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Exército dos Estados Unidos aposta US$ 159 milhões em visão de realidade mista ‘semelhante a de super-heróis’

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 11/09/2025 às 05:41
Fones de ouvido IVAS integrados ao Lattice da Anduril
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O Exército dos Estados Unidos quer transformar a forma como seus soldados veem o campo de batalha. Depois de anos de frustrações com tecnologias antigas e pouco eficazes, a instituição agora aposta alto em um novo sistema que promete unir visão noturna, realidade aumentada e inteligência artificial em um único capacete

O Exército dos Estados Unidos assinou um contrato de US$ 159 milhões com a Anduril Industries para criar um protótipo de sistema de realidade mista montado no capacete. A ideia é fornecer aos soldados capacidades descritas como “semelhantes às de super-heróis”, combinando visão noturna, realidade aumentada e inteligência artificial.

O projeto faz parte do programa Soldier Borne Mission Command (SBMC), que sucede o Sistema Integrado de Aumento Visual (IVAS). Segundo os militares, a nova plataforma deve acelerar decisões e melhorar a percepção do campo de batalha.

Essa iniciativa surge após os problemas do IVAS, desenvolvido com a Microsoft desde 2018, que enfrentou atrasos e falhas técnicas. Soldados relataram náuseas e dores de cabeça, o que levou o Congresso a cortar o financiamento em 2022.

Lições do passado para um novo sistema

A Anduril afirma que seu sistema usa as lições do IVAS. Ele combina óptica avançada com mapas em tempo real e sobreposições de sensores. Dessa forma, os soldados não precisam alternar entre rádios, aplicativos e mapas de papel.

A empresa diz que os combatentes verão todas as informações em uma única imagem, projetada em visores no capacete. Essa integração, segundo o Exército, pode reduzir erros e aumentar a agilidade no campo de batalha.

Documentos do Exército apontam que operações militares exigem decisões rápidas para superar inimigos. Por isso, a instituição considera vital modernizar a forma como os soldados recebem e processam dados.

Componentes modulares e software aberto

O sistema está sendo desenvolvido com apoio de empresas como Meta, OSI, Qualcomm e Gentex. O visor montado no capacete integrará imagens diurnas, noturnas e térmicas com inteligência em tempo real, além de permitir a escolha de módulos conforme cada missão.

No centro do software está a Soldier Borne Mission Command-Architecture (SBMC-A), construída na plataforma Lattice da Anduril. Ela conecta os visores a dispositivos de computação e sensores de ponta, criando um ecossistema integrado.

A Anduril também trabalha com parceiros como Palantir, L3Harris, Persistent Systems, Sierra Nevada Corporation e Maxar Intelligence. Esse grupo busca garantir que o sistema funcione de forma confiável em ambientes de combate reais.

Testes de campo e atualizações rápidas

O SBMC-A já foi testado com os headsets IVAS 1.2. Em experimentos recentes, soldados controlaram drones a mais de três quilômetros de distância usando apenas os visores montados na cabeça, sem necessidade de operadores dedicados.

Segundo a Anduril, a arquitetura também agiliza as atualizações de software. Alterações que antes levavam dois dias agora podem ser feitas em apenas 15 minutos, permitindo incorporar rapidamente o feedback dos soldados e reduzindo custos.

Essa capacidade de adaptação constante é considerada crucial pelos militares para manter vantagem em cenários em rápida mudança.

Moldando a luta do futuro

O Exército descreve o SBMC como seu maior esforço para equipar cada soldado com melhor percepção e tomada de decisão. O programa reúne mais de 260.000 horas de feedback coletado durante o uso do IVAS.

As autoridades afirmam que o objetivo é resolver a fragmentação de informações. Hoje, líderes precisam combinar manualmente mapas, rádios e aplicativos para coordenar suas equipes, o que consome tempo precioso.

Com o SBMC, o Exército espera unir sensores, inteligência e ferramentas de comando em uma única plataforma. Cada soldado teria acesso a dados em tempo real, podendo agir com mais rapidez.

Se bem-sucedido, o protótipo da Anduril pode representar o avanço que o Exército buscava desde o fracasso do IVAS. A instituição aposta que essa será a base de uma nova geração de sistemas para seus combatentes.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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