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Explosão nos preços do petróleo internacional, mas gasolina e diesel permanecem estáveis no Brasil: como a Petrobras consegue conter o impacto nos postos?

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 29/10/2024 às 12:17
Preços de combustível estáveis no Brasil, apesar da variação internacional do preço do petróleo.
Preços nos postos estáveis mesmo com variação internacional do preço do Petróleo.

Preços dos combustíveis no Brasil sob controle apesar da oscilação do petróleo

em meio à instabilidade do mercado internacional do petróleo, os preços dos combustíveis nos postos brasileiros mantiveram-se praticamente estáveis na última semana. um leve aumento de 0,3% foi registrado no preço da gasolina, enquanto o diesel seguiu inalterado, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). a política de preços praticada pela Petrobras contribuiu para essa estabilidade, evitando que a volatilidade externa impacte diretamente o consumidor no país.

Gasolina e diesel mantidos estáveis: efeito da política de preços da Petrobras

a Petrobras, responsável por 80% do refino de petróleo no Brasil, mantém o preço da gasolina inalterado há 113 dias e do diesel há impressionantes 308 dias. desde maio do ano passado, a empresa adotou uma nova estratégia de preços, abandonando a Paridade de Preço Internacional (PPI) e implementando uma abordagem que permite maior flexibilidade nos reajustes. essa decisão visa proteger o mercado interno das flutuações imediatas do petróleo no cenário internacional.

principais pontos sobre a política de preços da Petrobras:

  • estabilidade dos preços internos: a Petrobras adotou uma política que suaviza a volatilidade dos preços do petróleo, trazendo maior previsibilidade ao mercado interno.
  • abandono da Paridade de Preço Internacional (PPI): a PPI foi substituída por um modelo que permite maior diálogo com o mercado interno, priorizando o impacto sobre o consumidor brasileiro.
  • intervalos de reajustes extensos: com a nova política, a empresa consegue manter intervalos de reajuste mais longos, evitando alterações repentinas para o consumidor final.

Mercado internacional: oscilação do petróleo Brent e impacto nas refinarias

no mercado internacional, o petróleo tipo Brent, que serve como referência para os preços globais, registrou uma semana volátil. após uma alta significativa na sexta-feira (25), o preço do Brent caiu na segunda-feira, alcançando novamente a faixa de US$ 71 por barril, depois de ter atingido US$ 76. esse movimento reflete as incertezas geopolíticas e as expectativas de oferta e demanda globais. no entanto, a Petrobras tem conseguido manter os preços estáveis no Brasil, evitando que essa volatilidade seja repassada diretamente ao consumidor.

razões para a instabilidade dos preços do Brent:

  • conflitos geopolíticos: tensões no Oriente Médio impactam diretamente a oferta de petróleo, influenciando as cotações internacionais.
  • incertezas econômicas globais: expectativas de demanda em relação ao crescimento econômico mundial também afetam os preços.
  • oscilação da oferta e da demanda: com eventos inesperados no setor de petróleo, como quedas de produção, o preço tende a oscilar, elevando o risco para países importadores.

Preço médio da gasolina, diesel e GLP na semana

de acordo com a ANP, o preço médio da gasolina fechou em R$ 6,11 por litro, enquanto o diesel foi comercializado a R$ 6,02. o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), utilizado principalmente em botijões, apresentou uma leve queda de 0,2% na semana passada, encerrando o período a R$ 106,38 por botijão de 13 quilos.

comparativo dos preços médios na semana:

  • gasolina: R$ 6,11 por litro (+0,3% em relação à semana anterior)
  • diesel: R$ 6,02 por litro (estável)
  • GLP: R$ 106,38 por botijão de 13 kg (-0,2%)

Defasagem dos preços brasileiros em relação ao mercado internacional

apesar da política de estabilidade, a diferença entre os preços brasileiros e os internacionais tem aumentado. segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina no Brasil apresenta uma defasagem média de 8% em comparação com o mercado externo, sugerindo que a Petrobras teria margem para ajustar o preço nas refinarias em até R$ 0,23 por litro. para o diesel, a defasagem atual é de 3%, permitindo um aumento potencial de R$ 0,12 por litro.

essa defasagem se deve à ausência de reajustes desde o último semestre, somada à recente queda do petróleo devido a fatores geopolíticos e oscilações econômicas.

defasagens e possíveis ajustes de preços:

  • gasolina: defasagem de 8% (possível aumento de R$ 0,23 por litro)
  • diesel: defasagem de 3% (margem de alta de R$ 0,12 por litro)

Impactos da política de preços na economia brasileira

a decisão da Petrobras de manter os preços estáveis é vista como uma medida que reduz a pressão inflacionária no Brasil, protegendo o consumidor das variações bruscas que afetam o mercado internacional. com a inflação dos combustíveis sob controle, o país consegue manter uma relativa estabilidade econômica, algo positivo para setores diretamente dependentes do transporte, como logística, agricultura e indústria.

no entanto, o aumento da defasagem pode levar a pressões para que os preços sejam corrigidos, especialmente se o petróleo se mantiver em alta no mercado internacional. em caso de reajustes, é provável que os consumidores sintam o impacto nos preços dos combustíveis, o que poderia trazer reflexos negativos em outros setores econômicos.

O que esperar dos preços dos combustíveis nas próximas semanas?

diante do cenário atual, especialistas indicam que a Petrobras deverá avaliar a evolução do mercado internacional antes de qualquer ajuste. a empresa vem mantendo uma política de diálogo com o mercado e com as autoridades, buscando balancear os interesses de consumidores e acionistas. caso a volatilidade do Brent continue, é possível que a Petrobras ajuste os preços para reduzir a defasagem, mas mantendo a cautela para minimizar o impacto no mercado interno.

possíveis cenários futuros:

  • manutenção dos preços estáveis: se o Brent estabilizar ou cair, é provável que os preços no Brasil sigam sem grandes alterações.
  • ajustes moderados: com uma alta prolongada no Brent, a Petrobras pode adotar pequenos ajustes para reduzir a defasagem e equilibrar a relação com o mercado externo.
  • pressão inflacionária: a depender da duração e intensidade das altas do petróleo, o Brasil pode ver uma pressão inflacionária moderada, especialmente sobre a gasolina e o diesel.

Petrobras e estabilidade dos combustíveis no Brasil

em um cenário de incertezas e volatilidade global, a política de preços da Petrobras tem desempenhado um papel importante na manutenção da estabilidade econômica no Brasil. embora a defasagem dos preços esteja aumentando, a empresa busca um equilíbrio que minimize impactos diretos ao consumidor. o futuro dos preços dependerá, em grande parte, da trajetória do mercado internacional de petróleo e das condições econômicas globais, que influenciam diretamente o custo da commodity.

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, com foco em petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração e economia. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo.

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