Cenário desafiador. Isso é o que vislumbra o banco Itaú BBA, em análise realizada para o mercado de vários produtos do agro brasileiro, entre eles, o do frango. Os números são projeções para o primeiro mês deste ano de 2023. Contudo, a análise alerta ainda para os custos de produção.
A previsão é que as rações deixem as margens apertadas para os avicultores, porque elas contêm grãos, e o mercado, além de estar em alta, encontra dificuldades para que os custos ao longo da cadeia sejam repassados. Com isso, a expectativa é que o crescimento da produção se dê de modo mais lento, e tenha taxas mais baixas em relação ao ano de 2022. No ano passado, o mercado do frango viu a atividade se expandir de 2,5 para 3% no mesmo período, e de 6 a 7% ao longo do ano, com dados analisados desde a segunda metade do ano de 2021. Na primeira quinzena de 2023 foram registrados os mesmos preços médios registrados no final do ano passado, e valendo cerca de 10% menos em 30 de dezembro, último dia de negócios de 2022. A tendência para a segunda quinzena é a de que essas baixas continuem, mesmo com o retorno da população das férias, e a volta do ano letivo ocorrendo ainda no mês de janeiro.
Também não há previsões de que os brasileiros comam mais carne do que vem comendo do segundo semestre de 2022 para cá. Então, o Itaú BBA recomenda aos avicultores que tiverem possibilidade, a se voltarem para a exportação, já que há demanda externa favorável. Na primeira quinzena de fevereiro, o Governo Federal divulgou informações de que as exportações de aves e derivados ultrapassaram em mais de 60% em arrecadação, e em volume, com relação às exportações de janeiro de 2022.
Aumento moderado
Não há previsão de aumento do consumo interno. É o detalhamento da análise do banco, já que temos um cenário de incertezas na economia brasileira, com a mudança de governo. Por isso, não há que se falar em elevar o preço do frango na ponta para o consumidor como estratégia para aumentar as margens do avicultor. Isso porque, há muito tempo que não se via o valor do dianteiro bovino tão próximo do valor do frango. Haverá maior oferta de gado para este ano, então proteína avícola, e proteína bovina, deverão competir mais pelo consumidor em 2023.
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Há que se esperar um aumento maior das margens a partir do segundo semestre, com a chegada do milho safrinha, pois não há esperanças de que, neste início do ano, haja redução no preço da ração. E focar na exportação, já que a análise do banco Itaú BBA evidencia que, graças a influenza viária que vitimou vários países, entre eles também países da América Latina, o mercado consumidor externo fica fortalecido. O banco também constatou que, em vários players concorrentes como União Europeia, Tailândia e China, houve pouca resposta à produção da proteína avícola. Então, a solução do mercado será vir buscar frango no Brasil.