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Existe um planeta que gira no sentido oposto e intriga a ciência há décadas; conheça

Publicado em 19/07/2025 às 16:45
Vênus, Planeta, Sistema solar
Imagem: Wikimedea Commons
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Com rotação retrógrada, atmosfera sufocante e calor extremo, Vênus desafia os padrões do Sistema Solar e intriga cientistas há décadas

Entre todos os planetas do Sistema Solar, Venus chama atenção por seguir um caminho bem diferente. Enquanto a maioria dos planetas gira de oeste para leste, Venus faz o contrário.

Esse movimento retrógrado, aliado a uma rotação extremamente lenta e uma atmosfera sufocante, transforma o planeta em um dos mais misteriosos e estudados pela ciência.

Para entender o que torna Venus tão diferente, basta olhar para sua rotação. Enquanto a Terra gira em menos de 24 horas, Venus demora cerca de 243 dias terrestres para completar uma única volta sobre seu próprio eixo.

Isso significa que um único dia venusiano é mais longo que seu próprio ano, que dura cerca de 225 dias. E além de ser lento, o giro acontece no sentido oposto ao da maioria dos planetas.

O que é rotação retrógrada

Esse fenômeno é chamado de rotação retrógrada. Em termos simples, se alguém estivesse na superfície de Venus, veria o Sol nascer no oeste e se pôr no leste — o contrário do que acontece na Terra.

Essa característica faz de Venus uma exceção entre seus vizinhos espaciais e levanta muitas questões entre os pesquisadores.

A explicação para essa rotação diferente não está apenas em eventos antigos, como possíveis colisões com grandes corpos celestes.

Estudos mais recentes mostram que a atmosfera de Venus tem um papel fundamental nesse comportamento.

Trata-se de uma camada extremamente espessa, composta em sua maior parte por dióxido de carbono, com um pouco de nitrogênio.

Essa atmosfera é cerca de 90 vezes mais densa que a da Terra. A pressão que se sente na superfície de Venus seria equivalente à encontrada a mais de um quilômetro de profundidade no oceano terrestre.

Além disso, as temperaturas chegam a 464 graus Celsius, tornando o ambiente totalmente hostil à vida como conhecemos.

Como a atmosfera altera a rotação

Pesquisas publicadas em 2023 revelam que essa densa atmosfera exerce uma força considerável sobre o planeta. O atrito causado pelos ventos e pela circulação de gases acaba influenciando diretamente a rotação.

Ou seja, o próprio comportamento da atmosfera consegue alterar a forma como o planeta gira, sem depender apenas de fatores externos como impactos.

Calor extremo e ausência de água

Essas condições afetam mais do que só o movimento do planeta. Por causa da rotação lenta, a superfície de Venus fica muito tempo exposta ao Sol, acumulando calor de forma intensa.

Isso contribui para manter as temperaturas elevadas em toda a superfície, sem grandes variações entre dia e noite.

Outro ponto curioso é que, mesmo tão próximo do Sol, Venus não apresenta o chamado acoplamento de maré.

Esse fenômeno acontece quando um corpo celeste mostra sempre a mesma face para a estrela que orbita, como a Lua faz com a Terra.

Em Venus, a interação entre o planeta e sua atmosfera impede esse comportamento. O resultado é uma dinâmica mais complexa, com tempestades e ventos que se espalham por toda a superfície.

Além disso, não há mares ou oceanos em Venus. A presença massiva de gases e o calor extremo não permitem a existência de água líquida.

Tudo isso reforça a ideia de que Venus é um planeta com características muito próprias, diferente de tudo que se vê no Sistema Solar.

Vênus: alvo constante de pesquisas científicas

O interesse por Venus não para. As pesquisas continuam e novas missões espaciais estão sendo planejadas para entender melhor os efeitos da atmosfera no movimento do planeta.

A ausência de acoplamento de maré, a influência da pressão atmosférica e a rotação retrógrada são temas que ainda geram debates entre cientistas.

Por tudo isso, Venus segue sendo um dos planetas mais fascinantes. Sua combinação de calor extremo, atmosfera densa e rotação única garante um papel importante nas investigações sobre a formação e o comportamento dos corpos celestes do Sistema Solar.

Com informações de Correio Brasiliense.

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Romário Pereira de Carvalho

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