Com tarifa de 50% nos EUA, exportação Brasil cai 18% em agosto, enquanto vendas à China e México disparam, impulsionando a balança comercial.
As exportações brasileiras aos Estados Unidos sofreram uma queda de 18,5% em agosto, impactadas diretamente pela tarifa de 50% anunciada pelo governo de Donald Trump, que entrou em vigor no dia 6 de agosto de 2025.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (04/09/2025) pela Secretaria de Comércio Exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
O impacto do chamado “tarifaço” foi sentido em diversos setores estratégicos, incluindo minério de ferro, açúcares, aeronaves e carne bovina fresca.
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“A redução decorre do movimento de antecipação das vendas feito pelos setores em julho, já que a lista de exceções, com mais de 700 produtos, só foi publicada após o anúncio da tarifa”, informou o MDIC.
Principais produtos afetados pelo tarifaço
Entre os produtos que registraram maiores quedas estão:
Minério de ferro: -100%;
Açúcares: -88,4%;
Aeronaves: -84,9%;
Carne bovina fresca: -46,2%;
Óleos combustíveis: -37%;
Produtos semiacabados de ferro ou aço: -23,4%.
Vale destacar que algumas categorias, como aeronaves, petróleo e minério de ferro, não foram afetadas pela sobretaxa de 50%, mas mesmo assim registraram redução devido à antecipação dos embarques antes da implementação da tarifa.
China e México como alternativas de mercado
Enquanto isso, a exportação Brasil para outros destinos cresce de forma expressiva. A China, principal parceiro comercial do país, registrou alta de 29,9% em agosto, consolidando-se como alternativa estratégica frente ao mercado americano.
O México também aumentou significativamente suas compras, com crescimento de 43,8% no mesmo período.
A movimentação mostra que o país busca diversificar destinos e reduzir a dependência do mercado dos EUA diante de barreiras tarifárias.
Balança comercial brasileira mantém superávit
Apesar da queda nas vendas aos EUA, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 6,133 bilhões em agosto de 2025, representando um crescimento de 35,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o saldo foi de US$ 4,5 bilhões.
O resultado é fruto da diferença entre exportações e importações. As exportações somaram US$ 29,861 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 23,728 bilhões, gerando uma corrente de comércio de US$ 53,589 bilhões no mês.
Impacto das tarifas na economia brasileira
Especialistas alertam que o impacto da tarifa de 50% nos EUA vai além das estatísticas de agosto. “O tarifaço altera o planejamento de empresas exportadoras, que precisam buscar mercados alternativos e adaptar a produção para manter a competitividade”, afirma analista econômico.
Além disso, a movimentação evidencia a importância estratégica da China e de outros parceiros, como o México, para a diversificação da exportação Brasil e a estabilidade da balança comercial, frente a tensões tarifárias com os Estados Unidos.