Escalada entre Irã e Israel mira estruturas de energia e reacende alerta global sobre combustíveis e segurança
Irã e Israel voltaram a se enfrentar militarmente com força renovada no sábado, 14 de junho de 2025, concentrando os ataques em instalações críticas de energia.
Por volta das 23h no horário local, Teerã lançou mísseis contra a cidade portuária de Haifa, no norte de Israel.
A ofensiva foi uma retaliação direta ao bombardeio israelense realizado horas antes, que destruiu instalações industriais estratégicas no território iraniano.
Os novos bombardeios marcam a terceira noite consecutiva de confrontos aéreos, com foco em estruturas ligadas ao petróleo e gás.
Autoridades israelenses confirmaram que a refinaria de Haifa, uma das maiores do país, sofreu danos após os ataques.
A planta é responsável pelo refino anual de cerca de 9,8 milhões de toneladas de gás e é um dos principais centros de distribuição energética de Israel.
Segundo o governo local, cinco pessoas ficaram feridas na explosão.
-
Energisa aponta gás natural como solução energética para data centers no Brasil
-
IBP celebra isenção dos EUA para petróleo e gás brasileiro e destaca importância no comércio bilateral
-
Mega gasoduto de Uberaba de 300 KM impulsionará industrialização no Triângulo Mineiro até 2030
-
Setor energético comemora: Brasil fura bloqueio tarifário e garante acesso total ao mercado americano
Infraestrutura energética iraniana também foi alvo
Antes da ofensiva iraniana, Israel direcionou seus ataques a um campo de gás localizado nos arredores de Bushehr, cidade portuária no Golfo Pérsico.
Ainda na mesma noite, outro ataque israelense teve como destino a refinaria de petróleo de Abadan, situada a mais de cinco horas de distância da primeira explosão.
Além disso, uma instalação de armazenamento de petróleo próxima à capital, Teerã, também foi atingida, conforme relato das autoridades iranianas.
Apesar do impacto, os representantes do governo afirmaram publicamente que a situação está controlada.
Os ataques, segundo eles, não afetaram a distribuição interna de energia no país.
A resposta do Irã, por sua vez, provocou novos alertas internacionais, uma vez que as refinarias e os campos de gás atingidos abastecem parte significativa da matriz energética da região.
Com isso, cresce o temor de que os bombardeios comprometam o fornecimento de petróleo a países parceiros e importadores.
Cenário de vítimas cresce com a escalada do conflito
Desde a noite de quinta-feira, 12 de junho, os confrontos já provocaram 215 mortes confirmadas no Irã, conforme balanço divulgado pelo Ministério da Saúde local.
Entre os mortos, 51 eram militares das forças de defesa.
Também foram registrados 31 soldados feridos, além de dezenas de civis atingidos pelos destroços.
Do lado israelense, as autoridades confirmaram ao menos três mortes e treze feridos.
Boa parte dos atendimentos ocorreu na região norte, após o ataque a Haifa.
A cidade abriga não apenas instalações industriais, como também zonas residenciais próximas ao porto, o que aumenta o risco de baixas civis em futuras ofensivas.
A continuidade dos ataques e o uso de mísseis direcionados a estruturas críticas evidenciam uma mudança na lógica de combate entre os dois países.
O foco direto na economia e na infraestrutura nacional amplia o impacto da guerra para além das fronteiras militares.
Mercado internacional reage com aumento do preço do petróleo
O conflito no Oriente Médio impacta diretamente o mercado global de energia. Na sexta-feira, 13 de junho, o preço do barril de brent crude tipo de petróleo bruto utilizado como referência mundial subiu mais de 10%.
A elevação abrupta foi provocada pela percepção de risco sobre a oferta de petróleo, já que a região concentra cerca de um terço da produção mundial.
Caso a instabilidade se prolongue, analistas econômicos alertam para um possível desabastecimento em cadeia.
Isso poderia pressionar a inflação em diversos países e levar ao reajuste imediato de combustíveis e derivados no mercado internacional.
Além disso, o temor de uma crise energética ampliada agrava o clima de insegurança entre investidores e operadores de commodities.
O aumento de preços também afeta diretamente consumidores em diversas partes do mundo, especialmente em países dependentes da importação de petróleo.
Com os bloqueios e os riscos logísticos, os contratos futuros de fornecimento estão sendo renegociados em patamares mais altos.
Isso deve refletir nas próximas semanas nos preços nas bombas de combustíveis.
Risco de alastramento regional preocupa potências globais
Embora Irã e Israel sejam os protagonistas do atual conflito, a possibilidade de envolvimento de outros países da região preocupa líderes internacionais.
O Oriente Médio abriga importantes produtores de petróleo como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Iraque e Kuwait.
Qualquer interrupção em larga escala no fluxo de exportação poderia ter efeitos catastróficos na economia mundial.
Além disso, o contexto político instável abre espaço para o envolvimento indireto de potências como Estados Unidos e Rússia, que mantêm alianças estratégicas na região.
Em pronunciamentos recentes, representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) reforçaram o pedido de cessar-fogo imediato, alegando risco de agravamento da crise humanitária.
O receio é que o conflito escale para além de ataques isolados e se transforme em uma guerra regional.
Isso traria consequências severas tanto para a população civil quanto para a estabilidade econômica global.