isso trouxe impactos negativos tanto para as relações bilaterais quanto para a percepção pública sobre esses acordos.

Anúncios grandiosos sem resultados concretos prejudicam a credibilidade das parcerias internacionais e deixam dúvidas sobre a capacidade de execução de projetos desse porte.

Segundo a CNN Brasil, os entraves não se limitam ao Brasil.

A burocracia local, os riscos políticos e as dificuldades de planejamento são desafios frequentes enfrentados por investidores chineses em outros países.

Esses fatores ajudam a explicar o descompasso entre as promessas e a realidade.

Expectativas para o futuro

Apesar das frustrações passadas, especialistas apontam que o Brasil continua sendo um destino atrativo para investimentos estrangeiros, especialmente em infraestrutura.

O avanço de novas políticas públicas e a reaproximação entre os dois países podem abrir caminhos para que projetos futuros sejam concretizados.

Afinal, a pergunta que fica é: o Brasil ainda pode confiar em promessas bilionárias de parceiros estrangeiros ou é hora de repensar as estratégias para atrair investimentos reais?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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