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Exploração espacial: Robôs controlados remotamente podem auxiliar a humanidade a explorar a Lua e Marte — Testes promissores revelam o futuro da exploração espacial!

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 21/10/2024 às 16:41
Robôs controlados, nasa, lua, marte
Foto: Reprodução

A exploração espacial pode dar um salto com robôs controlados remotamente, projetados para operar na Lua e Marte. Descubra como os primeiros testes indicam que essa tecnologia pode ser o futuro da exploração de novos mundos!

A exploração espacial está prestes a dar um novo passo com o uso de robôs controlados remotamente para operar em ambientes hostis como a Lua e Marte.

Os avanços em teleoperação de veículos robóticos têm mostrado um grande potencial, permitindo que humanos na Terra manuseiem ferramentas e equipamentos no espaço com precisão. Esses robôs de exploração espacial podem realizar tarefas complexas como coleta de amostras, escavação e montagem de estruturas em planetas ou luas distantes.

Primeiros testes promissores

Recentemente, o laboratório de robótica da Universidade de Bristol, na Inglaterra, testou um sistema inovador de teleoperações no Centro Europeu de Aplicações Espaciais e Telecomunicações da Agência Espacial Europeia (ESA).

A equipe conseguiu operar remotamente um braço robótico para escavar uma amostra de regolito lunar simulado, usando uma simulação virtual. Essa tecnologia elimina a necessidade de imagens ao vivo, que podem sofrer atrasos devido à distância entre a Terra e a Lua.

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Um sistema teleoperado coletando simulador, que é uma réplica precisa do regolito lunar.(Crédito da imagem: Joe Louca)

O atraso no sinal entre os dois corpos celestes é de cerca de 1,3 segundo, o que pode ser suficiente para dificultar a precisão em operações delicadas.

No entanto, com o sistema de teleoperação, os sinais podem ser retransmitidos por satélites, como os planejados no projeto Moonlight da ESA, que visa melhorar a comunicação lunar.

Exploração espacial: Sentindo o ambiente lunar

Um dos maiores diferenciais dessa tecnologia está nas interações hápticas, que fornecem uma sensação de toque ao operador. Isso significa que os teleoperadores na Terra podem sentir a resistência do solo lunar, como se estivessem realmente escavando em um ambiente com um sexto da gravidade terrestre.

A equipe de Bristol testou essa funcionalidade em tarefas simples, como pressionar o solo ou arrastar uma pá, mas ainda planeja avançar para missões mais complexas.

Segundo Joe Louca, um dos responsáveis pelo projeto, a possibilidade de ajustar a intensidade da gravidade na simulação permite preparar astronautas para o ambiente real da Lua. Ele destaca que o feedback tátil oferece uma sensação realista de como a poeira lunar se comportaria.

Superando os desafios de confiança

Antes de colocar essa tecnologia em prática, ainda existem desafios psicológicos a serem superados. Um dos maiores problemas é a confiança dos operadores de que o sistema virtual está realmente refletindo a realidade física no espaço. Estudos já demonstraram que essa falta de confiança pode ser uma barreira para o uso pleno da teleoperação.

Entretanto, a equipe de Louca obteve resultados positivos em testes. Durante a coleta de regolito simulado, o sistema foi 100% eficiente e 92,5% confiável.

Embora despejar o regolito tenha sido uma tarefa um pouco menos precisa, eles identificaram que ajustes na orientação da concha do robô melhoraram o desempenho.

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Verificou-se que despejar material de uma concha usando a teleoperação virtual era um pouco menos preciso do que retirá-lo em primeiro lugar.  (Crédito da imagem: Joe Louca)

Aplicações futuras em Marte

Embora o foco inicial seja a Lua, a teleoperação de robôs também pode desempenhar um papel crucial em futuras missões a Marte.

A recuperação de amostras de solo marciano é uma tarefa extremamente desafiadora, e robôs controlados remotamente poderiam auxiliar na coleta e transporte de amostras para veículos que as trariam de volta à Terra.

O projeto de retorno de amostras de Marte da NASA, por exemplo, já enfrenta desafios de orçamento e cronograma. A Rocket Lab, empresa contratada pela NASA, está conduzindo estudos para desenvolver uma solução, e é possível que a teleoperação venha a ser integrada no futuro. No entanto, o uso dessa tecnologia para Marte ainda está em fases iniciais de exploração.

Com o avanço das missões espaciais nos próximos anos, como o programa Artemis da NASA e o Chang’e da China, o uso de robôs teleoperados pode ser uma ferramenta valiosa para apoiar tanto missões tripuladas quanto não tripuladas.

A capacidade de treinar astronautas e realizar operações complexas remotamente torna essa tecnologia uma promessa para o futuro da exploração espacial.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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